FC Porto: três onzes, três vitórias e uma mensagem

NACIONAL17.08.202418:20

Há nomes que ficam, outros que saem, e é o rendimento e não o estatuto que define quem é titular na equipa de Vítor Bruno; treinador quer um FC Porto total, forte em todos os períodos do jogo

Três jogos, três vitórias e três onzes diferentes. Longe de ser um dragão camaleónico, a equipa de Vítor Bruno exibe nuances estratégicas que colocam dúvidas no adversário e sublinha a traço grosso a principal mensagem do treinador: não há jogadores indiscutíveis. É o rendimento no treino e no jogo que determina quem entra na dinâmica e, nesse sentido, todos têm de estar preparados para entrar a qualquer momento.

Os três onzes utilizados até ao momento por Vítor Bruno

Parece evidente que as incidências da final da Supertaça contra o Sporting tiveram o seu peso nas mudanças que foram sendo introduzidas pelo treinador. Mas também é importante sublinhar que Vítor Bruno não apressou processos para ter referências no onze como Evanilson, que já partiu, ou Wendell, que aguarda pela estreia.

Há um núcleo que se mantém nestes três onzes. Diogo Costa, Martim Fernandes, que começou a lateral esquerdo e depois se fixou na direita, Zé Pedro e Otávio, a habitual dupla de centrais, Alan Varela, Nico González, Galeno e Namaso. Vasco Sousa emergiu como titular no losango desenhado contra o Santa Clara, quando no jogo anterior fora Eustáquio a ser primeira opção. Iván Jaime, que marcou o golo da vitória na Supertaça, conquistou o seu espaço a partir do segundo desafio, aparecendo tanto nos flancos como em zonas mais interiores.

Independentemente do posicionamento de algumas peças, o modelo prevalece sobre as individualidades. Com menos vertigem, mas mais cerebral e a atacar muito bem as primeiras e segundas bolas, o FC Porto vem criando supremacia sobre os adversários. A exceção foi a 1.ª parte contra o Sporting. Contudo, Vítor Bruno não está satisfeito com a forma como a equipa geriu as vantagens construídas frente ao Gil Vicente e Santa Clara. O treinador aceita o erro como sendo parte natural e integrante de um jogo – defendeu assim Grujic, a propósito da saída do sérvio do onze -, mas não a mudança de comportamento coletivo que implique a demissão da responsabilidade de continuar a ir para cima do opositor e marcar mais golos.

Exigente, deixou claro que não gostou da 2.ª parte nos Açores e que nem todos os suplentes utilizados acrescentaram aquilo que esperava. É uma crítica construtiva na procura de um FC Porto total, em que o estatuto não é nem será aspeto valorizado numa época longa e desgastante. Rendimento é a palavra-chave.