Tebas: «Não tenho nada pessoal contra o PSG»
Javier Tebas, LaLiga

Entrevista exclusiva A BOLA Tebas: «Não tenho nada pessoal contra o PSG»

INTERNACIONAL18.02.202408:00

Presidente da LaLiga, Javier Tebas fala dos clubes-estado e afirma que a liga da Arábia Saudita tem mais possibilidades de singrar do que a chinesa

Desde que há dez anos assumiu a presidência, Javier Tebas revolucionou a LaLiga. Tornou-se num dos dirigentes mais influentes do futebol europeu e mundial e é inimigo declarado do projeto da Superliga. A BOLA abordou o dirigente espanhol para uma entrevista, cuja segunda parte pode ler hoje.

-Como se pode lutar contra o poder dos Clubes-Estado?

-Sendo claros mediaticamente dizendo que têm de respeitar as competições, denunciar os abusos, quando se produzam, junto da União Europeia e a UEFA. Se vou a Inglaterra falo do City, se vou a França falo do PSG, o que há a fazer é lutar e não pensar que tudo se pode solucionar tomando um chá num gabinete.

-Como vai a sua «guerra» com o PSG?

-En não tenho nada pessoal contra o PSG nem o governo do Catar, o que sim tenho é contra as condutas que podem levar a enganos que desvirtuem a verdade da competição e que prejudiquem o futebol.

-Se fosse futebolista, iria jogar na Arábia Saudita?

-Dependeria da idade e do momento em que estivesse da minha vida profissional, para alguns jogadores é importante a garantia económica que a Arábia oferece, mas se eu fosse jovem e acreditasse que tinha ainda um caminho a percorrer na minha carreira, esperaria, mas sem negar rotundamente a possibilidade de ir para lá.

-Vingará o futebol na Arábia ou correm o risco de que lhes suceda o mesmo que à China?

-Eles têm a vantagem de conhecer as razões pelas quais o sistema chinês fracassou e também a de terem uma visão mais ampla do desporto, estão também fomentando a prática, ao mais alto nível, de outras modalidades, entre elas o futebol, se forem capazes de mudar em alguns aspetos, a liga saudita poderá vir a ser muito importante, mas é preciso tempo e paciência para que melhorem essas circunstâncias. A Arábia Saudita tem direito a levar a cabo essa política de desporto de elite, mas devem fazê-lo respeitando sempre as normas financeiras para que não se destrua a indústria do desporto em geral.

-Parece-lhe bem que a Supertaça de Espanha se dispute na Arábia?

- Embora sempre tenha sido partidário de que a Supertaça se dispute fora de Espanha, ao princípio tive as minhas dúvidas sobre a Arábia, mas agora parece-me bem que seja aí, entra dentro do fenómeno desportivo que está a suceder no país, isso ajuda a melhorar a marca da Supertaça e da Federação Espanhola e por isso acho que deve continuar aí. É verdade que é uma pena que os aficionados não possam ver ao vivo os jogos da competição, mas em Espanha temos muito futebol, 38 jornadas da liga, a Taça do Rei e o que temos a fazer é trabalhar para que sejam cada vez mais os adeptos que possam desfrutar vendo as suas equipas nas competições europeias.