Colombatto ilibado no caso de racismo com Pepe
CD da FPF não deu como provado que o jogador do Famalicão tenha chamado 'mono' [macaco] ao capitão do FC Porto na segunda mão das meias finais da Taça de Portugal da época passada
O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ilibou Santiago Colombatto no caso do alegado insulto racista que terá dirigido a Pepe, capitão do FC Porto, no jogo da segunda mão das meias finais da Taça de Portugal da época passada, realizado a 4 de maio.
No acórdão do CD, o organismo considera não ter sido possível provar que Colombatto tenha dirigido o insulto denunciado por Pepe.
«Aqui chegados, da materialidade dada como provada não resulta, por não se ter demonstrado, que após o minuto 87 de jogo, quando se encontrava caído no terreno de jogo, o jogador Santiago Colombatto tivesse olhado na direção do jogador Pepe e proferido, na sua direção, a palavra «mono». Por tal razão, atenta a factualidade considerada provada, da mesma não emerge demonstrada a prática de qualquer infração disciplinar pelo jogador arguido, em virtude do que, não se mostrando preenchidos os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar previsto e sancionado pelo artigo 159.º do RDLPFP, resta concluir pela improcedência da acusação, assim se impondo a absolvição do arguido Santiago Colombatto», lê-se.
«Mais afirma a acusação que, posteriormente, após ter tomado banho, o jogador Pepe encontrou o jogador Santiago Colombatto e o Presidente da Famalicão SAD à saída do balneário e nesse instante o jogador ora arguido explicou ao Pepe o que lhe tinha dito e tentou pedir desculpas pelo seu comportamento, mas não admitiu que tivesse proferido a expressão 'mono' na direção do jogador Pepe, razão pela qual este não aceitou o pedido de desculpa daquele», revela ainda o acórdão do CD.
Percebe-se, ainda, que o testemunho de Jhonder Cádiz, colega de Colombatto, foi fundamental para a decisão, bem como os de Matheus Uribe e de Luís Gonçalves, ambos do FC Porto, que atestaram que o venezuelano estava perto de Colombatto e Pepe na altura do sucedido, pelo que levaram em linha de conta as palavras de Cádiz.
Durante o processo, Cádiz assegurou que Colombatto não chamou mono a Pepe, mas que lhe dirigiu, antes, as seguintes palavras: «Me diste um patadon, boludo [Deste-me uma patada, idiota]».