'Blackout'
Só alguém em posição elevada na hierarquia do Benfica pode ordenar um 'blackout'. Quem o fez? E... porquê?!
Durou exatamente 35 horas e 52 minutos um dos primeiros (se não o primeiro) blackout de um clube nas redes sociais. Foi o tempo exato que passou entre as 22.08 h de domingo e as 10 da manhã de terça-feira, um longo período (pelo menos nestes tempos da sociedade do consumo imediato de toda e mais alguma informação) durante o qual o Benfica decidiu deixar de existir, fingir-se de morto, apagar-se dos registos ou simplesmente desaparecer do mapa (escolham...).
O apagão, que só pode ter sido decidido ou ordenado por alguém em posição elevada na hierarquia das águias, aconteceu logo após o golo de Pepê, o 4-0, no clássico do fim de semana que opôs FC Porto e Benfica. Depois disso... silêncio total: o resultado final (5-0) não existiu nas redes oficiais dos encarnados, como não existiram notas do rescaldo ou declarações, escritas ou em vídeo, dos protagonistas. Nada.
Até ontem de manhã, quando o decisor lá entendeu que havia um jogo para promover (com os escoceses do Rangers, já esta quinta-feira, para os oitavos de final da Liga Europa) e bilhetes para vender e cofres para encher, sendo, portanto, hora de reativar a máquina de propaganda, ou de marketing, ou de publicidade à instituição.
Primeira pergunta: quem decidiu e ordenou o inusitado blackout, deixando que trespassasse para o exterior a imensa vergonha que se sentia naquela hora (22.08 h de domingo) nos escritórios da Luz perante a humilhação que a equipa estava a sofrer no Dragão?
Segunda pergunta: porquê? Alguém achou que esconder a cabeça na areia esconderia a realidade? Alguém acreditou que haveria um benfiquista que fosse, ou um adepto de qualquer outro emblema, que, por conta do blackout, não saberia o resultado final? Que não veria João Neves lançado às feras após a goleada, escolhido que foi para comentá-la, ou Roger Schmidt a recusar pedir desculpas, ou o presidente Rui Costa a pedi-las? A sério?