Benfica: três posições para reforçar e a SAD já está em campo

NACIONAL06.12.202406:40

Bruno Lage identificou necessidades da equipa, mas nem tudo poderá ser feito em janeiro, face ao rigor financeiro. Central 'caiu' nesta janela, mas há outros processos importantes em marcha

Rui Costa, presidente do Benfica, balizou a próxima janela de mercado dos encarnados, com declarações viradas principalmente para as saídas, mas na sombra, longe dos olhares e ouvidos curiosos, há vários planos em curso e que dizem respeito a reforço do plantel, seja em janeiro, seja no próximo verão.

Um lateral-direito para acompanhar Bah, um extremo-direito para preencher os espaços em que não há Ángel Di María e um central que ofereça garantias em caso de saída de um dos três nomes principais são já do conhecimento da SAD. Eram, à partida, ideias para janeiro, embora do ponto de vista financeiro pudesse haver reticências por parte da cúpula benfiquista, em virtude do elevado investimento que isso implicaria.

Entretanto, e depois de conhecido o interesse do River Plate em Otamendi, da Juventus em António Silva, e de quase todos os grandes, da Premier League ao PSG, em Tomás Araújo, chegou por parte de Rui Costa a promessa de que ninguém sairá, a não ser «pela cláusula de rescisão». «Consigo prometer, à imagem do que já fiz em janeiro passado. Não há intenção de o Benfica mexer no mercado de janeiro, muito menos nesse setor», disse o líder das águias, na visita a Arouca para inaugurar a casa do Benfica e assistir ao jogo da Liga.

O defesa-central passou, pois, a ser projeto exclusivamente para o verão, até porque vai ser mais difícil manter sob controlo as situações de Tomás Araújo, António Silva e Otamendi nessa altura, quando os clubes forem massivamente às compras e com mais argumentos financeiros. Haverá, pois, necessidade de contratar (pelo menos) um jogador para o eixo defensivo, mas os trabalhos de casa começaram realmente a pensar em janeiro.

Na lista do treinador do Benfica há, pelo menos, mais duas posições que necessitam de atenção e que deveriam ser retocadas em janeiro, se houvesse essa possibilidade. Com Alexander Bah, o lado-direito da defesa está preenchido e bem entregue, entende-se na Luz, o problema em relação ao internacional dinamarquês passa pelas questões físicas, que lhe têm custado paragens importantes.

A alternativa, Issa Kaboré, não convenceu ainda, ao ponto de poder deixar a Luz em breve, ainda que o empréstimo do City seja de uma época. El Ouahdi, do Genk, continua a agradar, mas continua também a ser caro e a questão financeira tem peso, pelo que poderá haver outro caminho. É o caso mais premente.

Há, no entanto, mais um processo relevante e que foi comunicado a Rui Costa e à sua equipa: o lado direito do ataque. É, por lugar cativo, de Di María, mas o argentino tem 36 anos, não pode ir a todas. Entende-se, pois, que a entrada de um jogador que possa ser a alternativa ao campeão do mundo é importante. Não seria alguém que discutisse diretamente a titularidade, como acontecia com David Neres, mas um jogador jovem, que fosse paciente e válido ao mesmo tempo, talentoso e capaz de oferecer outras características, que os 36 anos do campeão do mundo já não podem dar à equipa.

Há dentro do plantel jogadores capazes de fazer a posição, como Prestianni ou Tiago Gouveia, mas a questão está identificada e a única dúvida que permanece é se a SAD vai já às compras, a pensar na janela de mercado de inverno, ou se prepara o terreno para atacar no verão.

O Benfica lida, neste momento, com a obrigatoriedade de olhar seriamente para o rigor financeiro, depois de resultados negativos na SAD, e não foi por acaso que um novo administrador financeiro, Nuno Catarino, entrou em funções. Nem todas as vontades de Lage podem ser, pois, imediatemente satisfeitas, mas o Benfica está no mercado e tem pelo menos três planos em curso.