João Palhinha e a Suécia: «Gyokeres é jogador de topo, mas há outros»
João Palhinha realiza um exercício no decorrer do estágio da seleção portuguesa de futebol. Foto: Miguel Nunes/ASF.

João Palhinha e a Suécia: «Gyokeres é jogador de topo, mas há outros»

SELEÇÃO20.03.202413:22

Médio do Fulham reconhece a capacidade do atacante sueco do Sporting; alerta, no entanto, para as «individualidades» da Suécia, indicando mais alguns nomes aos quais Portugal terá de estar atento esta quinta-feira

Esta é uma convocatória com jogadores novos. Quais são as primeiras impressões? O que se pode esperar da Suécia e como pensa que se pode travar Gyokeres?

De facto, o tempo é curto para preparar estes jogos, Chegámos há dois dias e tivemos tempo para preparar o jogo com a Suécia e hoje vamos continuar a analisar o adversário, o trabalho tem sido bem feito. Na minha opinião, será um teste difícil, é uma equipa com excelentes individualidades, a jogar nas melhores equipas da Europa, vai ser um jogo mais à imagem do que vamos encontrar no Euro.

Vai ser um excelente desafio tanto para nós, como para a Suécia. De referir também que os novos jogadores que vieram neste estágio estão a ser integrados de forma excelente, são mais três jogadores para atingirmos os nossos objetivos. Vamos ter um ambiente que espero que seja de espetáculo, numa cidade de grande tradição e espero que seja um grande espetáculo.

O Gyokeres é um jogador que vocês conhecem bem. É um excelente jogador, assim como o Isak. Vocês dão muita importância ao Gyokeres e agora vão falar sempre dele, mas há também o Isak e ambos são jogadores de topo. A Suécia tem jogadores de extrema qualidade além do Gyokeres e quem jogar dará tudo para o anular, é isso que espero.

Aconselhou-se com Gonçalo Inácio para travar o poderio ofensivo do Gyokeres? Como é que um jogador gere emocionalmente as lesões e o risco de lesão?

As lesões assustam, mas pessoalmente esta época, mais do que nas anteriores, tem-se ouvido falar em muita lesão. Os clubes têm hoje condições como nunca houve, mas é difícil prevenir lesões com tantos jogos, há que ter um pouco de noção, como se gere, e ter em atenção a saúde do jogador. Várias pessoas já tocaram nesse assunto, mas não teve qualquer impacto…Continuamos a ser os profissionais que somos e a ambição de representar esta camisola está acima de tudo, mas com os jogos e constantes jogos que se tem, o desgaste físico acumulado é muito grande. Mas quando se representa a seleção, esta está sempre em primeiro lugar.

Não falei muito com o Gonçalo Inácio sobre o Gyokeres. Tivemos uma reunião com o treinador, falámos sobre o Gyokeres, o Isak, o Elanga, o Kulusevski… é uma seleção recheada de talento e não estaríamos a ser correto se apenas analisássemos o Gyokeres.

O que pensa deste modelo de convocatória e estágio?

Acho que este modelo tem de agradar aos jogadores portugueses, porque o mister tem dado oportunidades, a equipa tem tido grande rotatividade e isso faz sonhar quem não tem estado presente na seleção. Acho que hoje em dia, se um jogador fizer o seu trabalho, hoje a ida à seleção está mais perto que há uns anos.

Os novos jogadores merecem estar aqui e outros virão a estar no futuro, é uma grande oportunidade para o jogador português. Acho que acaba por haver mais rotatividade e proporciona mais descanso a quem tem jogado mais, o cansaço fica atrás das costas quando vestimos a camisola do nosso país.

Jota Silva e Francisco Conceição são novidades na equipa, tal como o Dany Mota. Que opinião tem sobre eles?

Trazem algo novo e acima de tudo o que é o nosso espírito português, [Jota e Dani Mota] são duas histórias muito bonitas e o que têm alcançado é mérito deles. O trajeto do Jota tem de servir de motivação para os jogadores que estão a competir em ligas inferiores, se continuarem a trabalhar. O Francisco é um jogador de muita qualidade. São três jogadores para ajudar a seleção e merecem muito estar aqui.

O João é o rei dos desarmes na Europa. Como explica esse sucesso?

É algo que já nasceu comigo, e uma das minhas características, tento meter essa paixão e garra dentro de campo. Quem me conhece sabe o tipo de jogador que sou, tento passar isso ao máximo e isso acaba por refletir-se no meu jogo.

O Andreas Pereira, seu companheiro no Fulham, foi para a seleção do Brasil e falou sobre as deceções que teve na carreira antes de agora regressar à equipa. Como o descreve?

Acho que para chegarmos a estes patamares, não há ninguém que não tenha tido deceções. Fico feliz pelo Andreas chegar à seleção do Brasil, sei o quanto é importante para ele estar lá e desejo-lhe as maiores felicidades, exceto se um dia jogar contra nós.

Portugal teve uma fase de qualificação imaculada, embora com seleções de uma qualidade inferior à das que terá pela frente no Euro. O que é que isso transmite para a fase final?

Como disse há pouco, a preparação com a Suécia será à semelhança do que apanharemos no Euro. A qualidade dos adversários que enfrentámos no apuramento não tira nenhum mérito ao que fizemos, se fosse fácil já alguém o tinha feito. A Suécia será um excelente teste e estaremos preparados.