A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Estoril-FC Porto
Especialista A BOLA analisa trabalho de Fábio Veríssimo
Um erro e várias boas decisões
Fábio Veríssimo viajou à Amoreira para dirigir o Estoril-FC Porto.
Nesta eliminatória da Taça de Portugal já há VAR.
Segue resumo técnico dos momentos mais relevantes do encontro:
7' Um dos lances mais difíceis de analisar acontece quando um jogador toca primeiro bola e, na sequência, atinge o pé/perna do adversário. A dúvida é tentar perceber se o contacto posterior foi natural/evitável ou não. Foi exatamente isso que aconteceu quando Volnei, que antes desviou a bola, pisou depois o tornozelo direito de Fábio Cardoso. Em campo, o árbitro interpretou que não tinha havido infração. Na nossa opinião, a abordagem do central brasileiro foi algo imprudente, sendo evitável o contacto em zona alta do pé do adversário. Ficou por assinalar pontapé-livre a punir falta atacante do defesa estorilista.
12' Ainda se esboçou pedido de penálti para a equipa visitada, mas sem razão: quando João Marques rematou à baliza de Diogo Costa, Pepe tentou impedir a trajetória da bola, lançando-se à frente do adversário. O central do Porto encolheu o corpo e não derrubou irregularmente o médio do Estoril. O contacto existiu, mas foi decorrente do movimento natural de ambos. Lance bem analisado.
17' Fora de jogo assinalado a Evanilson, à esquerda do ataque azul e branco. A decisão pareceu correta: o avançado tinha o corpo inclinado, aparentemente à frente do pé direito de Pedro Álvaro.
24' Golo legal de Evanilson, a inaugurar o marcador para a sua equipa.
29' Abordagem muito imprudente de Mangala, derrubando Francisco Conceição de forma evidente. O central francês chegou tarde ao lance, rasteirando o adversário já dentro da sua área. Decisão correta de Fábio Veríssimo, ao assinalar pontapé de penálti.
31' Golo de Evanilson, na sequência de execução legal do pontapé de penálti.
35' Daniel Figueira foi impedido por Evanilson de repor a bola com as mãos. Neste caso, a lei diz que só deve haver lugar a sanção técnica, não a sanção disciplinar. Esteve bem o árbitro nessa análise.
37' Francisco Conceição rematou ao lado, estando isolado na cara do guarda-redes adversário. O avançado do FC Porto partiu de posição legal, bem validada pelo árbitro assistente.
45+1' Cartão amarelo bem exibido a João Marques, após agarrar ostensivamente a camisola de Pepê. A conduta do jogador do Estoril foi antidesportiva.
49' Pedro Álvaro, que teve intenção de travar a progressão de Pepê, viu o cartão amarelo em infração que devia ter sido sancionada com cartão vermelho. A forma como abordou o lance podia ter causada lesão séria ao médio brasileiro. O jogador do Estoril usou a sola da bota esquerda (pitons) para atingir o calcanhar/tornozelo esquerdo do seu adversário, que é uma zona do corpo sensível por estar desprotegida. A bola estava metro e meio à frente, fora de disputa. A falta grosseira foi mal analisada pela equipa de arbitragem, nomeadamente pelo vídeo árbitro, que tinha mais e melhores meios para tomar decisão adequada. A infração surgiu após boa aplicação da vantagem a punir infração negligente de Mateus Fernandes: o médio atingiu o rosto de Evanilson com o braço/cotovelo esquerdo e devia ter sido advertido quando o jogo foi interrompido.
53' Tal como João Marques antes, também Nico González foi bem advertido, no caso após agarrar ostensivamente a camisola de Guitane, impedindo a sua progressão. O espanhol ainda alegou ter sido a sua primeira infração no encontro, mas neste tipo de infrações o argumento não colhe.
56' Novo golo da equipa visitante, da autoria de Evanilson, a concluir jogada legal.
76' Galeno fechou o marcador no António Coimbra da Mota, ao marcar o quarto do FC Porto.
79' Wendell derrubou Wagner Pina de forma negligente e foi bem advertido pelo árbitro da partida.
Nota - 5