Diogo Valente conhece o clube e Vítor Bruno: «O FC Porto não perde dois jogos seguidos»

Esquerdino jogou nos dragões e foi orientado pelo técnico na Académica; antevê reação pronta da equipa e uma confiança inabalável do treinador no processo; «Arouca deverá ‘pagar’ a fatura», projeta

«Nem tudo estava bem e nem tudo está mal agora, foi um jogo que perdemos. No FC Porto já é difícil empatar, quanto mais perder». Esta foi uma das frases proferidas por Vítor Bruno durante a conferência de Imprensa que aconteceu depois do jogo com o Bodo/Glimt, na passada quarta-feira, que os dragões perderam por 2-3. O técnico azul e branco dava conta, na altura, do peso que um desaire tem sempre para um clube com a dimensão do FC Porto, pelo que pode perspetivar-se, agora, uma resposta firme da equipa no desafio vindouro, que, no caso, será diante Arouca.

Importa, pois, perceber como é que Vítor Bruno vai levar os seus jogadores a estarem totalmente preparados para darem uma outra imagem e para conseguirem o que o universo portista deseja: um triunfo (se possível com uma boa exibição) na receção aos lobos da Serra da Freita, depois de amanhã (18 horas).

E para que se possa ter uma ideia do que será feito nestes (poucos) dias entre os dois jogos, A BOLA esteve à conversa com um antigo jogador do FC Porto que também trabalhou com Vítor Bruno: Diogo Valente. O extremo, cujo pé esquerdo ainda continua a espalhar magia e a encantar os adeptos do Salgueiros, histórico clube que representa há quatro temporadas, não tem dúvidas em projetar uma reação imediata dos dragões.

Esquerdino representou os azuis e brancos na época 2006/2007. (Foto: ASF)

«O FC Porto não fez um bom jogo na Noruega, cometeu bastantes erros a acabou por ser castigado por isso. E é algo que não pode acontecer num clube como o FC Porto. Do que eu conheço do Vítor Bruno, embora, na altura, ele desempenhasse as funções de adjunto, não tenho dúvidas de que aprendeu bastante com o mister Sérgio Conceição no que concerne também à liderança a este nível de exigência. Acredito que a interação do Vítor Bruno com os jogadores seja incisiva, nomeadamente a dissecar os erros cometidos, alertando a equipa para o que não deve voltar a fazer, mas, em simultâneo, também penso que irá privilegiar uma mensagem de confiança para que os jogadores se sintam ainda mais motivados no sentido de darem uma resposta à altura da dimensão do clube», antevê o canhoto.

E para fortalecer ainda mais esta ideia, Diogo Valente, que esteve com Vítor Bruno na Académica na época 2013/2014, fala das convicções do atual técnico dos azuis e brancos: «Vítor Bruno foi sempre um treinador de relação. Vai manter a confiança nas dinâmicas, corrigindo o que há para corrigir, naturalmente. Não o conheço enquanto treinador principal, mas tenho quase a certeza de que não irá colocar em causa o processo e irá manter-se fiel às suas ideias. Claro que, pelo resultado e pela exibição, há muitas coisas para melhorar e acredito que ele se debruçará bastante nisso nestes dias de preparação para o próximo jogo.»

Valente é um símbolo do Salgueiros, mas também encantou na Briosa. (Foto: ASF)

E se o compromisso seguinte dos azuis e brancos é diante do Arouca, então serão os arouquenses a serem responsabilizados pelo desaire portista na Noruega, na partida de estreia na presente edição da Liga Europa.

Diogo Valente conhece bem a realidade dos dragões, não só por ter jogado no clube, mas também como atento espectador do fenómeno do futebol, e também neste caso não tem dúvidas em afirmar que a derrota do FC Porto frente ao Bodo/Glimt foi a pior coisa que poderia acontecer… aos lobos da Serra da Freita.

«A resposta tem de ser dada de forma imediata. Naquela casa é proibido perder dois jogos seguidos. Como se diz na gíria, julgo que o Arouca vai ‘pagar’ a fatura. Com todo o respeito pelo Arouca, é sempre pior ir ao Dragão depois de uma derrota do FC Porto. Sendo que este Arouca não está tão forte como esteve na época passada, pelo que prevejo que venha a sentir muitas dificuldades no jogo de domingo», concluiu Diogo Valente.