Carvalhal apresentou uma linha de três defesas-centrais no duelo com o Elfsborg e o esquema pode manter-se na receção ao Sporting. Onze inicial deverá voltar a sofrer várias alterações. Pouco tempo de descanso obriga a uma gestão meticulosa de todo o plantel
João Ferreira, Paulo Oliveira e Bright Arrey-Mbi. Foram estes os três defesas-centrais que Carlos Carvalhal apresentou no encontro frente ao Elfsborg (1-1), da passada quinta-feira, referente à 4.ª jornada da Liga Europa. O esquema foi diferente do que tem sido habitual, mas apenas no papel. Porque já noutros jogos os arsenalistas tinham apresentado um desenho muito semelhante, muito por via da versatilidade de João Ferreira, que, entrando na folha como lateral-direito, já apareceu várias vezes por dentro, praticamente a formar a tal linha de três defesas, o que permite maior projeção ao lateral contrário, seja Yuri Ribeiro ou Adrián Marín – o português e o espanhol têm sido as opções para a esquerda.
Mas o embate na Suécia teve outra particularidade no que concerne a esta dinâmica. E por isso foi (relativamente) diferente. É que nas alas apareceram dois elementos com caraterísticas vincadamente ofensivas, casos de Roger Fernandes (pela direita) e Gabri Martínez (pela esquerda), com os equilíbrios do setor intermediário a ficarem a cargo de Vítor Carvalho e de João Moutinho.
E a grande verdade é que a equipa deu uma boa resposta. A coesão defensiva foi quase sempre uma constante – exceção feita ao lance do golo sofrido, já na reta final, quando Gottfrid Rapp fugiu pelo corredor direito e tirou um cruzamento milimétrico para o desvio certeiro de Emil Holten (o avançado dinamarquês antecipou-se a Paulo Oliveira, naquele que foi um dos poucos duelos que o central português não ganhou ao longo dos 90 minutos) – e esse dado pode reforçar a ideia do técnico de que a mesma estratégia também pode funcionar no difícil embate que se antevê frente ao Sporting.
Isto porque, além do incontornável Viktor Gyokeres (melhor marcador da Liga, com 16 golos em 10 jornadas, e que chega a Braga ainda mais motivado pelo ‘hat trick’ apontado ao Manchester City, a meio da semana, para a Liga dos Campeões), os leões têm outros elementos fortíssimos no um para um, casos, por exemplo, de Pedro Gonçalves e Francisco Trincão, pelo que serão necessários cuidados redobrados para que a baliza (que deverá voltar a ser) de Matheus não passe por sobressaltos em demasia.
Sessenta anos depois de um 5-0 ao Manchester United, o Sporting voltou a fazer história em Alvalade, ao golear o Manchester City numa noite mágica, em que o pragmatismo de Amorim levou a melhor sobre o lirismo de Guardiola
Também em terrenos mais adiantados, com Bruma a ser um forte candidato à titularidade. Se o internacional português for lançado de início, então Ismael Gharbi pode ser o preterido. E o lugar de elemento mais adiantado também deve mudar de dono. A rotatividade que tem sido implementada com os pontas de lança deixa antever que El Ouazzani parte na linha da frente relativamente a Roberto Fernández.
Além das questões estratégicas definidas por Carlos Carvalhal, também é levada em linha de conta a gestão do plantel. Que tem forçosamente de ser meticulosa em função da enorme quantidade de jogos num curto espaço de tempo. Sempre com a vitória em mente.
Treinador tem dado corpo à tese de que, para si, «não há titulares nem suplentes». Registos individuais comprovam que a gestão abrange a totalidade do grupo. Prestações coletivas correspondem às exigências
Batismo europeu de Hornicek
Tarde/noite para não mais esquecer para Lukas Hornicek. Afinal, a partida diante do Elfsborg marcou a estreia europeia do jovem guarda-redes chéquio.
A cumprir a sexta temporada em Braga – chegou na época 2019/2020, ainda para os juniores dos arsenalistas (jogou, depois, na equipa B e nos sub-23 antes de estabelecer-se em definitivo na formação principal) -, Lukas Hornicek foi lançado na elite bracarense, precisamente, por Carlos Carvalhal (em 2021/2022, na anterior passagem do técnico pelo clube), e é uma forte aposta do clube (também) para o futuro.
O número 91 já tinha sido opção esta época nos jogos com o Boavista (1-0), na 2.ª jornada da Liga – na altura, devido ao impedimento físico de Matheus -, e com o 1º Dezembro (2-1), para a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal – neste caso, por opção técnica -, e agora voltou a merecer a confiança de Carvalhal no duelo da 4.ª jornada da Liga Europa.
Depois de amanhã, porém, Lukas Hornicek (que voltou a ser convocado para os sub-21 da Chéquia) deverá voltar a sentar-se no banco de suplentes na receção ao Sporting, uma vez que Matheus reassumirá, ao que tudo o indica, o seu lugar entre os postes. O brasileiro é, como se sabe, dono e senhor da baliza dos guerreiros do Minho, e será ele o último obstáculo dos atuais campeões nacionais no clássico a realizar na Pedreira (18.45 horas).
Rodrigo Zalazar está em dúvida
Será uma dúvida que, provavelmente, perdurará até à hora do jogo com o Sporting. Falamos de Rodrigo Zalazar, que falhou a deslocação à Suécia devido a fadiga muscular, tendo Carlos Carvalhal explicado, na antevisão do encontro com o Elfsborg, que o internacional uruguaio seria reavaliado após esse embate europeu para ficar-se a saber se estaria, ou não, em condições de dar o seu contributo à equipa frente aos leões.
O plantel bracarense treinou-se hoje, já em solo nacional, e voltará a fazê-lo amanhã, na Cidade Desportiva, pelo que só depois disso será tomada a decisão sobre a possibilidade do criativo sul-americano estar às ordens do técnico diante do atual líder da Liga. E caso esteja em condições, Rodrigo Zalazar, pela importância que tem na equipa, será um sério candidato à titularidade.