Entrevista exclusiva A BOLA «Nomeação de Pedro Proença não afetou relações bilaterais»
Javier Tebas e a LaLiga saíram da associação europeia de ligas, que o português dirige
Desde que há dez anos assumiu a presidência, Javier Tebas revolucionou a LaLiga. Tornou-se num dos dirigentes mais influentes do futebol europeu e mundial e é inimigo declarado do projeto da Superliga. A BOLA abordou o dirigente espanhol para uma entrevista, cuja segunda parte pode ler neste domingo.
-Que lhe parece que um antigo árbitro seja o presidente da Liga portuguesa e das Ligas europeias?
-Ter sido árbitro terá certamente servido de ajuda para que Pedro Proença seja o grande dirigente de futebol que agora é. Nós nos estamos na associação europeia de ligas que ele preside, saímos há um ano porque estava cumprindo um papel muito diferente do que achávamos que deveria ter, era muito passiva, plana e não liderava as causas do futebol europeu. Os meus votos são os de que o Pedro tenha muita sorte, que saiba dar à associação a força duma liderança forte e clara que necessitam as ligas europeias e, se o conseguir, lá estaremos outra vez.
-A nomeação de Pedro Proença afetou negativamente as relações bilaterais?
-Não, de nenhuma maneira, antes dele ter sido eleito já tínhamos saído e, portanto, nem sequer o pudemos votar. As relações entre as duas Ligas vão muito bem, eu assisti a várias assembleias dos clubes portugueses, sempre tivemos um diálogo fluido e de entre todas as Ligas europeias, é a portuguesa a de que nos sentimos mais próximos.
-Que se pode fazer mais para que haja ainda uma maior aproximação?
-Colaborar para levar ao ponto máximo as duas competições, acho que a liga portuguesa tem ainda uma margem bastante grande de crescimento e, se acharem conveniente, aí estaremos para ajudar a empurrar em tudo o que for necessário. A Liga Portugal tem o plano muito importante de centralização os direitos audiovisuais prevista para 2028, se me permitem, o que lhes aconselharia, pela experiencia que temos, é que não deixem passar o tempo que vai muito depressa e que não adiem para as duas últimos temporadas o muito que há a fazer, estabelecer como se reparte o dinheiro, definir os conteúdos audiovisuais são aspetos, entre outros, que exigem tempo e trabalho e que fazem parte dum tema muito sensível para os clubes pois está em causa uma parte muito importante das suas receitas. Não deixem para mais tarde o trabalho que possam fazer já.
-Que espera do Mundial 2030?
-Que oxalá corra o melhor possível para os três países que o organizam, é uma oportunidade, mas concentrada em apenas trinta dias o que faz com que o Mundial não venha resolver os problemas que temos no futebol, o que sim pode ajudar é a acelerar o crescimento das nossas ligas e que sejam ainda melhores.