A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Benfica-SC Braga
Especialista A BOLA analisa a arbitragem de Nuno Almeida
Muito acerto durante o jogo mas também alguns lapsos
O árbitro algarvio Nuno Almeida dirigiu o SL Benfica-SC Braga que se disputou na noite desta quarta-feira no Estádio da Luz. A liderar a equipa de vídeo arbitragem, na Cidade do Futebol (em Oeiras), esteve o setubalense André Narciso. O jogo contou para os oitavos de final da Taça de Portugal.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
2’ António Silva tocou na bola com o pé direito, tirando-a da posse de Zalazar, que conduzia saída perigosa da sua equipa. Apesar da queda do jogador forasteiro, o corte foi legal e bem analisado pelo árbitro algarvio.
8’ Zalazar festejou porque foi o autor do remate vitorioso, mas foi o desvio na perna de João Mário que determinou o (auto)golo que adiantou o Braga no marcador. No momento do pontapé do médio uruguaio, Abel Ruiz estava em posição irregular mas não interferiu na ação defensiva dos adversários nem na visão de Trubin. Lance bem avaliado pelo árbitro assistente.
35’ Abel Ruiz, que estava de posse de bola, tentou passá-la a um colega ao perceber a aproximação de João Neves para a disputa. Foi na sequência desse movimento que acabou por pisar o tornozelo/pé do médio encarnado de forma evidente. Mais uma vez, aconteceu ontem o tal lance diabólico que ocorre com cada vez mais frequência: um jogador tocar primeiro na bola e atingir depois o pé/perna do adversário. Cabe ao árbitro interpretar se são inevitáveis, imprudentes, negligentes ou praticados com força excessiva. Quanto a nós, para além da consequência visível, a abordagem do espanhol não mediu o perigo que podia causar para a integridade física de Neves. O árbitro assistente errou ao sinalizar infração para o SC Braga. Ficou por exibir cartão amarelo ao atacante do Braga.
41’ Morato foi bem advertido após carregar Rony Lopes de forma ilegal, cortando saída prometedora conduzida pelo adversário.
42’ Golo legal de Rafa, a fazer o empate na Luz.
44’ Segundo golo legal da equipa encarnada, da autoria de Arthur Cabral.
45+2’ Staatci tocou apenas a bola, sem cometer infração nas costas de João Mário. Foi equivocada a análise de que houve infração do defesa turco.
49’ No momento do remate vitorioso de Zalazar (que deu o empate), Rony Lopes e outros dois colegas estavam em posição irregular, mas nenhum tocou na bola nem impactou na ação defensiva dos adversários. Golo bem validado.
58’ Falta tática (antidesportiva) de Vítor Gomes, impedindo saída em velocidade de João Mário. Apesar de ocorrer em zona recuada, a intenção antidesportiva foi bem sancionada.
59’ Amarelo bem exibido a Di Maria, após protestar de forma demasiado física (quase encostou a cabeça) com o árbitro assistente. A verdade é que o argentino carregou ilegalmente Ricardo Horta, com a bola ainda dentro do terreno de jogo. A equipa de arbitragem esteve bem.
68’ Álvaro Djaló isolou-se à direita, rematando com perigo ao lado do poste da baliza de Trubin. O avançado partiu de posição legal.
70’ Golo legal de Aursnes, a dar vantagem no marcador à equipa lisboeta.
71’ Paulo Oliveira tinha razão: o último a tocar na bola foi mesmo Rafa (o lance devia ter recomeçado com pontapé de baliza para o Braga). Mas o central, muito experiente, sabe que não pode nem deve protestar decisões com os árbitros. Amarelo bem exibido.
75’ Vítor Carvalho chegou primeiro à bola e acabou pontapeado, de forma imprudente, por Kokçu. Esteve bem Nuno Almeida a indicar falta para a equipa visitante.
84’ Momento de dúvida de um lance que não teve repetições: a perna esquerda de Morato parece ter tocado na coxa de Álvaro Djaló, não sendo claro se o suficiente para o derrubar. Árbitro e VAR entenderam não ter havido infração e é justo aceitar como boa a sua avaliação. O lance ocorreu na área encarnada.
90+3’ Pizzi cortou, com o braço direito, tentativa de Kokçu em colocar a bola no interior da área adversária. Pontapé-livre direto bem assinalado pelo árbitro da partida.