«Mesmo com sondagens de outros clubes nunca abri a porta»

Sporting «Mesmo com sondagens de outros clubes nunca abri a porta»

NACIONAL29.04.202314:18

Declarações de Rúben Amorim, treinador do Sporting, na antevisão ao jogo de domingo (20.30 horas) com o Famalicão, em Alvalade, partida que encerra as contas da 30.ª jornada.

Tudo o que disse Rúben Amorim:

Sequência de vitórias:

«É sempre importante, não interessa a altura da época ou o momento em que estamos. Criar uma sequência de vitórias é voltar ao normal do que sempre fizemos. Não tivemos muitas oportunidades para ter essa sensação. Essa é a nossa obrigação e o nosso objetivo. Também importante é não sofrer golos contra uma equipa que, para mim, foi a que mais melhorou após a paragem para o Mundial. Tem um bom treinador (João Pedro Sousa) que desde a primeira passagem pelo Famalicão teve um tempo para treinar sem a rotação normal dos jogadores. Está a demonstrar toda a competência que tem. O Famalicão tem jogadores muito talentosos e já lá fomos buscar alguns. É uma equipa que vem muito moralizada, está entre jogos da Taça, mas ainda tem este jogo do campeonato. Espero um jogo difícil, um bom teste para nós, com uma dinâmica muito interessante e queremos dar sequência à vitória em Guimarães.»

Motivar os jogadores face à ausência de objetivos:

«Acima de tudo, explicando que o processo em que estamos inseridos – e já falámos muito sobre o facto de não termos atingido os objetivos para esta época e estamos prestes a não atingir os objetivos mínimos – todos os jogadores sabem, o staff também. Mas também sabemos que, daqui a cinco jornadas, começa tudo outra vez. Temos de aproveitar cada minuto para melhorar a equipa, temos um processo para melhorar. Mostrámos durante a época que temos uma equipa com potencial, também com algumas lacunas. Nada melhor do que aproveitar todos os jogos para melhorar essas lacunas. Todos os jogadores sabem que a época ainda não acabou, têm de pensar no futuro e são jogadores do Sporting, com contratos longos. Isto não acaba aqui. A única forma de os motivar é a vida de jogador de futebolista, que é sempre corrida. Daqui a cinco jornadas acaba e temos de estar num ponto melhor para depois começarmos a próxima época da melhor forma.»

Apoio de jogadores, direção e adeptos apesar dos resultados:

«Deve ser estranho para vocês (jornalistas) e também para mim lidar com isso porque é algo que não estamos à espera. É o reflexo também de alguém que teve um treinador que, mesmo quando esteve por cima, nunca alimentou nenhuma saída, sempre quis ficar, e agora estou a ter o outro lado da moeda e a ser correspondido. Não tenho ilusões nenhumas, mas sei que talvez o treinador tenha gasto todos os créditos esta época e que esta situação não vai continuar para sempre. Mesmo com sondagens de outros clubes, nunca abri a porta, nem a deixei entreaberta. Agora estou a receber o mesmo tratamento por parte dos adeptos. Também dizem que o treinador é muito teimoso e que há muito gente que não concorda com ele, mas sabem que dou tudo pelo Sporting e defendo-os de tudo. Estou a ser correspondido. Se me perguntarem que é normal? Não, até é difícil para mim lidar com isso. Não é normal para um treinador, principalmente num clube grande como o Sporting, mas que como sabemos anda sempre numa roda viva, ter a estabilidade que tem nesse aspeto. É sinal de maturidade e bom sinal para mim, porque me facilita um pouco a vida.»

Continuidade:

Falei na semana passada, nada mudou. Expliquei bem a situação. O que posso dizer é que temos uma grande responsabilidade e queremos ganhar estes jogos. A minha ideia não mudou, como já expliquei. O objetivo é vencer o próximo jogo.

Reta final para Diomande ganhar estatuto:

«Tem de melhorar alguns aspetos no jogo dele. O estatuto não vai aumentar porque, aqui, ninguém tem estatuto de titular indiscutível - já provámos isso. Vão jogar os melhores, mas aqui ou ali, sou capaz de meter alguns jogadores para ver e testar para a próxima época.»

Chermiti emprestado para ganhar experiência?

«Fará parte do plantel para a próxima época. Se terá um ou dois (concorrentes no ataque)… sempre disse que precisávamos de mais um avançado (risos). Tem um potencial muito grande, mas tem coisas muito básicas e precisa de tempo para as trabalhar. Não quero que vá para lado nenhum, quero que fique connosco. Se o treinador estiver cá (risos), vai ser jogador do plantel principal na próxima época.»

Ceder jogadores à equipa B:

«Prejudicámos tantas vezes o (Filipe) Çelikkaya (treinador da equipa B. Como o Chermiti, o Dário (Essugo) é um jogador que temos de estabilizar na equipa A, mas vai à equipa B. O Fatawa a mesma coisa. Precisamos de o ver mais na equipa A para testar para a próxima época, mas vai à equipa B. Eles sabem que têm de ajudar a equipa B da mesma forma como ela nos ajudou durante o campeonato nas muitas lesões que tivemos.»

Ainda o futuro no Sporting:

«Só não quero estragar o trabalho que foi feito. Gosto muito de estar aqui. É muito óbvio. Um dia que saia do Sporting vou ter muita pena, mas não é esse o caso. Não mudou nada.»

Saídas no final da época:

«Do núcleo duro, fala-se muito das saídas de Pedro Gonçalves e Nuno Santos. Se houver grande rotação, temos de criar uma ligação diferente entre todos. No primeiro ano, como estava tudo contra nós, foi muito fácil criar uma essa ligação em que estávamos contra toda a gente. Agora é mais difícil. Temos de manter os jogadores e as ligações entre eles. O objetivo é manter o maior número de jogadores. Para mim, mais importante não é contratar jogadores, mas sim manter os que estão cá. Não sei o que vai acontecer, vamos ver.»