Bruno Dias: «Hoje obviamente faço parte da história do Belenenses»
O treinador Bruno Dias no Miradouro de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, onde passou a sua infância. Foto: Miguel Nunes/ASF.

Bruno Dias: «Hoje obviamente faço parte da história do Belenenses»

NACIONAL07.05.202411:02

Cumpriu-se esta segunda-feira um ano sobre o regresso dos azuis do Restelo às competições profissionais; técnico que liderou essa 'empreitada' recorda o simbolismo e importância do momento a A BOLA

Cumpriu-se esta segunda-feira um ano sobre o regresso do Belenenses às competições nacionais e à Liga 2 pela mão de Bruno Dias que, em conversa com A BOLA, recordou a importância do momento para a recuperação da histórica instituição lisboeta e também para a sua carreira - os caminhos de treinador e clube separaram-se, mas o carinho entre as duas partes permanece.

Está diretamente ligado ao sucesso recente do Belenenses como o treinador que o reconduziu aos campeonatos profissionais. O que representou para o clube e para si em particular?


É criar uma memória extraordinária, milhares de pessoas estavam famintas desse sucesso, essa é a verdade. O ponto de vista pessoal creio que é o menos importante num marco tão grande como o de subir o Belenenses, neste caso na quinta subida consecutiva, neste caso aos campeonatos profissionais, com toda a história que conhecemos do clube, até porque foi algo que ninguém previa e que fez avançar o clube na sua ideia de regresso à primeira Liga em cerca de três anos.

É um marco na sua carreira? Possivelmente o maior até agora?

Creio que é evidente que sim e vejamos: quando cheguei ao
Belenenses, na primeira entrevista que dei perguntaram-me como me sentia por fazer parte da história do Belenenses e eu disse que não fazia parte. Hoje, obviamente faço parte da história do Belenenses, com um conjunto de homens que proporcionaram uma época estratosférica, como disse na final da Liga 3, que possibilitou claramente mostrar daquilo que somos feitos, principalmente no momento das decisões, porque existiam várias dúvidas sobre o que éramos capazes de fazer e na fase final então ninguém acreditava, porque éramos a equipa com menos recursos e menor orçamento.

Na fase de subida â Liga 2, o Belenenses entrou de forma demolidora, ficando muito próximo da subida, que haveria mesmo de confirmar há um ano. A equipa estava a top nesse momento decisivo?

Seguramente. Relativamente à preparação dos jogadores que tinham vindo em janeiro, tivemos de assumir esse risco e depois, assim que garantimos do ponto de vista matemático o acesso à fase final, fui muito claro com todos os jogadores e recordo-me perfeitamente de lhes dizer a partir de agora, tudo o que fizermos é para prepararmos a fase final, desde o último jogo que tivemos em casa, contra o
Alverca, aos jogos que tivemos no ciclo que separa a primeira fase da segunda, preparámos tudo ao pormenor.

Teve um papel ativo na escolha das contratações para a presente época? Acha que esse aspeto falhou?

O mercado foi muito desafiante. Mais que o papel ativo que o treinador tem – e obviamente que o tem – o que se coloca é a capacidade que o clube tem de os recrutar, face aos competidores que existem na Liga e com orçamentos completamente diferentes. Foi público, o mercado foi desafiante, mas o que importa agora é unir a família Belenenses e, juntos, agarrarem-se aos jogadores e equipa técnica atual e conseguirem a manutenção, que é o mais importante para o clube. O clube está sempre acima de qualquer treinador ou jogador.

O treinador Bruno Dias junto ao número 46 da Travessa da Água da Flor, no Bairro Alto, em Lisboa, onde residiu. Foto: Miguel Nunes/ASF.