A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Arouca-Benfica
Fábio Veríssimo mostra amarelo a Francisco Montero (Foto: DR)

A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Arouca-Benfica

NACIONAL06.01.202421:31

Especialista fala em «golos bem anulados» aos encarnados e aos visitados

Fábio Veríssimo deslocou-se ao distrito de Aveiro para dirigir o Arouca-Benfica. 

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro: 

4' Rafa isolou-se, mas partindo de posição irregular bem sinalizada pelo árbitro assistente. Foi a primeira de várias vezes que o jogador incorreu nessa situação. 

7' Aursnes caíu na área do Arouca sem sofrer falta de Montero. O espanhol abordou o lance em carrinho, mas não derrubou o médio norueguês, que saltou sobre o adversário após cruzar a bola. Lance bem analisado. 

13' Montero chegou atrasado ao lance, derrubando João Neves de forma negligente. A infração foi bem sancionada com o primeiro cartão amarelo da partida. 

15' Golo anulado a Rafa por indicação do árbitro assistente, confirmada depois pela vídeo tecnologia (por 18 cms). Por vezes, a imagem que vemos na transmissão pode iludir, mas por muito que não pareça, é quase certo que a colocação das referências - os pontos brancos que depois originam a linha tecnológica automática - foi feita na última parte do corpo de defesa e atacante.

26' Ao proteger a saída de bola pela sua linha de baliza, Sylla tocou inadvertidamente no rosto de João Neves. Não houve imprudência do médio guineense, apenas ação normal de jogo. Lance legal.

30' A olho nu, a posição adiantada de Rafa foi visível. O avançado do Benfica ainda voltou a festejar, mas o golo que marcou foi bem anulado pelo árbitro assistente. 

39' Desta vez, Rafa partiu mesmo de trás (Montero estava a colocar o adversário em jogo) para abrir o marcador para a equipa forasteira. Voltou a estar bem o árbitro assistente. 

45+2' Nova boa decisão da equipa de arbitragem, no caso ao anular golo do Arouca, não por fora de jogo de Cristo (que finalizou com sucesso), mas por adiantamento irregular de Mújica, que fez a assistência.

Nota - A etapa inicial teve apenas sete infrações, todas cometidas pela equipa da casa. 

47' Foi (novamente) assinalada posição irregular a Rafa, mas desta vez o árbitro assistente errou em lance, sublinhe-se, muito rápido e de difícil análise in loco. Desta vez, a vídeo tecnologia validou como boa a posição do avançado do Benfica, sendo legal o golo marcado depois por Kokçu

69' Arthur Cabral isolou-se (partindo de posição legal) e criou muito perigo, fruto da saída de De Arruabarrena da sua baliza. O lance, que terminou com remate de João Mário, devia ter sido interrompido por falta do avançado brasileiro nas costas de Milovanov. 

72' Arthur Cabral foi puxado e agarrado por Montero, em falta que foi bem assinalada mas não a tempo de evitar a reação do brasileiro, que atingiu o rosto do adversário de forma negligente. O cartão amarelo foi bem mostrado. Neste tipo de lances (faltas persistentes) é importante que os árbitros interrompam de imediato, para evitarem reações de frustração de quem é carregado.

75' Jogo interrompido devido a fumo vermelho que impediu momentaneamente a visibilidade no terreno de jogo. Não parece haver forma eficaz de evitar que este tipo de material entre e seja utilizado nos relvados do futebol profissional. 

76' Sylla abordou a dividida com Aursnes de forma negligente e foi bem advertido por advertido pelo árbitro da partida.

79' Florentino, recém-entrado em campo, protagonizou entrada negligente sobre um adversário e foi advertido com justiça. 

80' Tiago Esgaio usou o ombro esquerdo para carregar o direito de Petar Musa, permitindo assim que a bola chegasse às mãos do seu guarda-redes. Para que uma carga destas seja considerada correta, é necessário que o ombro carregue igual região do corpo do adversário e que a bola esteja a distância jogável (cerca de 2, 3 metros). Tudo certo. 

88' Galovic primeiro e Milovanov depois "viram" a bola tocar-lhes nos braços, em momentos consecutivos na área do Arouca. No segundo a posição do defesa ucraniano foi de proteção, o braço estava junto ao corpo e não houve irregularidade. Já no primeiro, o braço do central croata não resistiu ao impulso de levantar na direção da bola, tocando-a em zona afastada do seu corpo. Neste tipo de infrações não é relevante se o contacto é apenas de raspão ou se teve ou não consequências. O que se pune é a ação, a existência de infração segundo o que dizem as leis de jogo. E essa houve ali. Lance muito difícil de analisar em campo, mas irregular. Ficou por assinalar pontapé de penálti para o Benfica.

Nota 5: golos bem anulados por fora de jogo