«Doem mais as lágrimas do Rui Costa e do Pauleta do que as do Cristiano»

SELEÇÃO16.06.202410:00

Jorge Andrade foi um dos protagonistas do Euro 2004, que Portugal organizou. A Seleção Nacional jogou a sua primeira final e perdeu. Uma dor coletiva apoderou-se do país, mas a derrota com a Grécia foi, também, a certeza de que estava no caminho certo para algo.

Venha comigo até o ano de 2004. Fomos, orgulhosamente, os organizadores do Campeonato da Europa. Portugal encheu-se de bandeiras, cantou-se o hino pelo país fora. Muitos protagonistas, muitas emoções, Relatos na Primeira Pessoa a não perder. Um deles é o de Jorge Andrade, camisola 4 da Seleção Nacional.

Jogava no Estrela da Amadora e pus como objetivo ir ao Euro 2004»

Perdemos na final com a Grécia, mas, antes de irmos à final, que recordações guardas desse europeu?

Obrigado pelo convite para recordar esse Europeu. Número 4, em 2004 era um número simbólico para nós. Portugal tinha feito um bom Europeu no ano 2000, o Mundial de 2002 não foi tão bom e estávamos todos com as expectativas muito altas de não falhar num torneio feito em casa. Muitos portugueses já tinham organizado e ajudado, alguns com voluntariado, na grande exposição que foi a Expo 98. E sendo futebol, que é aquilo que eu gosto, estava muito entusiasmado para poder participar no Europeu em 2004 Quando a nossa candidatura ganhou foi uma enorme alegria para mim e para todos os jogadores. E eu queria muito estar presente, ia entrar no torneio numa idade muito boa, tinha concorrentes à altura na minha posição, mas era um desafio muito grande e aliciante. Acho que todos os jogadores que participaram no Euro 2004 saíram valorizados. Foi um torneio espetacular e desde o início tivemos a energia do povo, mesmo com a primeira derrota contra a Grécia no Dragão. E era fantástico jogar num estádio de todos novinhos em folha. Estávamos mesmo num espírito novo de competição e de vitória, mesmo com esse revés do jogo da Grécia.

Onde é que estavas quando soubeste que Portugal iria organizar esse Campeonato de Europa?

Jogava no Estrela da Amadora. Existia o desafio de Portugal fazer a maior bandeira do mundo, no Jamor, com toda a gente a participar, não participei nessa bandeira, mas queria ir ao Europeu. Como estava num clube humilde a caminhada seria grande para poder participar, mas foi no Estrela da Amadora que recebi a notícia de que íamos organizar o Euro 2004 e estabeleci como objetivo ser um dos eleitos, porque achava que ia ser um torneio de eleição diferente e que ia valorizar todos os jogadores que participassem. Quando cheguei ao Euro 2004, já estava no Deportivo, da Corunha. Já tinha passado pelo FC Porto e já tinha ido para a Espanha. Ou seja, foi uma caminhada longa.

Já tinhas jogado por Portugal, mas o Euro 2004 é o teu primeiro e único Europeu. Que maior recordação é que guardas enquanto jogador de futebol, enquanto defesa central?

Em termos pessoais, foi passar de ser um jogador de equipa, só responder aos adeptos daquela equipa, a ser um jogador que tinha também de responder a muitos adeptos que não gostavam de futebol, mas que torciam pela seleção, porque era um motivo maior. Naquele Euro 2004, vimos gente a apoiar a Seleção que nem via futebol e muitos não se interessam pelos clubes. Começou a existir aquele espírito de Seleção, como grupo tínhamos o apoio da Pátria e sentíamo-nos todos uns mimados e privilegiados. Sempre que saíamos à rua durante o torneio, sempre que íamos para os jogos, éramos muito acarinhados. Aquela travessia do Rio Tejo pela Ponte Vasta Gama, foi sempre acompanhada por milhares e milhares de pessoas. O carinho era visível, estávamos todos babados e queríamos retribuir dentro de campo. Fomos construindo resultados muito bons depois do desastre da Grécia, sempre com vitórias, algumas muito emocionantes, como o jogo da Inglaterra, onde vencemos nos penáltis, mesmo tendo começado a perder. E tivemos jogadores que se sobressaíram muito nesse jogo. Não só o Ricardo, que foi um herói, qua defendeu o penálti sem luvas, mas também tivemos o Rui Costa a marcar um grande golo, o Hélder Postiga a marcar um penálti à Panenka, e também a marcar um golo num jogo depois de substituir o Figo, e também o talento de Cristiano Ronaldo e outros colegas que estavam em excelente forma. O jogo com a Inglaterra, para mim, foi o jogo mais bonito e emocionante do Euro 2004.

Estás a falar do jogo dos quartos de final, em que tu és titular, aliás, és titular em todos os jogos desse Europeu. Nesse jogo com a Inglaterra tiveste o Ricardo Carvalho como parceiro no centro da defesa de Portugal.

Para muitas pessoas essa é a dúvida, se eu joguei esse jogo. Como perdemos no primeiro jogo, o selecionador achou que devíamos fazer mudanças, não pelo talento dos jogadores, mas para mexer com o grupo e mexer com os jogos que se seguiam, para fazer alguma coisa diferente, e entraram jogadores como o Deco, o Ricardo Carvalho, o Miguel e o Nuno Valente, que foram os jogadores que deram um contributo importante na caminhada, substituindo os jogadores que eram mais experientes, como o Rui Jorge, o Fernando Couto, o Paulo Ferreira, que não era tão experiente, mas vinha de uma Liga dos Campeões muito boa e de uma época espetacular com o FC Porto, mas teve de sair para haver um pouco de revolução na equipa e as coisas resultaram.

Para ti, esse jogo com a Inglaterra acaba por ser o jogo mais marcante pela emoção até ao fim, e por também um bocadinho dramático, talvez, não?

Sim, o jogo contra a Inglaterra foi o mais emocionante e para o público também, ver um jogo com muitos golos é sempre espetacular. Depois todo o dramatismo de ter de tirar o capitão Figo para tomar a decisão de jogar num esquema mais arriscado, com dois pontas de lança… O Scolari se calhar não fez isso muitas vezes na vida, mas naquele momento achou que era necessário e mexeu com o jogo. Mexeu com o jogo, conseguimos igualar a partida, depois fizemos, inclusive, o 2-1. Pensávamos que já estávamos com a eliminatória ganha, mas a Inglaterra empatou. Ainda fez outro golo que foi anulado por carga sobre o Ricardo, graças a Deus o árbitro considerou uma carga. E, fomos para o prolongamento e depois penáltis, onde aí existe um pouco de sorte. Tanto o Beckham como o Rui Costa não conseguiram bater bem os penáltis, porque a relva no sítio onde se batiam os penaltis não estava em condições, e mandaram a bola para cima, mas os outros colegas conseguiram marcar. Tivemos um pouco também de rebeldia e de inocência do Postiga ao bater um penálti da forma como bateu, no meio da baliza. E depois o Ricardo teve um momento em que foi o herói ao defender como se defendia antigamente, sem luvas, e conseguiu defender o penálti do Vassell. E depois foi ele que concluiu com o penálti que marcou. Foi uma festa gigante, com o herói improvável, o Ricardo, a ser o homem que fez o golo no penalti. Importante para a passagem.

Sem querer que compares Fernando Couto e Ricardo Carvalho, até porque eram diferentes enquanto jogadores e também enquanto personagens. Foi fácil para ti jogar com os dois, certamente, mas acabas por fazer também uma caminhada maior com o Ricardo nesse Europeu.

Sim, são jogadores diferentes e foram muito importantes na caminhada até a final. O Fernando Couto já conhecia do Mundial de 2002 e dos jogos que fizemos amigáveis até ao Europeu, visto que não fizemos qualificação, e depois apareceu o Ricardo Carvalho. Era um jogador com quem eu já tinha jogado no FC Porto, já tinha jogado com ele nos Sub-20. Eram jogadores diferentes, que vinham com uma forma de jogar diferente dos tradicionais defesas, onde normalmente um era mais o central de marcação e o outro era, se calhar, o central mais para fazer as compensações e as dobras da equipa. Eu e o Ricardo, independentemente de onde estivesse a bola, era muito mais fácil complementar. Tínhamos também a ajuda na frente da defesa do Costinha, que era um elemento essencial que diminuía o nosso trabalho, fazia com que a nossa função fosse facilitada. O Fernando Couto teve também um papel importante no grupo, porque depois do primeiro jogo, todos os jogadores que saíram estavam, claro, chateados com a situação, mas perceberam perfeitamente que aquele era o momento de deixar os egos para trás e pensar mais na equipa. Pensar mais na Seleção e tentar participar ao máximo, dando as condições essenciais para os outros colegas jogarem. Era a opção do selecionador Scolari, que já tinha vindo de um Mundial com sucesso, por isso todos os jogadores respeitavam e foi fundamental ter um treinador já vencedor no nosso grupo, para que mostrasse quais eram as dificuldades de chegar até uma final. Ele foi estabelecendo objetivos, sabia que, como jogámos primeiro, íamos ter mais dias de descanso em certas fases, dava para recuperar a equipa, dava para jogar ao limite e foi o que fizemos. Sabíamos que, se não estivéssemos em condições, tínhamos jogadores no banco que eram iguais ou melhores que nós. O importante era, em Portugal, chegar a uma final porque até ali Portugal nunca tinham chegado.

«A meia-final com a Holanda foi o jogo mais fácil do Euro»

Quem é que foi o Luiz Felipe Scolari para Portugal nessa fase?

É muito diferente analisá-lo só vendo de fora. Ele na seleção do Brasil fez um trabalho com muito mérito, mas, no entanto, nós só vimos como adversários ou como adeptos. Mas, dentro de um grupo de trabalho, vê-se a mão dele para fazer com que o grupo seja mais unido. Um dos dias que mais me impressionou foi o primeiro jogo que jogámos contra o Brasil, na estreia do Deco, no Estádio das Antas. Foi um jogo amigável e vimos que toda a equipa do Brasil, segundos antes do apito inicial, foi ao banco cumprimentar o Scolari. Deram um abraço sentido a um líder que era deles mesmo tendo saído. E que saiu para um projeto que na altura era o de Portugal. Sabiam que era igualmente difícil, e era um projeto muito bom. Estavam todos agradecidos ao trabalho dele e fizeram-nos também pensar que se calhar íamos ter um senhor que nos ia dar tudo, de uma forma diferente. No dia a dia encontrámos pormenores de humildade muito grandes. Coesão entre toda a gente, desde os técnicos de equipamentos, todos os elementos da Direção, do staff estarem unidos à mesa com os jogadores, fez com que o grupo fosse só um grupo. Toda a gente participava, tínhamos também elementos como o Bruno, que era técnico de equipamentos, que até nas peladinhas entrava. Tínhamos uma relação muito boa com o Martinho, o Gaspar, com os doutores, que eram peças importantes. As pessoas que entraram nesse Europeu, como voluntárias, perceberam que estavam ali no grupo. O nosso centro de estágio foi em Alcochete. As pessoas que participaram no centro de estágio, desde a Dona Rosa, que era a senhora encarregue dos nossos almoços e pequenos-almoços, e toda a sua equipa, sentia que existia um ambiente saudável. Tínhamos muitas atividades, muitos entretenimentos. Uma das ideias do Scolari foi trazer coisas diferentes às quais não estávamos habituados, fazendo do nosso estágio um centro para convivermos entre nós. Normalmente no estágio, o jogador vai, fecha-se no quarto e fala com o colega do quarto. Ali não. Estávamos sempre a participar em atividades.

Ele uniu-vos como uniu o povo cá fora com a questão das bandeiras?

Sim, uniu e trouxe uma visão diferente. Ele, quando terminou o Campeonato do Mundo, termina com a bandeira do Brasil, que é o símbolo máximo. Aqui, antes do Campeonato da Europa, quando fomos a Óbidos, ele foi à janela e disse que queria a bandeira de Portugal em todas as janelas. E foi o que aconteceu. Vitória após vitória, via-se cada vez mais janelas com a bandeira portuguesa. Era um espetáculo passar para todo lado e saber que as pessoas estavam identificadas com aquele espírito. É estranho ser uma pessoa que vem de fora e incutir esse espírito nacional, mas foi o Scolari que trouxe isso para nós e fez essa união.

Portugal perde o primeiro jogo no Estádio do Dragão com a Grécia, depois vence com a Rússia e vence também com a Espanha. O que é que recordas desses dois jogos, antes dos quartos de final?

O jogo da Rússia foi um jogo em que o Scolari, antes de começarmos, disse: ‘a partir de agora é mata-mata’. Nem sabíamos que expressão era essa e ficou. É um jogo a eliminar. Não podíamos falhar, tínhamos de vencer. Tivemos um jogo um pouco facilitado com a expulsão do Ovchinnikov, que era nosso colega no FC Porto, até sentimos pena por ele, mas era uma vantagem muito boa que tínhamos de aproveitar. Não foi um jogo fácil, porque os russos têm uma equipa muito técnica, mas no fim brilhou a estrela do Rui Costa e do Cristiano Ronaldo, conseguiram dar-nos a vantagem necessária para vencer. Depois o golo do Maniche. Foi o jogo em que começámos a acreditar e depois no jogo com a Espanha só podia sobreviver um. Tivemos o dom do Scolari a meter o Nuno Gomes, que foi o jogador que fez o golo e foi memorável. Nós sabíamos que, marcando, não nos iam meter golo porque estávamos muito bem organizados. E os espanhóis não tiveram hipótese nesse jogo. Quando o Nuno Gomes marca os espanhóis já tinham de jogar contra o relógio e, de outro lado, havia um resultado que não era favorável para eles, e a Grécia conseguiu passar. E passamos nós e a Grécia num grupo em que a Grécia não era sequer favorita. Passar a Grécia e Portugal foi, para a Espanha, uma surpresa e ficou de fora uma das grandes potências com os jogadores que depois foram Campeões da Europa e Campeões do mundo.

Depois desses quartos de final míticos com a Inglaterra Portugal elimina a antiga Holanda, agora Países Baixos, na meia-final. 2-1 foi o resultado e tiveste a infelicidade de fazer um autogolo.

Sim, mas foi o jogo mais descansado que tivemos no Europeu. Marcámos muito cedo. O Cristiano Ronaldo marcou de cabeça, fez um grande golo, tirou a camisola, festejou já a mostrar toda a sua potência. Foi um jogo memorável onde saiu tudo bem à nossa Seleção. Conseguimos surpreender na segunda parte, mais uma vez de bola parada. Foi um canto curto onde o Maniche chutou diretamente à baliza e fez um dos golos mais bonitos que Portugal fez nos Europeus. Mas depois fiz o autogolo. Tinha a pressão do Van Nistelrooy, que estava atrás de mim, para fazer o golo, e eu antecipei-me, mas a bola bateu-me mal e foi para a baliza. Mas, no entanto, depois tinha a ajuda de super jogadores como o Fernando Couto, que entrou para salvar, passámos com todo o mérito à final e celebrámos muito, muito.

«Doem mais as lágrimas do Rui Costa e do Pauleta do que as do Cristiano»

Qual é que foi para ti o jogo em que achas que estiveste melhor?

Esse jogo da Holanda, incrivelmente. Fiz o autogolo, mas eu acho que eu e o Ricardo Carvalho não demos hipóteses na defesa. Foi um jogo completo e depois com a ajuda do Fernando Couto não demos mesmo hipótese. A Holanda naquele dia não ia marcar.

Chegámos à final e voltámos a perder com a Grécia. Consegues encontrar uma justificação para o que aconteceu com Portugal nesse Europeu?

A justificação é que a Grécia foi a melhor. A estratégia deles foi melhor que a nossa. Desde o primeiro jogo até ao último. Tinha uma estratégia que toda a gente sabia que era mais defensiva e conseguiram superar desafio atrás desafio. Chegaram à final com todo o mérito. A única coisa que fica, e acho que é decisivo, é que nós naquela final não conseguimos ter tempo para fazer as coisas. O tempo parece que estava a fugir-nos das mãos. Mais ainda quando a Grécia marca o golo. Parece que foram só cinco minutos até ao final do jogo e faltava muito tempo. A estratégia não estava a sair. Tive pena que alguns jogadores não tivessem jogado essa final como o Fernando Couto, o Rui Jorge e outros, pelo que representam. Não fomos capazes de vencer a Grécia. Não era o nosso dia. Estava reservado para o outro dia. E esse outro dia foi em 2016 quando Portugal venceu o Europeu em França.

Foto: Paulo Santos

Quem é que chorou mais nessa final no Estádio da Luz?

Acho que choraram todos. Uns sem lágrimas, outros por dentro. E temos imagens do Rui Costa e do Cristiano a chorarem muito. Sabemos que doem mais as lágrimas do Rui Costa e do Pauleta do que as do Cristiano, porque anos depois ele teve tempo para se vingar e venceu o Europeu.

Como é que individualmente superaste essa desilusão?

Foi um ano muito desgastante. Estava muito cansado. A maioria dos jogadores que participaram naquele Europeu… já estávamos com muita carga e depois do jogo só queria era descansar. Eram muitos jogos. O quanto antes só queríamos esquecer aquele episódio. Estávamos todos conscientes que a Seleção estava no caminho certo. No caminho dos triunfos. Íamos continuar com o mesmo selecionador. O espírito estava lá e veio a confirmar-se. Visto que no modelo de 2006 fomos até as meias-finais. E fizemos um bom trabalho.

O que é que guardas dessa final?

Comprei bilhetes até à final, desde o primeiro dia. Para além dos que a Federação me deu, comprei bilhetes para toda a gente da minha família, até à final. Alguns bilhetes estão guardados. E eu guardo a camisola do árbitro da final. Porque foi o árbitro que teve os dois jogos mais tristes que eu tive nesse ano. O Markus Merk expulsou-me na meia-final da Liga dos Campeões e apitou a final do Europeu Portugal-Grécia. No final do jogo fui ao balneário dele e pedi para trocar de camisola. Ele aceitou a minha camisola e eu fiquei com a dele. Para me lembrar também dos episódios tristes que tive.

Então não tens contigo a tua camisola dessa final para Portugal?

Tenho uma porque nós tínhamos sempre duas... Eu trocava de camisola ao intervalo porque transpirava muito. Tenho uma assinada pelos meus colegas.

Vocês jogadores sempre falam muito do orgulho que é jogar com as quinas ao peito. Qual é a diferença entre jogar com essa camisola de Portugal enquanto internacional?

Jogar pelos clubes, joga-se por aqueles sócios, aqueles adeptos. Por uma região, no máximo. Enquanto pela Seleção, eu tinha o homem do talho, eu tinha o homem da Mercearia, os meus vizinhos. Toda a gente me dizia: ‘Jorge, não se pode perder’. E isso é giro porque joga-se por toda a gente. Toda a gente fica orgulhosa de ter alguém que os identifique a representar a Seleção. Joguei em muitos clubes, mas o sentimento de jogar pela Seleção, para mim, é o maior sentimento que se pode ter enquanto futebolista.

Perderes a final, foste vice-campeão da Europa e a 5 de julho desse 2004 foste condecorado Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique. Que significado teve esse reconhecimento?

Fico muito lisonjeado. É um orgulho saber que os jogadores são também condecorados por efeitos nobres. E como costumo dizer, para quem vem da Amadora não está nada mal.