«Darwin ainda tem de passar por um processo de crescimento»
Darwin Núñez frente ao Luton Town (IMAGO)

«Darwin ainda tem de passar por um processo de crescimento»

INTERNACIONAL06.11.202314:28

José Gomes falou com A BOLA sobre o avançado uruguaio, com quem trabalhou no Almería

Darwin Núñez falhou duas claras oportunidades de golo no empate do Liverpool com o Luton Town (1-1) e voltou a ser alvo de muitas críticas pelos adeptos. Apesar de apresentar sinais de melhoria em relação à época passada, tendo levado o treinador Jurgen Klopp a referir recentemente que tem «um pouco de medo do nível que Darwin poderá alcançar», o avançado ainda oscila na perceção do seu real valor.

José Gomes trabalhou com Darwin no Almería no final da época 2019/20 e falou com A BOLA sobre as forças e as fraquezas do avançado de 24 anos.

«O Darwin é um avançado super-potente, rapidíssimo e capaz de, sozinho, criar uma situação de golo. Agora, há outros jogadores que com 20 anos já têm muita serenidade e há jogadores que, pela sua impetuosidade e energia, acabam muitas vezes por celebrarem o golo antes de rematarem. É a juventude do ponta de lança que leva a que haja falhanços.»

O técnico, que esta época orientou o GD Chaves, apontou também a dificuldade do avançado contra equipas que defendam em bloco baixo: «O Darwin, depois de fazer o primeiro toque e ficar de frente [para a baliza], tem muita qualidade. Mas o primeiro toque muitas vezes não é bom. Quando joga com essas equipas que obrigam a um jogo de maior paciência, acaba por se notar mais essas dificuldades. E tem também menos espaço nas costas da defesa.»

«É um facto, já está melhor, mas tem essa dificuldade em jogar em ataque apoiado, nota-se mais esse problema», completou. 

Deste modo, José Gomes considera que Darwin «tem de passar por um processo de crescimento» e acredita que «daqui a três, quatro anos, estes erros não vão acontecer». 

José Gomes, Chaves, Créditos Luis Forra / Lusa

Sobre essa evolução de Darwin, que está a atuar na Europa há cinco épocas, José Gomes referiu: «Há jogadores que com 18, 19 anos, já percebem muito bem o jogo. Outros demoram mais tempo.»

«Eu recordo uma frase de Toni, com quem trabalhei no Benfica, sobre ele próprio: ‘quando comecei a perceber o jogo, estava a acabar a carreira’. Não somos todos iguais.»

Apesar de ter orientado Darwin por dois meses e no contexto da pandemia do covid-19, José Gomes também conheceu o avançado como pessoa: «O Darwin é fantástico, humilde, trabalhador, foi uma delícia trabalhar com ele, pela pureza que ele tem.»