FC Porto: pausa na pior altura para plantel «em agonia»

NACIONAL12.11.202406:35

Derrocada na Luz vai demorar a digerir. Campeonato só regressa em dezembro e equipa queria reagir no imediato com uma vitória. Internacionais ouviram discurso de Villas-Boas antes de partirem

Não podia ter chegado em pior altura o desaire copioso do FC Porto no clássico da Luz (1-4). Não que uma derrota tenha data melhor ou pior para aparecer, mas porque não há possibilidade de haver uma resposta imediata ao infortúnio nem libertar a alma. 

Na véspera do início da pausa das competições de clubes para os compromissos das seleções, os dragões sofreram quatro golos na casa do rival pela primeira vez em 60 anos e o plantel vai ter de aguardar para limpar a imagem deixada ante os encarnados.

A reação de revolta nas hostes azuis e brancas pedia uma reposta rápida e assertiva, mas a verdade é que vai ter de esperar, ainda mais na Liga, prova na qual os dragões perderam terreno para o topo.

Terminado o período das datas FIFA, os portistas têm dois duelos fora de portas, com Moreirense, para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal e Anderlecht, na 5.ª jornada Liga Europa, antes de finalmente jogarem para o campeonato, de regresso ao Dragão quase um mês depois, ante o Casa Pia.

«Em agonia» é como Vítor Bruno adjetivou o estado de espírito do grupo após o duelo na Luz, uma expressão, que, de resto, já havia utilizado esta época, depois do desaire na Noruega com o Bodo/Glimt (2-3), para a Liga Europa.

«A marca que [a derrota] deixa é nas próximas 24 horas, aí vai deixar marca, vai deixar-nos em agonia. Isto não representa em nada aquilo que é a marca forte que tem de ser deixada em campo por uma equipa como o FC Porto», afirmou o treinador no rescaldo do jogo com o Benfica.

No final da partida, os efeitos nefastos de nova derrota, a segunda consecutiva, espelharam-se no balneário, com o sentimento de dever falhado a imperar entre os jogadores. Devido à partida de meia- dúzia de internacionais para as respetivas seleções, eles que já não estiveram ontem na sessão matinal no Olival, André Villas-Boas fez questão de passar a mensagem de desagrado ao balneário com todos os convocados presentes.

À 11.ª jornada, os azuis e brancos perderam em casa dos dois maiores rivais e estão a seis pontos do líder Sporting, além de terem também averbado derrotas com Bodo/Glimt e Lazio, ambas para a Liga Europa, prova que não está a correr de feição aos dragões, com quatro pontos amealhados em quatro jornadas.

Antes de receberem o Casa Pia e regressarem a casa, os azuis e brancos têm, ainda assim, a obrigatoriedade de apagar as marcas profundas que as duas derrotas com a Lazio e Benfica provocaram. A série de sete jogos em 21 dias até começou bem, com triunfos contra Sintrense (0-2, Taça de Portugal), Hoffenheim (2-0, Liga Europa), Aves SAD (0-5), Moreirense (2-0, Taça da Liga) e Estoril (4-0), mas terminou com o FC Porto a derrapar e a plantar novas dúvidas sobre a robustez do seu setor defensivo.