Do «perigo» do Sporting ao desejo de fazer história no Benfica: tudo o que disse Schmidt
Roger Schmidt confia na capacidade de regeneração dos seus jogadores, daí não ter «medo» do calendário (Foto: PanoramiC/IMAGO)

Do «perigo» do Sporting ao desejo de fazer história no Benfica: tudo o que disse Schmidt

NACIONAL28.02.202414:35

Conferência de imprensa do técnico das águias na antevisão do dérbi com o Sporting

Regressou àquele lugar depois de ter falhado as duas últimas conferências e fê-lo com o habitual registo marcado pelo tom sereno. Mesmo quando puxou dos galões para mostrar o que foi feito no último ano e meio. Eis Roger Schmidt na íntegra a 24 horas do dérbi com o Sporting, em Alvalade, para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal.

Quais são as palavras-chave no balneário para este jogo?

«As palavras não sei, não pensei muito nisso, mas espero um bom jogo frente a uma equipa de topo na primeira mão da Taça de Portugal. Duas equipas que têm mostrado muita qualidade esta época e por isso espero um grande jogo. Tentaremos dar tudo para obter um bom resultado.»

O Benfica cumpre esta quarta-feira  seu 120.º aniversário. Quão especial é o clube, na sua opinião?

«Desde que cheguei que disse que o Benfica é um clube especial, de grande tradição, com grande sucesso no passado e agora também. É um dos maiores clubes da Europa em termos de estatuto e massa adepta, tem agora 120 anos e nós queremos ser boa parte da tradição deste clube. Queremos vencer troféus, jogar bom futebol que todos esperam de uma equipa como o Benfica, um futebol ofensivo, um futebol valente. É isso que se espera.»

Terá muitos jogos pela frente em curto espaço de tempo. A gestão deste dérbi será feita a pensar nesse calendário?

«Claro que fazer a gestão do calendário faz parte do nosso trabalho. Nas últimas semanas temos dado algum descanso a alguns jogadores porque sabíamos que estes jogos chegariam nesta altura, mas estamos satisfeitos que todos os jogadores estão em boa forma à exceção de Bernat. O foco é estar sempre bem em cada jogo, não pensamos muito nos outros jogos, nem no FC Porto nem na Liga Europa. Mas não tenho medo do calendário porque acredito muito no profissionalismo da nossa equipa que garante a regeneração dos jogadores após cada jogo, o nosso staff trabalha muito bem para isso. Estamos satisfeitos por disputar todos os jogos.»

Benfica e Sporting são as duas melhores equipas portuguesas? Estes três jogos que se seguirão serão decisivos para esta época?

«Teremos pela frente um jogo importante da primeira mão da Taça de Portugal, nunca pode ser decisivo Mas ainda faltam  muitos jogos para disputar, a época é longa. As duas equipas conquistaram muitos pontos, mostraram que podem ganhar jogos de modo muito fiável. Todos os jogos serão sempre um grande desafio é assim que teremos de pensar nas próximas semanas até ao último dia da época. Mas não estamos a pensar em fases decisivas da época.»

Kokçu disse que gostou de jogar mais adiantado. Podemos esperar um Benfica próximo daquele que defrontou o Portimonense, num ataque mais móvel?

«Temos muitas opções diferentes. Temos mudado muito no meio-campo. No nosso sistema jogamos com dois médios muito ofensivos e com dois médios-centro e deixando liberdade para o segundo avançado. Temos muitas opções para estas posições. Rafa jogou a maior parte do tempo como segundo avançado, porque tem muita qualidade a pedir a bola, é muito bom a jogar entre linhas e ter liberdade para se movimentar no campo é muito bom para ele. Jogámos com Neres e Di María no meio-campo ofensivo no domingo, na segunda parte da época passada  jogámos com Aursnes e João Mário nessas posições e tivemos muito sucesso, agora João Mário está a jogar como médio centro. Acho que temos muitas opções e no fim é sempre a questão do equilíbrio da equipa, a forma dos jogadores e tento encontrar a abordagem certa para cada jogo. Rafa mostrou também que pode jogar como avançado centro. Isso dá-nos novas opções seja no início do jogo ou durante. Tentamos sempre preparar coisas diferentes e queremos ser imprevisíveis para criar mais dificuldades ao adversário.»

A ausência nas últimas conferências de imprensa de antevisão foi uma decisão sua? Vai falar antes do jogo com o FC Porto?

«Vimos que havia muitos jogos num curto espaço de tempo seria aborrecido para vocês ouvirem-me a cada dois dias [risos]. Temos muitos jogos, muitas conferências e por isso muitas vezes não há nada de novo para dizer. Não foi uma decisão especial, foi apenas uma questão de calendário com muitos jogos fora. Mas não tenho qualquer problema em vir aqui todos os dias.»

Qual a sua opinião sobre o Sporting?

«É uma equipa completa, com muita qualidade individual para o sistema que implementou. O estilo de jogo que tem adapta-se ao plantel. Tem um grande treinador, está numa forma física muito boa e apresenta uma abordagem clara para cada jogo, por isso são muito consistentes do ponto de vista das exibições, são perigosos no ataque. Têm ganhado com regularidade jogos difíceis e isso faz dessas equipas sempre especiais.»

O seu trabalho já é suficiente para entrar nos 120 anos de história do Benfica?

«Para entrar na história de um clube como o Benfica tem de se conquistar troféus. Já vencemos dois, o campeonato e a Supertaça, e queremos ganhar mais. Quando cheguei aqui há ano e meio disse que o Benfica estava numa situação difícil e tentámos juntos mudar alguma coisa. O clube não ganhava títulos há três anos. E vencemos títulos. Se analisarmos a situação de hoje é completamente diferente. A equipa é completamente nova, apenas Otamendi, João Mário e Rafa restam, todos os outros são recentes, incluindo jovens da formação que já jogam como titulares ou que entram como suplentes, mas cujo valor são importantes para futuras vendas. O último ano e meio foi muito bom para o Benfica. Conseguimo-los juntos. Houve muitas mudanças e mesmo assim fomos capazes de ganhar títulos. Na época passada fizemos uma grande época a nível nacional e internacional e atualmente o Benfica está num grande momento.»