Lage ‘mete o dedo na ferida’ e insinua que não querem deixar o Botafogo ganhar

Treinador e diretor com duras críticas às arbitragens e à CBF

O Botafogo perdeu o segundo jogo seguido no campeonato e não ficou naturalmente satisfeito. Por isso, além do treinador Bruno Lage na conferência de imprensa após a derrota com o América Mineiro, esteve também o diretor André Mazzuco. O Botafogo reclama de um golo mal anulado a Diego Costa aos 88, que daria o empate, e o treinador português queixou-se também do relvado. 

17 setembro 2023, 08:42

Brasil: Segunda derrota seguida para o Botafogo de Bruno Lage e o Palmeiras a 7 pontos

«Infelizmente, mais uma vez, temos de vir aqui, chega a ser cansativo, devido a um erro capital, inaceitável da arbitragem. Por mais que o árbitro assistente tente explicar, com toda a educação, não nos convence. Hoje tivemos um gol legal anulado, e a explicação é que o defesa se preocupa com o Diego Costa. Vocês podem ver: o Diego Costa está parado, o central está a marcar o Janderson e tira a bola como tinha que tirar. A bola sobra para o pé do Diego, que faz o golo», reclama. 

«A equipa de arbitragem é que devia estar aqui a dar explicações. Isto é inaceitável, mas o Botafogo vai brigar até ao fim no campeonato. Vamos à CBF e não acontece nada», conclui, secundado por Bruno Lage, que falou numa campanha para prejudicar a vantagem do Botafogo, que é agora de 7 pontos:

«Reforço a posição do meu diretor e vou meter ainda mais o dedo na ferida. Cheguei aqui há dois meses e sinto que há critérios muito diferentes em outros tipos de jogos. Dá a sensação que se quer que o campeonato continue animado até o fim. Olhando para o que aconteceu nos últimos dois jogos temos sido prejudicados. Lamentavelmente têm acontecido muito erros e não é só nos nossos jogos. São também em outros jogos, o que de alguma forma tem contribuído para que a classificação continue equilibrada. Muitas coisas duvidosas e lances inexplicáveis.»

Dá a sensação que se quer que o campeonato continue animado até o fim

Bruno Lage foi depois questionado sobre se continua a acreditar no seu trabalho e se os adeptos aceitam as questões de arbitragem para justificar derrotas. 

 «Acredito e estou aqui com muita energia para continuar a trabalhar desta forma. Olhando para o que temos feito ao longo do campeonato, tirando esses dois jogos em que fomos prejudicados pela arbitragem, nós tínhamos conquistados pontos fora e dentro de casa. Mas hoje foi isto: era um golo válido que era mais um ponto. Sabe quantas oportunidades de golo é que o Atlético? Oportunidades claras? Zero. Assumo toda a responsabilidade, estou com energia mais do que suficiente», disse, falando então do relvado:

« Tenho que falar do relvado. Não é justificar nada, mas há coisas para  que temos de olhar. Jogamos num estádio onde a prioridade era fazer um show num estádio lindíssimo. Estádio que faz lembrar um dos melhores estádios europeus. E depois jogámos neste relvado que nem sei se se pode chamar relvado. Condiciona-se demais o jogo, ainda mais quando temos um jogo de toque, de passe e velocidade, em que a bola trava muito e salta muito.  Neste tipo de relvado é impossível.»

Por fim, mais um aviso: « Só quero reforçar ainda mais: estamos com muita energia. Se tiver que ser contra tudo e contra todos, nós vamos contra tudo e contra todos. Para nos vencer, tem de ser em igualdade. Podem até colocar-nos num campo de batatas que vamos com tudo. Não podemos é ir contra coisas que não controlamos. Tem que haver maior critério. Parece que faz mal ao campeonato que as coisas fossem decididas muito cedo.»