Remco Evenepoel tem ainda mais lesões causadas pelo acidente

Corredor belga partiu uma costela, omoplata e mão, sofreu luxação de clavícula e contusões nos pulmões ao colidir com a porta aberta de uma viatura. Já foi operado ao ombro, que terá imobilizado durante duas semanas

Remco Evenepoel sofreu um grave acidente de trânsito, esta terça-feira, durante o treino matinal de bicicleta, causando-lhe fraturas de uma costela e da omoplata e mão direitas, contusões nos dois pulmões e luxação de clavícula direita.

O corredor da Soudal Quick-Step treinava na zona de Kerlplein, Oetingen, na Bélgica, quando colidiu com uma viatura dos correios, cujo condutor terá aberto a porta inadvertidamente. O belga permaneceu consciente após o acidente e quando foi assistido pelos paramédicos, tendo sido transportado de emergência ao Hospital Erasmus, em Anderlech, onde lhe foram diagnosticadas as fraturas.

Uma testemunha do acidente, citada pelo jornal Nieuwsblad, descreveu o que assistiu. «Ele [Remco Evenepoel] ficou deitado no chão durante algum tempo», começou por contar. «Encolheu-se um pouco depois, foi claramente uma colisão forte. A porta da carrinha dos correios estava completamente torcida. A bicicleta dele partida em dois, dobraram-na como se fosse uma cadeira de rodas», referiu. «Quando fui espreitar, estava pálido como a morte, tremia sem parar e os serviços de emergência deram-lhe uma Coca-Cola. A sua esposa Oumi chegou quase ao mesmo tempo da ambulância», acrescentou.

Algumas horas depois, a meio da tarde, a Soudal Quick-Step divulgou um comunicado no seu site, informando sobre as lesões de Remco Evenepoel e que o corredor, de 24 anos, seria transferido para o hospital de Herentals, onde procederia a exames mais rigorosos para determinar a extensão das lesões e estimar o tempo de recuperação. Esses exames permitiram revelar que o corredor sofreu também contusões nos dois pulsões e luxação da clavícula direita, conforme a equipa informou numa nota posterior, em que acrescentou mais pormenores sobre os próximos procedimentos clínicos e processo de recuperação.

«[Evenepoel] será submetido a intervenção cirúrgica à clavícula ainda esta noite [terça-feira], que, se for bem-sucedida, deverá permitir-lhe ter alta hospitalar amanhã [quarta-feira]. Seguir-se-á um período de imobilização de duas semanas, após o que será determinado, pela equipa médica da Soudal Quick-Step, um plano de recuperação e regresso aos treinos. Desejamos-lhe uma rápida recuperação e agradecemos ao staff do Hospital de Herentals pelo apoio!», conclui a equipa em segundo comunicado.

«Carteiro muito perturbado»

A empresa de correios belga Bpost, cujo funcionário e veículo estiveram envolvidos no acidente, contactada pelo Nieuwsblad, pronunciou-se sobre o sucedido. «Lamentamos profundamente o que aconteceu e iremos cooperar plenamente com a investigação», respondeu Bpost. «Não podemos comentar as circunstâncias exatas do acidente. A polícia chegou ao local para tirar as conclusões necessárias e, claro, tanto o Bpost como o carteiro envolvido vão cooperar plenamente na investigação. O carteiro em questão, uma senhora, está muito perturbado. É um incidente muito infeliz e esperamos do fundo do coração que o grande campeão de ciclismo Remco Evenepoel não sofra quaisquer lesões graves», declarou porta-voz da Bpost, citado pelo referido jornal belga.

Este é o segundo incidente em 2024 em que Evenepoel sofre fraturas, o primeiro em treino. Em abril em 2024, na Volta ao País Basco, o corredor belga foi um dos envolvidos numa queda coletiva, fraturando a clavícula e a omoplata direitas. Todavia, recuperou a tempo de subir ao pódio, na terceira posição, na sua estreia na Volta a França, em julho, e de conquistar duas medalhas de ouro olímpicos em Paris, na corrida de fundo e no contrarrelógio, e de revalidar o título mundial desta disciplina individual do ciclismo.

As consequências deste segundo acidente deverão atrasar o arranque de época do vencedor da Vuelta de 2022 e que iniciou a temporada de 2024 em Portugal, com vitórias na Clássica da Figueira e na Volta ao Algarve, esta última, a terceira na prova.