O ‘defeso’ dos grandes

OPINIÃO14.06.202107:00

O tempo é escasso para o Benfica, aquele que, em teoria, precisa de mais correções

Otabu estava do lado do FC Porto com a ameaça da saída de Conceição, mas foi quebrado em poucos dias. Além disso, os dragões já têm em Pêpê uma salvaguarda (de uma eventual transferência de Corona) e na ainda possível continuidade de Grujic outra (para Sérgio Oliveira), mesmo que tal obrigue o treinador a trabalho-extra na criação de dinâmicas e não ilibe a SAD de procurar o reforço de posições mais frágeis. É esse o nível de exigência para que Sérgio aponta e que deve ser cumprido por todos no Dragão, e não apenas por jogadores e equipa técnica.
No caso do Sporting, o campeão entra para o mercado com a segurança já mostrada nos dois anteriores: alvos bem definidos, a julgar pelas notícias, e um rumo firmemente traçado, seja a apontar para a melhoria do onze ou para o acrescento da profundidade necessária para jogar a Liga dos Campeões, tentar revalidar o título e ser competitivo nas restantes competições. Falta o essencial, que é concretizar negócios.
Se o Benfica terminou a época em terceiro e a falhar a Taça, os sinais ainda estão longe de ser positivos. Há uma pré-eliminatória da Liga dos Campeões que torna o tempo escasso para os encarnados, que são também aqueles que, em teoria, precisam de mais correções. As transferências de Pedrinho e, aparentemente, de Cervi ajudarão a acertar a balança, mas depois de o clube ter falhado rotundamente no mercado dos diretores-gerais também parece hesitante naquele que pode decidir a temporada, o dos jogadores. Tarda-se, pois, em resolver problemas para os quais Jesus já provou que não consegue inventar soluções. Também o clube se mostra dividido, com muito ruído à volta de Vieira, e agora com demissões de gente próxima, e não será fácil construir em cima da instabilidade que parece crescer na Luz.