Diretor técnico do Milan pede tempo a Paulo Fonseca e lembra... Klopp

INTERNACIONAL21.11.202422:57

Geoffrey Moncada acredita no estilo de jogo do técnico português, recordando o Liverpool com o treinador alemão, e desvaloriza o período infeliz de Rafael Leão, entretanto já ultrapassado

Geoffrey Moncada, diretor técnico do Milan, explicou a razão pela qual foi buscar Paulo Fonseca ao Lille para substituir Steffano Pioli, este verão, e revelou detalhes do seu dia a dia nos treinos.

«Paulo tem um estilo de futebol que acreditamos que o Milan deve ter. Jogamos em San Siro, devemos controlar o jogo e a bola. Devemos ser sólidos nestas matérias. O Paulo é um bom trabalhador, tem sessões de treino interessantes, trabalhando tanto individualmente como com o coletivo. Por exemplo, já o vi pegar em quatro ou cinco médios depois de uma sessão normal e fazer um trabalho específico só com eles. Estamos apenas em novembro, mas tenho a certeza de que, no final da época, veremos que muitos jogadores fizeram enormes progressos com ele», começou por dizer, numa extensão entrevista ao MilanNews.it, pedindo tempo ao técnico português.

«Os cinco primeiros da Europa são equipas como o Manchester City, o Liverpool, o Bayern, etc. Queremos, pelo menos, aproximarmo-nos disso, mas não é fácil. O Liverpool demorou oito anos a chegar a este nível, porque antes não era assim. Foi necessário uma estratégia e um treinador [Klopp] com uma metodologia muito precisa. Queremos fazer o mesmo com um treinador que tenha ideias claras e possa desenvolver os jogadores», explicou, comentando ainda o início de temporada de Rafael Leão, que não foi o melhor, mas que já está a subir o nível.

«Trabalhamos juntos todos os dias, apoiamo-lo e agora penso que o Leão é um jogador totalmente diferente. Basta ver as suas exibições contra o Real Madrid, em Cagliari e ao serviço da seleção portuguesa. Estas situações podem acontecer, ninguém é perfeito. Temos de aceitar que os jogadores tenham momentos difíceis e apoiá-los como eu e o Zlatan Ibrahimovic fizemos com o Rafa, dando apoio e críticas construtivas. Somos uma família», garantiu, recordando a primeira vez que o viu a jogar futebol.

«Lembro-me de o ver jogar pelo Sporting contra o Belenenses, acho que tinha 17 anos. Jogava como número 10, um avançado de apoio, mas tinha muita liberdade e um perfil interessante. Era alto, ágil, tinha uma técnica fantástica e marcou um golo com uma confiança incrível. Obviamente, muitos outros olheiros também o viram, eu não fui certamente o primeiro, mas quando se vai ver um jogo dos jovens em Portugal e se vê um rapaz assim... anota-se o nome dele», revelou, dando outras alternativas ao português, na altura.

«Precisávamos de um extremo esquerdo e havia alguns nomes muito bons... Leão, Donyell Malen, Marcus Thuram, que na altura estava no Guingamp. Agora todos eles estão a jogar a um nível elevado [Dortmund e Inter], mas há cinco anos isso não era um dado adquirido. Na altura, Leão era titular há apenas seis meses no Lille e trouxemo-lo para o Milan. É preciso dar tempo a alguns jogadores», finalizou.