Carlos Carvalhal: «Do pouco quero muito. Entrega e empenho»
Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, na Liga Europa. Imagem: EPA/VALENTIN FLAURAUD

Carlos Carvalhal: «Do pouco quero muito. Entrega e empenho»

NACIONAL17.08.202412:51

Treinador do SC Braga fez a antevisão da partida com o Boavista, no Estádio do Bessa, este domingo, às 20.30 horas, para a 2.ª jornada da Liga

Carlos Carvalhal vai estrear-se na Liga, no comando técnico do SC Braga, depois do triunfo e consequente passagem para o play off de acesso à Liga Europa e aponta ao triunfo na visita ao Estádio do Bessa, para defrontar o Boavista que conseguiu vencer, fora, na primeira jornada. O treinador, de 58 anos, ainda mencionou que vai responder de forma coletiva à ausência de João Moutinho por lesão e deixou a porta aberta para reforços, até ao fecho do mercado.

Um desafio superado e agora o foco está no campeonato. O que espera de um adversário, historicamente, difícil e jogar no Bessa é sempre complicado?

- Não há jogos fáceis, jogar no Bessa nunca é fácil. O Boavista vem moralizado com um triunfo fora no campeonato. Compete-nos ter respeito pelo adversário. Vamos a jogo com foco e com o objetivo de trazer os três pontos.

Pouco tempo para trabalhar, pouco tempo para recuperar e dentro disto o que é que o preocupa mais?

- Não me preocupa nada. Do pouco quero muito. Quero muita entrega e empenho, que a equipa trabalhe muito e corra muito. Não sei se foi percetível na televisão, mas nos primeiros 15 minutos do último jogo, se não mantivéssemos a coesão, íamos sofrer golos, no ano passado a Roma passou dificuldades naquele estádio, a nossa equipa mostrou maturidade, aqueles carrinhos e pressão no início não foram fáceis de superar. Depois soubemos colocar a bola no chão e tivemos momentos de algum brilhantismo. O jogo pediu atitude e agarrar o controlo do jogo de forma muito forte e é isso que se pede para amanhã, sermos competitivos, e sabermos que vamos ter um adversário complicado pela frente.

A lesão de João Moutinho causa-lhe alguma dor de cabeça? Teve pouco tempo, mas os jovens Gorby e Thiago Helguera podem ser os substitutos de Moutinho?

- O Gorby fui eu que o lancei, não preciso de ver grande coisa. Infelizmente temos a lesão do João [Moutinho], o SC Braga não depende de um só jogador, depende do coletivo. A equipa deu uma boa resposta depois de ele sair e com certeza vai dar novamente. Teremos soluções para colmatar a sua ausência.

Já se viu um jogo mais associativo, na partida com o Servette, mas o que é que ainda falta a esta equipa para estar mais à sua imagem?

- Muito trabalho pela frente, não que não tenha sido bem feito, mas para que a equipa atinja aquilo que pretendemos e que tenha a fluidez que pretendemos. Ciclo muito difícil para se implementar ideias. Contamos com sacrifício, com o vídeo e com a componente estratégica, assim como a inteligência dos jogadores. Contexto difícil, devido à ausência de treinos. Confirmamos a presença nas competições europeias, vamos com tudo para Liga Europa, mas um dos objetivos, importante para o clube está alcançado. Vamos dentro do possível imprimir coisas a cada jogo e vamos para a vitória amanhã.

Há gestão a fazer? Na última passagem pelo SC Braga alcançou dois quartos lugares e conquistou uma Taça de Portugal. Quarto lugar é o mínimo?

- A gestão tem de ser feita nas diversas competições. O SC Braga não pode eliminar competições, pois a grandeza do clube tem essa exigência. Temos de fazer do próximo jogo o das nossas vidas. Vamos procurar vencer os jogos todos em que vamos participar. Com essa ideia, no primeiro ano que cá estivemos, tivemos uma finais e resultou. Estamos a agarrar um processo idêntico ao que tivemos no segundo ano, na altura, processos normais, com venda de jogadores e renovação do plantel. Mas, isso não retira o mais importante que é vencer.

Com El Ouazanni e Roberto Fernández a marcar, a vida fica mais difícil para o Banza?

- Avaliamos o comportamento dos jogadores, o empenho e depois tiramos conclusões para fazer o onze e as convocatórias. São jogadores de atitude, de trabalho e de compromisso. A competição é grande, com o Banza que é um avançado de grande qualidade e estes dois jovens que vão crescer e cada vez fazer mais golos. Depois nós elegemos quem vai jogar. Dificilmente, os nossos avançados terminam os 90 minutos, devido à exigência e forma de jogar. Por isso, são bem precisos três avançados de qualidade.

Na maioria das vezes, o mercado ainda estar aberto no início das competições é um martírio para os treinadores, mas no seu caso sente algum alívio para eventualmente reforçar o plantel?

- Eu e o presidente estamos em sintonia, enquanto o mercado está aberto há sempre a probabilidade de haver entradas e saídas. Mas, agora, há um dado diferente da última conferência de imprensa, pois temos a garantia absoluta que vamos fazer no mínimo 10 jogos nas competições europeias. Pode ter implicações de reforçar o plantel e torná-lo ainda mais equilibrado. Dois jogadores por posição e abertura para os jovens. Pode haver entradas, talvez com mais premência do que há uma semana.