Artur Jorge: «Tivemos oportunidade de demonstrar toda a qualidade deste SC Braga»

O treinador do SC Braga mostrou-se satisfeito com o desempenho da equipa minhota, apesar da derrota frente ao Real Madrid no jogo desta terça-feira

Artur Jorge, treinador do SC Braga, na sala de imprensa, analisa a derrota com o Real Madrid, para a Liga dos Campeões:

Jogar olhos nos olhos com o Real Madrid com atitude. Acha que faltou sorte no final?

Não gosto de colocar os jogos na sorte e no azar. Tivemos um jogo de enorme personalidade. Deixou-me satisfeito a nível de performance e empenho da equipa. Obviamente não foi o resultado que queríamos, mas tivemos oportunidade de demonstrar toda a qualidade deste SC Braga.

O que pretendia com a estratégia de colocar Vìtor Carvalho mais recuado, quase como terceiro central?

O Vítor Carvalho foi o nosso terceiro médio, que no momento defensivo entrava no eixo defensivo para colocarmos os nossos laterais mais abertos. Tentámos poupar o Ricardo Horta e o Álvaro Djaló das tarefas defensivas, para estarem sempre prontos para partirmos para o ataque. Sabíamos que íamos ter oportunidades para o contra-ataque e foi isso que aconteceu.

A viragem do grupo com dois jogos do Real Madrid não é melhor opção. Como vê o que resta jogar?

Nesta altura temos três pontos, agora na viragem do grupo. Agora, temos dois jogos fora e um em casa e vamos tentar manter esta competitividade e procurar somar mais pontos. As minhas expectativas de darmos o nosso melhor nos jogos que faltam, manter o nível exibicional e poder juntar melhores resultados.

Como está a equipa depois de quase ter empatado com o Nápoles e agora quase ter empatado com o Real Madrid?

O sentimento, face ao resultado, não é positivo. Mas, temos consciência e maturidade suficiente para gerir expectativas. E ficamos todos com a consciência de que fizemos um grande jogo. Estou muito satisfeito com o trabalho dos meus jogadores. Executaram bem o plano que foi defininido. O desempenho dos meus jogadores deixa-me orgulhoso, pois entregueram-se de corpo e alma. Não conseguimos o resultado que queríamos, mas todos os jogadores deram o seu melhor e podíamos, digo eu, ter obtido um outro resultado.

Fazia parte da estratégia deixar um lado mais descoberto nessa linha de cinco?

Tínhamos a amplitude com os cinco homens, mas que se desdobrava com o lateral do lado da bola mais à frente. Tivemos momentos com a nossa linha defensiva mais alta. Mas fomos ao encontro daquilo que tinha pedido aos meus jogadores. Procuramos recuperar a bola mais acima e tentar ferir o adversário. Sofremos alguns contra-golpes, mas fazia parte do plano.

Entradas de Bruma e Abel Ruiz para se lançar no ataque?

Tivemos o Bruma com um problema físico que o condicionou de ser opção inicial, apenas podia fazer 20 ou 30 minutos se necessário. Apesar de o Banza ter feito um jogo interessantes, procuramos algo diferente ao colocar mais homens no ataque. Colocamos quatro homens ofensivos e tentamos dar maior velocidade para procurarmos o golo do empate.

Estreia de Diogo Fonseca na Champions?

Diogo Fonseca é um jogador que conheço muito bem dos escalões de formação. É um defesa central que adaptámos à direita, numa posição que tem treinado. Não temos Víctor Gómez e procuramos soluções. Pelo trabalho que tem feito, conquistou estas oportunidades.

Três resultados pela margem mínima, duas derrotas em casa e uma vitória fora. Na antevisão falou de caminho de sucesso. A Champions é especial, mas também ingrata?

É especial. Temos que olhar para a competição de uma forma que nos obrigue a ser o mais competentes possíveis. São os jogos sempre equilibrados. Todos os jogos são exigentes, devido à qualidade dos nossos adversários. O caminho do sucesso é ter o SC Braga a bater-se com os melhores e neste caminho. E volto a referir que nos temos apresentado muito bem nestes jogos.