Moreirense-FC Porto, 2-1 Destaques do FC Porto: Pepê tentou evitar lágrimas de desnorte
Internacional brasileiro marcou o golo dos dragões em Moreira de Cónegos e protagonizou os únicos momentos de inspiração da equipa de Vítor Bruno. Abandonou o relvado a chorar, perante a eliminação
A figura: Pepê (7)
Se a exibição do FC Porto teve ponta de inspiração, essa foi proporcionada seguramente por Pepê. O internacional brasileiro deu vantagem aos dragões com um golo à ponta de lança - o quinto da época - a corresponder a um cruzamento da direita, de João Mário. Iludiu bem a marcação de Dinis Pinto no lance, para finalizar de cabeça. Irrequieto, a partir da esquerda, arrancou um cartão amarelo pouco antes do intervalo, e já na segunda parte, transferido para o lado direito, tirou um cruzamento a tentar servir Galeno na área. O camisola 11 do FC Porto foi sempre o mais inconformado da equipa, a procurar conciliar ponderação e atitude, mas teve poucos aliados. Esteve entre os jogadores que não evitaram as lágrimas, no final do jogo, consumada a eliminação portista.
CLÁUDIO RAMOS (5) — Pouco ou nada podia fazer para evitar a eliminação. Sem hipóteses nos dois golos - o segundos dos quais de penálti -, só fez mais um par de defesas, de reduzido grau de dificuldade.
JOÃO MÁRIO (6) — Mais projetado ofensivamente do que Francisco Moura, como tem sido habitual, tirou o cruzamento (de pé esquerdo) para o golo de Pepê. Embora a realizar uma época intermitente, a dividir a titularidade com Martim Fernandes, João Mário somou a quinta assistência da campanha, superando o registo da época passada. Só em 2022/23 fez mais: oito.
NEHUÉN PÉREZ (4) — Exibição muito intranquila, não só nas coberturas, mas sobretudo a construir jogo. Exemplo disso foi o passe sem nexo para o flanco esquerdo, ao minuto 57. Ainda viu um cartão amarelo para não ver fugir Madson.
TIAGO DJALÓ (4) — Cedo admoestado, também fez uma exibição muito irregular. Embora o cabeceamento de Asué para o empate do Moreirense seja entre os centrais portistas, o português parece ter maior responsabilidade a vigiar a movimentação do adversário.
FRANCISCO MOURA (3) — Primeira parte positiva, dentro do registo habitual: umas vezes terceiro central, outras projetado no corredor, a aparecer no último terço. Segunda parte para esquecer: atraso disparatado para Cláudio Ramos, que saiu pela linha de fundo (59') e depois - pior ainda - a cometer o penálti que deu o golo da vitória ao Moreirense.
ALAN VARELA (5) — Demasiado discreto. À beira do intervalo ainda tentou a sua sorte, mas o remate saiu muito torto.
NICO GONZÁLEZ (6) — Esteve mais em jogo do que Alan Varela, mas nem por isso mais esclarecido. O médio espanhol protagonizou um remate acrobático na primeira parte, mas não conseguiu dar clarividência à exibição portista. Nem junto da área contrária, nem a pegar no jogo em zonas mais recuadas.
FÁBIO VIEIRA (4) — Continua sem conseguir recuperar o registo pré-saída para o Arsenal. O que é feito daquele pé esquerdo que era tão acutilante, tão vertical a procurar caminhos para o golo? Agora tem abusado dos cruzamentos, e sem sucesso. O livre cobrado para a área já em período de compensação, diretamente para fora, é elucidativo quanto ao mau momento que atravessa o talentoso médio ofensivo.
NAMASO (5) — Até começou bem, com um remate em arco a obrigar Caio Secco a defesa apertada (3'), mas ao fim de 10/15 minutos já estava a acumular erros perante a muralha defensiva do Moreirense. Péssima decisão no início da segunda parte, ao desperdiçar uma situação de 3x2: optou pelo remate, quando tinha dois colegas a pedir a bola, e atirou... ao lado!
FRAN NAVARRO (4) — Não jogava desde a eliminatória anterior da Taça, frente ao Sintrense. Vítor Bruno disse, por essa altura, que o avançado espanhol merecia cada cêntimo do salário, mas a aposta em Moreira de Cónegos voltou a não ter retorno.
MARTIM FERNANDES (5) — João Mário não estava a justificar a saída, pelo menos tão cedo, e o lateral de 18 anos não trouxe melhorias.
SAMU (5) — Embora tenha sido lançado ao minuto 61, o goleador espanhol não conseguiu entrar verdadeiramente no jogo, por força das dificuldades da equipa em criar situações de finalização. Saiu do relvado a chorar, perante a eliminação portista.
GALENO (5) — Dois remates ao lado no desespero.
RODRIGO MORA (-) — Sem influência no meio da muralha que o Moreirense reforçou nos minutos finais.