28 fevereiro 2024, 10:00
Talvez Adán mereça confiança
É um facto que Adán não tem vindo a melhorar, mas não há paciência para as ‘redes sociais’
Antigo guardião dos leões confia na experiência de Adán, no potencial de Franco Israel e na qualidade dos dois para defender as redes do Sporting
Rúben Amorim anunciou esta quarta.feira, na antevisão à primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, que Franco Israel é o escolhido para defender defender as redes do Sporting frente ao Benfica. Os leões têm feito uma época de alto nível, mas, com dois empates nos últimos dois jogos, uma facção de adeptos leoninos tem contestado as exibições de Adán, habitual dono da baliza verde e branca.
A BOLA falou com Beto, antigo guarda-redes do Sporting e da Seleção Portuguesa, para perceber se as críticas são justas, e se os leões precisam de ir ao mercado à procura de uma nova solução para aquela posição.
— Rúben Amorim já disse que vai usar Israel frente ao Benfica, uma vez que tem sido ele o eleito para os jogos da Taça de Portugal. Tendo em conta a (recente) contestação a Adán, acha que Israel devia assumir a titularidade nas restantes competições?
— Na minha opinião, a utilização do Franco frente ao Benfica não tem nada a ver com o que possa ter sido escrito ou falado depois do jogo em Vila do Conde. É uma estratégia por parte de Rúben Amorim, que tem utilizado Franco na competição e o tem colocado pontualmente em alguns jogos porque, no parecer dele, o Franco deve ter essas rotinas, essa competitividade. Até porque vi o jogo, e obviamente há uma questão de decisão na parte do penálti, mas não tenho visto erros que se possam considerar assim tão graves, não há uma continuidade de erros que justifique estas críticas.
— Acha que a mudança de guarda-redes pode afetar o desempenho da equipa, por exemplo, na forma como defendem?
— Eu acho que não altera absolutamente nada na forma como a equipa defende, nem como ataca, porque existe uma estratégia de jogo que Amorim implantou na equipa, e que os guarda-redes, seja o Adán ou outro qualquer, semanalmente, diariamente treinam, têm as suas estratégias de saída de jogo, distância para a linha defensiva. Não me parece que altere alguma coisa. São guarda-redes de alguma forma diferentes em alguns aspetos, é verdade, e cada um coloca as suas qualidades e valências ao serviço da equipa, mas não me parece que a equipa defenda de forma diferentes.
28 fevereiro 2024, 10:00
É um facto que Adán não tem vindo a melhorar, mas não há paciência para as ‘redes sociais’
— E quais são as principais diferenças no jogo de Adán e de Franco Israel?
— Acho que o Franco Israel é um guarda-redes muito mais, entre aspas, agressivo fora da baliza em jogo exterior. Acho o Adán muito forte no um contra um, é muito forte mesmo. Atrasa muito a sua decisão, ou seja, deixa o adversário decidir, e isso é uma mais-valia para ele, tanto é que ele tem uma taxa de sucesso muito alta este ano no um contra um. Adán tem mais experiência, às vezes não tem que tomar certas decisões que o Franco com a idade que tem toma, porque talvez precise de mais jogos, minutos e anos… mas é normal no crescimento de um guarda-redes, isso vem com a experiência, jogos, e erros, cresce-se muito com erros. Mas acredito piamente, do que conheço dos dois, que ambos dão as garantias máximas.
— O Sporting precisa de um novo guarda-redes para atacar a próxima época?
— Na minha opinião, o Sporting não precisa de comprar guarda-redes. Acho que o Adán tem qualidade para jogar, tem qualidade para ser líder no balneário, qualidade e experiência para enfrentar certos e determinados momentos que a equipa pode passar, até em termos de dificuldades, e o Franco tem de jogar, tem de ter ritmo porque tem muito potencial. Na minha opinião não [precisa de ir ao mercado], mas obviamente não sou eu que decido as contratações e os objetivos. Mas gosto muito dos dois, seja um ou outro a jogar, acho que existem garantias por parte dos dois.
28 fevereiro 2024, 13:04
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