Portugal, hoje é dia de futebol bonito, OK?

Portugal, hoje é dia de futebol bonito, OK?

SELEÇÃO11.09.202308:00

Cinco jogos, cinco triunfos, 15 golos marcados, zero sofridos e segue-se o Luxemburgo. Posto isto, haverá motivo para pensar que o sexto duelo de apuramento será diferente? Acreditamos que sim, que, além de ganhar, é hora de ver a Seleção Nacional a brilhar

É costume dizer-se que, ora pelo triste fado, ora pelo destino sempre cheio de cabos das tormentas, o português raramente está satisfeito com o que tem. E o futebol, como claro indicador social, lá se deixa levar por essa coisa tão fatalista. «Sim, jogámos maravilhosamente, como nunca, mas... lá perdemos como sempre», ouvia-se há uns anos. 

Porém, algo mudou entretanto, embora a lógica de pensamento seja semelhante. E o que se alterou? Simples: Portugal começou a ganhar. Primeiro com Fernando Santos e a conquista do Europeu em 2016 e da Liga das Nações logo depois - «sim, foi bom vencer, ainda mais os franceses na casa deles, mas a verdade é que não jogámos nadinha! O engenheiro tem mesmo estrelinha», dizia-se aqui e ali.

E, agora, acontece também com Roberto Martínez e essa proeza inédita de, desde a sua chegada em janeiro, ter conseguido limitar-se a... vencer; sim, a ganhar todos os jogos em que comandou a Seleção Nacional, cinco no total, todos na qualificação para o Euro-2024. E mais: contas feitas, soma 15 golos marcados e nenhum sofrido. Querem melhor?

Querem, pois claro! «Muito fracas as exibições, cinzentas, sem jeito. E também queriam o quê? Que perdessemos no grupo mais fraco de toda a história?» Lá está, é difícil estarmos satisfeitos com tudo. 

Roberto Martínez, que já terá entendido esta «estranha forma de vida», como divinamente cantava Amália Rodrigues, vai pondo alguma água na fervura, explicando que «primeiro é preciso criar equipa ganhadora», para depois, sim, vê-la espalhar com confiança todo «o esplendor do seu talento», para vê-la «a jogar futebol bonito», como explicou o selecionador ao longo dos últimos dias, mesmo que por outras palavras e sempre defendendo a constatação factual de que «a qualificação ainda não está garantida».

Ora, chegados aqui, com as portas do apuramento para o Euro que a Alemanha recebe no próximo ano, escancaradas e sendo o adversário deste final de tarde o Luxemburgo, que, a 26 de março, para este mesmo apuramento, foi goleado pelos portugueses por 6-0, será pedir muito que o dia de hoje seja de futebol bonito, além da cada vez mais rotineira vitória? Acreditamos que sim, que é hora de Portugal brilhar.

É certo que o capitão e melhor marcador de Portugal nesta fase de apuramento, com cinco golos, um deles decisivo ao cair do pano na Islândia (0-1), não estará em campo, por estar a cumprir jogo de castigo, mas a Seleção já várias vezes deixou demonstrações de extrema capacidade sem Cristiano Ronaldo na equipa.

Basta recordar o duelo dos oitavos de final do último Mundial, no Catar, quando, com CR7 no banco, a equipa das quinas goleou a Suíça por 6-1 com Gonçalo Ramos (que esta segunda-feira substitui Ronaldo no onze) estratosférico a fazer um hat-trick. 

Ou ainda lembrar que, em grande parte da final do Euro-2016 da nossa glória, com conquista do troféu por conta do golo de Éder contra a França, Cristiano esteve a assistir de fora ao jogo, depois de, ainda na fase inicial, ter sido substituído devido a lesão...

Não será, espera-se, esta noite que a equipa sentirá a falta do seu maior goleador de todos os tempos. Maior dúvida, essa sim, passa pelo esquema tático que Martínez apresentará. Volta ao sistema de três defesas ou mantém o de dois centrais que utilizou na Eslováquia?

Para já, e enquanto não se aproxima a hora de arranque do Portugal-Luxemburgo (19.45 h), o onze provável da Seleção será este:
Diogo Costa; Diogo Dalot, Danilo Pereira, Rúben Dias e João Cancelo; Bruno Fernandes, João Palhinha e Otávio; Bernardo Silva, Gonçalo Ramos e Rafael Leão.