O rigor e a exigência de Rui Borges: a receita do sucesso do Vitória de Guimarães
Rui Borges no dérbi minhoto, em Braga. Imagem: HUGO DELGADO/LUSA

O rigor e a exigência de Rui Borges: a receita do sucesso do Vitória de Guimarães

NACIONAL08:45

O médio Francisco Ramos e o treinador Rui Borges cruzaram-se no Nacional. O «foco na organização e na exigência é o que mais distingue» o atual treinador do Vitória de Guimarães

Francisco Ramos descreve Rui Borges como um treinador extremamente exigente e organizado, fatores que, segundo ele, têm sido fundamentais para o sucesso do Vitória de Guimarães. O médio português de 29 anos teve a oportunidade de trabalhar com o técnico de 43 anos durante a temporada 2021/22 no Nacional, uma experiência que o marcou pela proximidade entre treinador e jogador e pelas metodologias rigorosas implementadas por Rui Borges.

«O mister chegou poucas jornadas após o início da época e trouxe consigo um conhecimento prático do balneário, fruto da sua carreira como jogador. Ele sabe o que o jogador moderno valoriza e aplica isso no seu trabalho, tanto dentro como fora do campo», referiu Francisco Ramos, em entrevista a A BOLA. Este equilíbrio entre a gestão do grupo e o trabalho técnico e tático é, para o médio, uma das maiores qualidades de Rui Borges.

O «foco na organização e na exigência é o que mais distingue» o treinador no campo, sobretudo no que toca à organização defensiva. «O mister é muito exigente, especialmente com a linha defensiva e com os médios. Trabalha incessantemente no rigor tático e na pressão organizada da equipa, o que se traduz em equipas que sofrem poucos golos», destaca o jogador, sublinhando que a disciplina tática imposta pelo treinador exige uma atenção ao detalhe que, muitas vezes, faz toda a diferença durante os jogos.

Francisco Ramos não se mostrou surpreendido com o sucesso atual de Rui Borges no Vitória de Guimarães, afirmando que já no Nacional era evidente a capacidade do treinador para trabalhar ao mais alto nível. «Sabia que ele poderia fazer a diferença num clube maior e com jogadores de maior qualidade. A sua forma de trabalhar, aliada à organização e à relação que tem com os jogadores, faz com que tire o melhor de cada um e potencie o rendimento da equipa em campo.»

Para além da organização tática, Rui Borges «dá liberdade aos seus jogadores no último terço do campo, permitindo-lhes tomar decisões de forma criativa e instintiva», o que, segundo Francisco, contribui para que as suas equipas «marquem golos com regularidade».

Outro ponto que Francisco Ramos destaca é a metodologia na preparação dos jogos. Rui Borges divide as responsabilidades com o adjunto Ricardo Chaves, enquanto este se concentra na organização defensiva, Rui Borges trabalha o setor ofensivo. «O mister Ricardo Chaves, que foi defesa-central, trabalha muito na coordenação da linha defensiva, enquanto o mister Rui se dedica à parte ofensiva, finalização e dinâmicas», explica. Esta colaboração entre os dois «tem sido essencial para o sucesso do Vitória, que alia uma defesa coesa a uma frente de ataque dinâmica e eficaz».

Ao acompanhar o percurso do Vitória de Guimarães, Francisco Ramos mostra-se entusiasmado com a prestação da equipa. «Estão a honrar a camisola, com exibições de grande qualidade. A envolvência entre a competência do treinador e a qualidade dos jogadores está a ser o segredo do sucesso», conclui Francisco Ramos, que passou pelo D. Afonso Henriques em 2017/18.

Francisco Ramos e a longa recuperação após lesão grave

Formado no FC Porto, passou ainda por clubes como Vitória de Guimarães, Santa Clara e Nacional, estando agora ao serviço dos polacos do Radomiak Radom. Foi na sua ultima passagem por Portugal que conheceu Rui Borges. Em 2021/22 foi treinado pelo atual treinador do Vitoria de Guimarães, alguem que o marcou e a quem só tem elogios pela sua competência.

Francisco Ramos em ação pelo Radomiak Radom. Imagem: Instagram/francisconetoramos

Após um longo período afastado dos relvados devido a uma fratura na tíbia direita, ao serviço do Radomiak Radom, a contar para a 28ª jornada do campeonato polaco. Francisco Ramos voltou a ressentir-se recentemente, estando novamente em recuperação. O médio de 29 anos ficou 14 meses sem competir e passou por quatro cirurgias.

«A recuperação está a correr bem. Tive um pequeno percalço há algumas semanas, mas estou a voltar à forma gradualmente», afirmou Francisco. Apesar do longo tempo de paragem, o jogador mostra-se otimista e paciente, aguardando a oportunidade de voltar aos relvados. «Espero estrear-me em breve, mas vou ser paciente. Quero estar bem e confiante quando a oportunidade surgir.»

A ausência prolongada dos relvados não foi fácil de gerir, mas Francisco Ramos manteve uma atitude positiva durante todo o processo. «Um ano e quatro meses de paragem não é fácil. Estou há dois meses a treinar, e espero que o regresso aos jogos oficiais seja para breve», comentou o jogador, referindo-se ao longo percurso de recuperação que incluiu cirurgias e muita reabilitação.

Apesar das dificuldades, Francisco acredita que, com o apoio da equipa técnica do Radomiak Radom e do treinador português Bruno Baltazar, o regresso ao futebol estará para breve, mostrando-se ansioso por voltar a competir e a mostrar o seu valor. «Vou estar muito feliz quando voltar a jogar, depois desta longa viagem», concluiu o médio, que encara o futuro com esperança e determinação.