Destaques de Portugal: Mendes não quis apenas assistir à história redonda de Ronaldo
Cristiano Ronaldo marcou o golo 900 da carreira após assistência de
Foto: IMAGO

Destaques de Portugal: Mendes não quis apenas assistir à história redonda de Ronaldo

SELEÇÃO05.09.202422:53

Lateral-esquerdo do PSG fez o passe para o golo 900 do capitão e foi o maior desequilibrador da partida

A figura: Nuno Mendes (nota 7)

Quem diria que o maior desequilibrador de uma equipa cheia de talento seria o lateral-esquerdo? Falhou um corte aos 14’ quando tentou pisar a bola e sair a jogar em zona proibida, que permitiu a Modric rematar com perigo. Mas não ficou minimamente afetado. Foi ele quem descobriu Bruno Fernandes entre linhas com um passe vertical no lance do 1-0. E como não quis apenas ficar a assistir à história, arrancou um cruzamento perfeito para Cristiano Ronaldo apontar o 2-0 e chegar aos 900 golos na carreira. Fez mais um par de cruzamentos com qualidade para dar golo e aos 59’ tentou ele marcar, mas o remate saiu à figura.

Diogo Costa (6) – Aos 30’ voou para negar o golo a Kramaric após um remate à entrada da área em que não viu a bola partir e isso foi o mais difícil que teve de fazer em todo o jogo. Foi obrigado a mais trabalho na 2.º parte, mas tirando uma saída a punhos mais complicada, resolveu todas as situações sem grandes calafrios.

Diogo Dalot (7) – Surgiu em zonas interiores desde o início do jogo. E logo aos 7’ mostrou o porquê quando entrou na área em diagonal e finalizou de pé esquerdo, entre as pernas do guardião adversário para inaugurar o marcador. Foi infeliz perto do intervalo quando desviou para a própria baliza após um cruzamento à queima de Sosa, mas não se deixou afetar. Fez um corte importantíssimo aos 67’ quando Pasalic se preparava para encarar Diogo Costa.

Rúben Dias (6) – Foi o central que mais vezes foi no choque e foram poucos os duelos que perdeu. Kramaric teve de fugir da sua zona de ação para ter bola, o que afastou o perigo da baliza portuguesa.

Gonçalo Inácio (6) – Não se lhe notaram sinais de desconforto a jogar numa linha de quatro. Sem problemas a defender, na retina ficou um passe perfeito a isolar Leão aos 39’, que merecia uma melhor receção do extremo. Saiu aos 75’ quando Martínez quis refrescar a defesa.

Bernardo Silva (6) – Nos primeiros 45 minutos esteve longe do jogo, mais preocupado em fechar quando a Croácia tinha bola. Na 2.ª parte surgiu muitas vezes entre os centrais… portugueses para iniciar a construção e viu-se mais a qualidade de passe e transporte de bola. Ainda assim, fez um jogo longe do nível que já mostrou.

Bruno Fernandes (7) – Foi o autor da primeira ameaça de Portugal à baliza croata, aos 6’, com um remate em posição central, para defesa de Livakovic. Dois minutos depois, mais descaído para a esquerda, recebeu de Nuno Mendes e esperou a entrada de Dalot para lhe fazer um passe perfeito para o companheiro de clube e Seleção inaugurar o marcador. Senhor do tempo e do ritmo, controlou o jogo ofensivo de Portugal com mestria quando foi preciso gerir e nunca se coibiu de compensar os companheiros em momentos defensivos.

Vitinha (6) – É um regalo para a vista ter Vitinha a jogar. Sempre com critério e simples, faz o futebol parecer uma coisa fácil de jogar. Está mais experiente e confiante e isso nota-se na forma descontraída como está em campo. Saiu lesionado, depois de ser pisado no pé direito.

Pedro Neto (5) – Começou à direita e isso não beneficia muito o seu futebol. Aos 40’, quando arrancou para o meio serviu com critério Nuno Mendes, mas o lance perdeu-se. Entusiasmou-se com o lance e três minutos depois recuperou uma bola pouco à frente da área defensiva, deixou todos para trás em velocidade, mas o remate com o pé direito acertou na trave. O ferro impediu-o de atenuar a imagem imediatamente anterior, quando se atrasou e não acompanhou Sosa no lance do golo croata.

Cristiano Ronaldo (7) – Os primeiros aplausos que ouviu foi quando tentou com sucesso alguns malabarismos em zonas que não causavam perigo. Notava-se que estava soltinho. Viu Livakovic negar-lhe o golo aos 22’ após diagonal de esquerda para o meio e mostrou algum desespero. Mas o golo 900 na carreira chegaria pouco depois, para festa exuberante e emocionada do capitão. De tal forma quem ensaiou o habitual «SIUUUUU». Saiu muitas vezes da zona de finalização para tabelar e abrir espaços para a entrada dos companheiros, o que resultou em alguns dos lances mais perigosos do ataque português.

Rafael Leão (5) – Demasiado intermitente. O toque de calcanhar com que isolou Ronaldo aos 22’ foi o melhor que deixou na partida. Saiu ao intervalo e deixou todos a suspirar por mais. Está com clara falta de confiança.  

Nelson Semedo (5) – Entrou ao intervalo para jogar na ala direita quando Martínez decidiu apostar na linha de três centrais. Não comprometeu defensivamente, mas fica a ideia de que podia ter arriscado mais em termos ofensivos. Já dentro dos últimos 10 minutos, recebeu de Ronaldo e só um desvio de Gvardiol impediu que a bola chegasse à baliza.

João Neves (5) – Outra das apostas do selecionador após o descanso, isolou Nuno Mendes com um túnel que terminou com um remate do lateral à figura. Trouxe qualidade no transporte de bola e fez um corte preponderante no último minuto no interior da área.

António Silva (5) – Não se deu muito por ele em campo e isso não é nada mau para um central que entrou no jogo aos 77 minutos.

Diogo Jota (-) – Chegou a tocar na bola? É uma dúvida que fica nos sete minutos em campo (já a contar com descontos) do avançado do Liverpool.

Pedro Gonçalves (-) – Finalmente o tão ansiado regresso à Seleção e a estreia sob as ordens de Roberto Martínez. Mas chegou a parecer que o árbitro não o queria ver em campo, com uma estranha rábula que manteve Pote encostado à linha durante largos minutos. Entrou aos 90’, mas também não teve grande oportunidade para tocar na bola. Fica para a próxima…

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