O aliciante Gyokeres
Gyokeres é um jogador diferenciado. Um achado (Imago)

O aliciante Gyokeres

OPINIÃO21.03.202408:00

Desde 2008, quando o FC Porto descobriu Hulk, que não via um jogador ter impacto tão grande

Portugal defronta esta noite a Suécia. Um dos últimos testes da Seleção Nacional antes do Euro-2024. Roberto Martínez já tem poucas dúvidas quanto aos eleitos para a Alemanha, mas a lista de convocados não está fechada. Nem podia ser de outra forma. Afinal, faltam mais de dois meses para o arranque da competição. Tão-pouco está ainda definido se são apenas 23 jogadores que marcam presença na fase final - há a possibilidade de serem 24 ou 25, um tema a discutir entre os selecionadores e a UEFA durante o workshop a 8 de abril, na Alemanha.

O treinador espanhol decidiu agora alargar a lista, o que lhe permite trabalhar com jogadores que em condições normais não teriam espaço num grupo de eleição. Uma boa ideia do espanhol, que tem a possibilidade de ir já preparando o futuro, rejuvenescendo a Seleção e simultaneamente transmitindo a sensação de que a convocatória não está fechada e que não há intocáveis.

Jota Silva e Francisco Conceição, para só destacar os estreantes nestas andanças, têm hoje a oportunidade de começar a marcar território. Um bom estímulo para… todos. O jogo de Guimarães, contudo, tem mais aliciantes. A começar por… Gyokeres. O sueco do Sporting é a grande figura do Campeonato e também vai ter, naturalmente, os holofotes a incidir sobre ele.

Desde 2008, quando o FC Porto descobriu Hulk na 2.ª Divisão do Japão, no Tokyo Verdi, que não via um jogador ter impacto tão grande no futebol português. Discretamente, os leões seduziram o ponta de lança, chegaram a acordo com o Coventry, curiosamente, também no 2.º escalão, neste caso inglês, e os resultados foram imediatos. 15 anos depois há um jogador que marca claramente a diferença. Houve, entretanto, outros futebolistas de eleição a atuar em Portugal, obviamente. Jonas acima de todos.

O brasileiro era um craque e deixou marca, elevando o nível do Benfica, que somou títulos atrás de títulos. Mas aí era Jonas o expoente máximo de uma grande equipa. Não é agora o caso, nem era quando Hulk reforçou o FC Porto. Estes são daqueles jogadores que fazem uma equipa. Eles próprios fazem todos os outros melhores. Pela força e pela potência. Pela forma como desequilibram e pela capacidade de resolverem sozinhos os problemas. São jogadores diferenciados. Um achado.

Considero que ainda marcam mais a diferença pela capacidade atlética. É das poucas características que ainda falta às equipas portuguesas. Talvez não tenha sido por acaso que Gyokeres só marcou um golo em quatro jogos à Atalanta, uma equipa que faz da capacidade física uma das maiores armas. E de penálti. Mais um aliciante para a partida de Guimarães.