Luís Mendes e as contas do Benfica: «Simbiose perfeita!»
Luís Mendes, vice-presidente e admnistrador da SAD do Benfica

Luís Mendes e as contas do Benfica: «Simbiose perfeita!»

NACIONAL07.09.202312:49

Vice-presidente do clube e administrador da SAD destaca robustez financeira e a sintonia com os resultados desportivos

Luís Mendes, vice-presidente do Benfica e administrador da SAD encarnada detalhou e comentou, em entrevista na BTV, o Relatório e Contas de 2022/2023 apresentado quarta-feira.

Pela primeira vez desde o período de pós-pandemia as contas das águias apresentaram lucro, de 4,2 milhões de euros. 

Luís Mendes, braço direito de Rui Costa, destacou, também, a «robustez» dos capitais próprios do Benfica, de 113 milhões de euros, e o valor recorde de 195,8 milhões de euros de rendimentos operacionais sem contabilizar a venda de passes de jogadores.

Quais são os pilares para este resultado? Luís Mendes não tem dúvidas neste domínio.

«Fundamentalmente, quero destacar o equilíbrio entre a parte económica e a parte desportiva. Houve uma simbiose perfeita. Conseguimos resultados desportivos e económicos. Destaco o resultado positivo de 4,2 milhões de euros. Invertemos uma tendência de dois anos consecutivos de prejuízos, o que nos levou a repor um pouco o nível dos capitais próprios, o qual está em 113 milhões de euros, um valor muito próximo do capital social, o que é de enaltecer. Demonstra a robustez dos nossos capitais próprios. Quero destacar que, sem venda de atletas, atingimos o maior valor de sempre, cerca de 195 milhões de euros, um valor recorde. Batemos recordes em toda a parte de merchandising, comercial, de receitas e patrocínios, em todas as linhas de proveitos da Benfica SAD. Para isso, como é evidente, muito contribuiu o apoio da massa Benfiquista, de todos os adeptos do Benfica, a quem endereço os meus agradecimentos, porque contribuíram grandemente para estes resultados. Em suma, do ponto de vista económico, é um ano muito bom, e do ponto de vista desportivo, também. Culminou com a conquista do título e com o atingimento dos quartos de final da Champions, que foi muito importante», sublinhou o dirigente, que não esconde, porém, a importância da milionária transferência do médio argentino Enzo Fernández para os ingleses do Chelsea. Mas fez depois a comparação com outro negócio, o de Gonçalo Ramos para o PSG, que renderá muito mais dinheiro ao Benfica.

Quero destacar que, sem venda de atletas, atingimos o maior valor de sempre, cerca de 195 milhões de euros, um valor recorde!

«Enzo foi um excelente negócio. Era um negócio que inicialmente nem queríamos fazê-lo, porque queríamos privilegiar a parte desportiva, em detrimento da parte económica, mas não nos podemos abstrair da excelente venda. Um jogador que chega em julho por 75% dos direitos económicos, vale 18 milhões de euros, e passados seis meses é vendido por 121 milhões de euros, é sempre um excelente negócio. Por outro lado, temos de estabelecer sempre um paralelo entre uma venda de um jogador oriundo da formação e uma venda de um jogador adquirido anteriormente a outro clube. Posso dar o exemplo do Gonçalo Ramos. Neste momento está emprestado, mas temos uma cláusula que nos permite a venda do Gonçalo Ramos. Estamos a falar de um valor que pode chegar aos 80 milhões de euros, e, esses 80 milhões de euros, praticamente, vão ser todos considerados como proveito. Logo, apesar de o valor ser inferior ao do Enzo, vai contribuir muito mais para os resultados por ser um jogador da formação.»

Menos otimista está, por enquanto, à capacidade para equilibrar contas sem recorrer à alienação de passes de atletas.

«É sempre necessário vender jogadores para equilibrar os plantéis, para criar condições económicas para ser mais competitivo em termos internacionais. Não podemos abstrair-nos desse facto. Quero destacar que temos sempre a obrigatoriedade de apostar na qualidade dos plantéis, levando em linha de conta determinadas economias de custos, de modo que se possa libertar valores para tornar as equipas mais competitivas. Tenho um entendimento de que, se houver sucesso desportivo, isso induz ao sucesso económico e podemos fazer um círculo perfeito, porque, a um ciclo de sucesso desportivo, sucedem sempre, como verificámos neste ano, incrementos de proveitos, de vendas. Com incremento de vendas, há sempre aumento de resultados, e havendo aumento de resultados, naturalmente, há sempre capacidade de investimento. Com essa capacidade, entramos no ciclo perfeito.»

É sempre necessário vender jogadores para equilibrar os plantéis.

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