Médio-ofensivo debutou na equipa principal no desaire diante do Bodo/Glimt; dia para não mais esquecer, apesar do resultado adverso; é um dos expoentes máximos do tão propalado ‘ouro da casa’ e aguarda mais oportunidades de Vítor Bruno
Quando, ao minuto 69 do encontro de ontem, frente ao Bodo/Glimt, Vítor Bruno decidiu voltar a mexer na equipa – antes disso, aos 61 minutos, já tinha lançado Galeno e Pepê -, uma das opções de mais uma dupla substituição passou por Rodrigo Mora – em simultâneo entrou também Deniz Gul, sendo que ambos renderam Marko Grujic e Iván Jaime, respetivamente.
Nesse momento, estava a escrever-se mais uma página de história no FC Porto e, por inerência, na carreira de Rodrigo Mora: o jovem médio-ofensivo estreava-se na elite portista. E logo num jogo europeu! Tornou-se, aliás, no segundo mais jovem de sempre a participar num encontro internacional com a camisola do FC Porto. Neste capítulo, é apenas superado por Fábio Silva, ponta de lança que foi lançado nestas lides em 2019, na altura com 17 anos e dois meses. Mora fica atrás apenas por… dois meses – Rúben Neves (em 2014, com 17 anos e cinco meses), Fernando Gomes (em 1974, com 17 anos e nove meses) e Francisco Conceição (em 2021, com 18 anos e dois meses) completam a lista.
E nem esse facto, o de tratar-se de uma partida internacional, assustou o ‘miúdo’. Tal como, de resto, escreveu João Pimpim, jornalista de A BOLA, que na apreciação individual aos jogadores portistas atribuiu nota 6 ao camisola 86 e dele escreveu: «Com atributos técnicos acima da média, lançou chamas na defesa adversária, deixando boa imagem nesta estreia pelo FC Porto.»
Diogo Costa sofreu três golos, mas acabou por salvar o FC Porto de humilhação maior. Samu foi protagonista de forte entrada do dragão; centrais destacaram-se pela negativa. Do banco saiu sangue novo, mas... demasiado tarde
Apesar da derrota que, logicamente, não deixou ninguém satisfeito no interior da estrutura azul e branca, a verdade é que o debute de Rodrigo Mora acabou por ser uma das (poucas) coisas positivas a extrair da deslocação à Noruega. Uma estreia é sempre uma estreia e, ainda para mais, tendo em linha de conta de que se trata de uma das mais cintilantes pérolas da formação dos dragões.
Rodrigo Mora tem apenas 17 anos. Completados no passado dia 5 de maio. Tem ainda muito para crescer, para evoluir, mas também já tem muito para… aparecer. Os (imensos) atributos individuais que possui não passaram despercebidos a Vítor Bruno, que chamou o jovem para o estágio de pré-temporada, realizado na Áustria. As indicações dadas pelo (já) internacional sub-21 por Portugal (bateu o recorde do mais jovem de sempre a atuar neste escalão, tendo sido suplente utilizado na partida frente à Croácia, no passado dia 10, fazendo, inclusivamente, uma assistência para golo no triunfo (2-0) da turma lusa – também já tinha contabilizado internacionalizações pelos sub-15 (4), sub-16 (6) e sub-17 (17) – foram extremamente positivas e ficou claro que iria ser útil ao plantel principal do FC Porto esta época. A (primeira) prova está dada.
Tido como um dos expoentes máximos da tão famigerada expressão ‘ouro da casa’, Mora tem sangue azul. Nascido e criado no FC Porto, o criativo brilhou intensamente nos escalões de formação e subiu naturalmente ao contexto da equipa B. Onde tem jogado, de resto, na temporada em curso – leva cinco golos e uma assistência na Liga 2 -, continuando a abrilhantar cada aparição com uma magia (muito) acima da média. O futuro está nas suas mãos e o médio-ofensivo vai reforçando a ideia de que pode explodir a todo o momento no conjunto orientado por Vítor Bruno. O técnico não quererá, naturalmente, queimar etapas no processo de maturação do jogador, mas sabe que com ele pode continuar a contar. As oportunidades aparecerão com naturalidade, assim o baixinho continue a fazer por merecer. Para já, a estreia do menino Rodrigo na elite portista já lá… Mora.