Rui Costa, presidente do Benfica, balizou a próxima janela de mercado dos encarnados, com declarações viradas principalmente para as saídas, mas na sombra, longe dos olhares e ouvidos curiosos, há vários planos em curso e que dizem respeito a reforço do plantel, seja em janeiro, seja no próximo verão. Um lateral-direito para acompanhar Bah, um extremo-direito para preencher os espaços em que não há Ángel Di María e um central que ofereça garantias em caso de saída de um dos três nomes principais são já do conhecimento da SAD. Eram, à partida, ideias para janeiro, embora do ponto de vista financeiro pudesse haver reticências por parte da cúpula benfiquista, em virtude do elevado investimento que isso implicaria. Entretanto, e depois de conhecido o interesse do River Plate em Otamendi, da Juventus em António Silva, e de quase todos os grandes, da Premier League ao PSG, em Tomás Araújo, chegou por parte de Rui Costa a promessa de que ninguém sairá, a não ser «pela cláusula de rescisão». «Consigo prometer, à imagem do que já fiz em janeiro passado. Não há intenção de o Benfica mexer no mercado de janeiro, muito menos nesse setor», disse o líder das águias, na visita a Arouca para inaugurar a casa do Benfica e assistir ao jogo da Liga. O defesa-central passou, pois, a ser projeto exclusivamente para o verão, até porque vai ser mais difícil manter sob controlo as situações de Tomás Araújo, António Silva e Otamendi nessa altura, quando os clubes forem massivamente às compras e com mais argumentos financeiros. Haverá, pois, necessidade de contratar (pelo menos) um jogador para o eixo defensivo, mas os trabalhos de casa começaram realmente a pensar em janeiro. Na lista do treinador do Benfica há, pelo menos, mais duas posições que necessitam de atenção e que deveriam ser retocadas em janeiro, se houvesse essa possibilidade. Com Alexander Bah, o lado-direito da defesa está preenchido e bem entregue, entende-se na Luz, o problema em relação ao internacional dinamarquês passa pelas questões físicas, que lhe têm custado paragens importantes. A alternativa, Issa Kaboré, não convenceu ainda, ao ponto de poder deixar a Luz em breve, ainda que o empréstimo do City seja de uma época. El Ouahdi, do Genk, continua a agradar, mas continua também a ser caro e a questão financeira tem peso, pelo que poderá haver outro caminho. É o caso mais premente. Há, no entanto, mais um processo relevante e que foi comunicado a Rui Costa e à sua equipa: o lado direito do ataque. É, por lugar cativo, de Di María, mas o argentino tem 36 anos, não pode ir a todas. Entende-se, pois, que a entrada de um jogador que possa ser a alternativa ao campeão do mundo é importante. Não seria alguém que discutisse diretamente a titularidade, como acontecia com David Neres, mas um jogador jovem, que fosse paciente e válido ao mesmo tempo, talentoso e capaz de oferecer outras características, que os 36 anos do campeão do mundo já não podem dar à equipa. Há dentro do plantel jogadores capazes de fazer a posição, como Prestianni ou Tiago Gouveia, mas a questão está identificada e a única dúvida que permanece é se a SAD vai já às compras, a pensar na janela de mercado de inverno, ou se prepara o terreno para atacar no verão. O Benfica lida, neste momento, com a obrigatoriedade de olhar seriamente para o rigor financeiro, depois de resultados negativos na SAD, e não foi por acaso que um novo administrador financeiro, Nuno Catarino, entrou em funções. Nem todas as vontades de Lage podem ser, pois, imediatemente satisfeitas, mas o Benfica está no mercado e tem pelo menos três planos em curso.