«Como fazer xeque-mate em apenas duas jogadas» (crónica)
Minhotos festejam o quarto golo diante do Boavista, apontado por Rodrigo Zalazar (Foto: LUSA/ESTELA SILVA)

Boavista-SC Braga, 0-4 «Como fazer xeque-mate em apenas duas jogadas» (crónica)

NACIONAL26.02.202423:19

Simon Banza e Abel Ruiz abriram caminho à goleada; congolês bisou e assistiu; erros a mais num Boavista pouco proativo até ao 0-2

O SC Braga soube que tinha garantido o triunfo em apenas dois minutos, já na reta final do primeiro tempo. Até esse primeiro remate bem-sucedido de Simon Banza, aos 42’, o equilíbrio era uma das notas dominantes. A outra era a falta de ideias.

Os arsenalistas canalizavam os ataques mais pela esquerda, com Joe Mendes a aproveitar o espaço libertado por Ricardo Horta, e o sueco, apesar de mais habituado ao corredor do lado contrário, não virava a cara aos cruzamentos com o pior pé, embora sem grandes aproveitamento por parte dos colegas. Curiosamente, o primeiro e único sinal de perigo até aos golos foi dado por Roger, com João Gonçalves a defender com dificuldade, logo aos 9 minutos.

Banza é talento

O 0-1 resultou de uma perda de bola de Reisinho a meio-campo. Banza aproveitou, partiu em velocidade para a baliza, ultrapassou a tentativa de desarme à queima de Abascal e finalizou por entre as pernas de João Gonçalves.

Não foi preciso esperar muito pelo segundo golo. Aos 44’, um ataque rápido encontrou Abel Ruiz para o apoio frontal, Banza entregou a Horta e este fez a bola passar por cima da muralha axadrezada de novo para Ruiz. O espanhol tirou subtilmente a bola do alcance do guarda-redes. Xeque-mate!

Era certo que o Boavista iria dar luta no segundo tempo, porém a margem parecia suficente para gerir. E foi. Mesmo que tenha sido alcançada sem grande criatividade.

Suplentes decisivos

As panteras tentaram ser tudo aquilo que não foram no primeiro tempo: mais proativas, mais subidas no terreno, mais dispostas a discutir as despesas da partida, todavia nem por isso com maior capacidade para tornar a noite de Matheus demasiado complicada.

Aos 60’, Artur Jorge refrescou o lado esquerdo da equipa, com a entrada de Borja e Bruma, e os dois combinaram para o 3-0, que valeu a Banza o bis e a liderança partilhada da tabela dos melhores marcadores com Gyokeres.

Novo duro golpe para os da casa surgiu aos 72’, logo depois de Joel Silva obrigar Matheus à defesa de nível de dificuldade mais elevado. Na sequência da jogada, Banza aproveitou novo erro e serviu Zalazar para o quarto golo.

Mesmo com tantos tropeções pelo caminho, o SC Braga já se encontra a três pontos do FC Porto.