Entrevista exclusiva A BOLA «Não entendo que o colega do basquete permita entrevistas no balneário e Ancelotti não»

Presidente da LaLiga foi buscar inspiração à NBA, mas o Real Madrid não alinha na ideia. Tebas explica ainda o que é a Liga Impulso

Desde que há dez anos assumiu a presidência, Javier Tebas revolucionou a LaLiga. Tornou-se num dos dirigentes mais influentes do futebol europeu e mundial e é inimigo declarado do projeto da Superliga. A BOLA abordou o dirigente espanhol para uma entrevista, cuja primeira parte pode ler neste sábado.

-O que é e o que pretendem com a Liga Impulso?

-Trata-se da criação de um fundo de 2.000 milhões de euros para serem injetados nos clubes sendo a maior parte desse montante destinado às infraestruturas dos clubes, estádios e cidades desportivas, à digitalização, internacionalização ou criação de marcas, se esse dinheiro fosse consagrado à compra de jogadores, estaríamos provocando uma perigosa inflação salarial. Com este plano antecipamos 15 anos os investimentos que os clubes se veriam obrigados a fazer e isso vai-nos ajudar a ir para a frente junto com as ligas de outros países, é importante saber o que elas fazem, aprendemos uns com os outros e crescemos conjuntamente.

-Esta temporada surgiu a novidade das camaras de televisão poderem entrar nos balneários e de haver breves entrevistas com os jogadores nos intervalos dos desafios. Que pretende com isso LaLiga?

-Limitamo-nos a copiar o que, por exemplo, faz a NBA, o filme que oferecemos dos desafios de futebol tem de ser complementado com temas mais diretos, atualmente o espectador quer saber o que está detrás, o que sucede nos bastidores do futebol e nós temos a obrigação de satisfazer essa curiosidade. Isto também servirá para dar mais valor aos direitos audiovisuais, haverá 100 milhões de euros a repartir entre os clubes de acordo com a ação que tiverem dentro desta iniciativa, os que façam mais, mais dinheiro irão receber.

-O Real Madrid não participa e Ancelotti chegou a dizer que aceita que lhe baixem o ordenado para que as camaras não entrem no balneário da sua equipa…

-É a sua posição e eu respeito-a, só não compreendo que o seu colega da equipa de basquetebol sim permita a entrada das camaras e ele não, o que serve para o basquete deveria servir também para o futebol.