Arthur Cabral já bate à porta do onze do Benfica

NACIONAL05.12.202409:25

Bruno Lage diz que Pavlidis não está ameaçado mas avançado brasileiro pressiona o companheiro. Luta pela titularidade nunca esteve tão intensa

Vangelis Pavlidis continua a ser o dono do lugar de ponta de lança do Benfica, mas a subida de forma de Arthur Cabral abre novas possibilidades a Bruno Lage. O treinador dos encarnados, antes do duelo com o Arouca, falou do assunto, mas abriu pouco o jogo.

Bruno Lage, na conferência de antevisão desse jogo, no qual os dois avançados ficaram em branco, voltou a sublinhar que «não há lugares garantidos» na equipa e que escolhe o onze «em função do rendimento» dos jogadores. «Tem de ser em função do rendimento», insistiu, para depois retirar a pressão de Pavlidis.

«O Arthur [Cabral] não ameaça ninguém. O Arthur, o Zeki [Amdouni] e o Pavlidis trabalham para a equipa. Há uns tempos falava-se da crise [de golos] dos avançados e e agora vemos os últimos três jogos [referia-se a Mónaco, E. Amadora e FC Porto, n.d.r.] e cada um deles marcou, com movimentos de ponta de lança muito interessantes. E isso é que nos deixa satisfeitos, estão a aprimorar movimentos na área, os golos de cabeça não surgem por acaso, eles têm trabalho muito esse aspeto. Deixa-me satisfeito saber que temos o Pavlidis com seis golos, o Arthur e o Zeki com quatro. Isso é que é importante», afirmou Bruno Lage, na conferência de antevisão com o Arouca.

Pavlidis soma 18 jogos, 15 como titular e três como suplente utilizado, enquanto Arthur Cabral só foi titular em três dos 15 jogos em que participou. Ambos marcaram pela última vez contra o Mónaco, na Liga dos Campeões, mas os momentos de forma não coincidem.

Pavlidis libertou-se, no fim de outubro, da pressão de cinco jogos sem marcar, entretanto bisou contra o Santa Clara, marcou contra Farense e Mónaco.

Arthur Cabral libertou-se da pressão de oito jogos sem marcar, embora com menos minutos, bisou contra o E. Amadora e marcou contra o Mónaco.

Reconhecimento do grupo

No jogo contra o E. Amadora Arthur Cabral perdeu várias oportunidades claras de golo. Di María pediu o apoio do público, que não deixou cair o avançado e com ele celebrou, depois, os dois golos marcados. Esse foi um sinal de reconhecimento de companheiros.

O avançado de 26 anos sente-se bem fisicamente e está num bom momento de forma. Tem impressionado positivamente nos treinos e voltou a ser importante em momentos decisivos na Europa — Arthur Cabral entrou no Mónaco aos 65' para marcar aos 84' e relançar o Benfica para uma vitória que relançou a equipa na Liga dos Campeões e moralizou a equipa.

Nunca desde o início da época Pavlidis esteve tão pressionado na luta pela titularidade. Arthur Cabral espreita a titularidade com o V. Guimarães.

Apelos brasileiros sem resposta

A possibilidade de Arthur Cabral ser emprestado a um clube brasileiro, no último verão, existiu, mas não se concretizou porque o Benfica decidiu transferir Marcos Leonardo e Casper Tengstedt, respetivamente, para Al Hilal e Verona (empréstimo).

O avançado brasileiro de 26 anos, porém, continua a ser um alvo de clubes do país dele — imprensa brasileira insiste que Flamengo, Cruzeiro e Corinthians estão interessados. O Benfica, porém, não está disponível para negociá-lo, salvo se surgir uma proposta de €15 milhões, o que não é provável.

A estrutura do futebol profissional considera, por outro lado, que o Benfica precisa de dois pontas de lança e que Arthur Cabral está cada vez mais capacitado, depois da adaptação da primeira época, para dar a resposta que dele esperam.