Abel Ferreira: «Não posso levar o futebol tão a sério»

Técnico do Palmeiras afirma que aprendeu com os brasileiros e que tem de desfrutar da sua vida pessoal e profissional, comparando com a situação em que vivia em Portugal e no início da sua carreira no Brasil

O Brasileirão está ao rubro e na luta pelo título estão dois treinadores portugueses: Artur Jorge, no Botafogo, e Abel Ferreira, no Palmeiras, que celebrou mais uma vitória este domingo, após a goleada caseira ao Criciúma (5-0).

No final da partida, o ex-Sporting transmitiu uma mensagem diferente daquela que tem sido nos últimos anos, de tranquilidade: «Eu aprendi com vocês a viver o presente e vou ser sincero, acho que aprendi com vocês brasileiros, vocês vivem muito melhor a vida do que os portugueses. Quem pode, desfruta da vida. Não vou criar esta ansiedade em mim mesmo. É um jogo de cada vez. Faltam 12? Não posso ter esta ansiedade. Não posso levar o futebol tão a sério, futebol tem de ser como o parque de diversão, o jogador tem de se divertir. E olhar a forma como vocês vivem a vida, como vocês querem, por isso duram até mais tempo, quero tirar este ensinamento. Também tenho direito a viver, desfrutar a vida pessoal e profissional», começou por dizer, em conferência de imprensa.

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A equipa do técnico de 45 anos tem apenas o campeonato brasileiro para disputar, após ter sido eliminado da Libertadores e da Taça do Brasil, algo que até pode ter sido bom para si e para os jogadores: «Tivemos tempo para viver. Coisa que aqui o futebol brasileiro não dá a ninguém e é fundamental. Por isso falo tanto no tempo de recuperar jogadores e o estado mental e emocional. Deu perfeitamente para vivermos um bocadinho, dedicarmos tempo a outra parte da nossa vida, não somos só jogadores ou treinadores. Descansar a mente e o emocional é fundamental. E tempo para treinar, preparar os jogadores», explicou, antes de comentar a partida deste domingo, onde foram novamente superiores, algo que tem sido uma constante esta temporada.

«É futebol, algumas vezes vamos jogar assim, em outras o adversário vai bloquear os caminhos. Hoje correu bem, algumas vezes entra, outra não. Criámos oportunidades, não de hoje, mas desde esta época somos a equipa que mais chances cria e tem a ver com calma e tranquilidade de a cada jogo estar bem taticamente, fisicamente, tecnicamente e meter intensidade. Isto só acontece quando os jogadores estão recuperados e muitas vezes jogamos a 70% do nosso potencial. Isto faz diferença no resultado final», finalizou.