Manuel Machado: «Rui Borges tem feito muito no Vitória de Guimarães com pouca coisa»
Manuel Machado em entrevista a A BOLA, em 2021. Imagem: EDUARDO OLIVEIRA

Manuel Machado: «Rui Borges tem feito muito no Vitória de Guimarães com pouca coisa»

NACIONAL24.09.202422:25

Ao assumir a vice-presidência do Conselho Vitoriano, Manuel Machado chega ao cargo para «dar apoio e respaldo ao clube», ressaltando o seu compromisso para ajudar o clube em tempos difíceis.

Manuel Machado, ex-treinador do Vitória de Guimarães, foi eleito vice-presidente do Conselho Vitoriano, um órgão consultivo do clube. Com uma carreira que inclui quatro passagens (1992/93, 1995/96, 2004/2005 e 2010/11) no emblema minhoto, o ex-treinador de 68 anos retorna agora a uma função de destaque, onde pretende usar a sua experiência para enfrentar os desafios que se avizinham, especialmente num contexto financeiro complicado.

«Não vejo o Conselho Vitoriano como um desafio propriamente dito. É um órgão que oferece apoio e respaldo à estrutura diretiva do clube, sem interferir diretamente na gestão da direção ou do conselho fiscal. É composto por pessoas ligadas ao Vitória, que têm uma função meramente consultiva, sem implicação direta nas decisões», disse Manuel Machado em declarações a A BOLA, ressaltando a importância de sua ligação ao clube: «Como vim de uma tradição vitoriana e sou associado há muitos anos, sinto sempre um privilégio e uma grande responsabilidade em ajudar o clube. Estou disponível para contribuir de alguma forma, pois sempre tive uma ligação de grande afeição e respeito pelo Vitória».

Manuel Machado abordou os desafios financeiros que o clube enfrenta, destacando a fase complexa pela qual o clube tem passado. «Desde que a atual direção assumiu, herdou um conjunto de problemas financeiros consideráveis. Esta gestão está a caminho do seu terceiro ano e tem conseguido manter o Vitória a competir a nível europeu, superando várias dificuldades. Do ponto de vista desportivo, considero que o trabalho tem sido positivo, dado o cenário financeiro que herdaram», explicou.

Sobre a performance da equipa, que soma até agora 12 jogos com 10 vitórias e duas derrotas, Manuel Machado referiu que a «expectativa inicial é sempre baixa».

«O Vitória teve necessidade de vender os seus melhores ativos - Jota Silva (Nottingham Forest) e Ricardo Mangas (Spartak Moscovo), e isso naturalmente faz com que as expetativas nunca sejam demasiado altas. Há que jogar com as pedras que se tem, e, apesar disso, acredito que a equipa tem conseguido ultrapassar o que era esperado».

Ao falar sobre o atual treinador Rui Borges, Machado declarou que tem «muitas dificuldades em individualizar, porque, por princípio, o sucesso e o seu contrário devem-se sempre a um conjunto de fatores».

«Quando o sucesso acontece, é uma troca de galhardetes. Quando acontece o contrário, paga sempre o mesmo. Nunca depende apenas de uma pessoa. Ao Rui Borges só há que bater palmas, porque tem feito muito com pouca coisa».

Além de Manuel Machado, Luís Filipe Almeida Silva, sócio n.º 319, foi eleito Presidente do Conselho Vitoriano, numa eleição realizada por unanimidade. Célia Maria Abreu Magalhães e Bernardino C. S. Jordão assumem as funções de secretários.

O contexto atual do Vitória de Guimarães reflete um início de temporada notável, com a equipa a destacar-se nas competições europeias, tendo passado pela fase de qualificação da Liga Conferência sem sofrer golos. «Esse sucesso é um testemunho do trabalho árduo da equipa técnica e dos jogadores. Temos de manter essa mentalidade competitiva», afirmou.

Com três épocas consecutivas a conseguir um lugar para lutar por uma vaga na Europa, o Vitória de Guimarães encontra-se num ciclo «interessante». «Se conseguirmos uma classificação internacional, será um grande feito. Estamos aqui para competir e dar o nosso melhor», concluiu Machado.