Nuno Borges: «A pressão existe, mas se o Estoril Open não correr bem, não é o fim do mundo»
Nuno Borges (IMAGO/Schreyer)

Nuno Borges: «A pressão existe, mas se o Estoril Open não correr bem, não é o fim do mundo»

TÉNIS31.03.202417:45

Tenista português assumiu em conferência de imprensa que sente pressão para conseguir bons resultados, por ser o melhor luso da atualidade, mas refere que objetivo principal da temporada continua a ser o apuramento para Jogos Olímpicos

Nuno Borges, melhor tenista português da atualidade, abordou em conferência de imprensa do Estoril Open as expectativas que tem para o evento luso, sendo que pode enfrentar já na primeira ronda Jaime Faria. O maiato referiu ainda que procura maior consistência nos torneios ATP, mas refere que o principal objetivo para 2024 continua a ser a qualificação para os Jogos Olímpicos Paris 2024, que se realizam entre 26 de julho e 11 de agosto.

- Qual é a sensação de voltar aqui depois de grandes sucessos como no Open de Austrália? É diferente dos outros anos ou é a mesma coisa?

Talvez um pouco parecido com o ano passado, mas talvez as expectativas sejam um pouco maiores. Mas ao mesmo tempo já sei como é o ténis e procuro dar pontos para tudo. De qualquer forma, sei que tenho um primeiro ronda difícil e tenho que me focar nisso. Não é que já tenha vencido muitos jogos aqui no Estoril, por isso, não sinto muita pressão. Tenho muito a provar ainda aqui. A pressão existe, claro não vou negá-lo. As pessoas esperam mais e gostavam que eu e os outros portugueses fôssemos mais longe. É normal que a pressão esteja sobre mim, mas no fundo estou a fazer o meu trabalho. O meu ano tem corrido bem. Gostaria que o Estoril [Open] corresse bem, mas se não correr, não é o fim do mundo. E apesar de querer muito que corra bem, às vezes as coisas não acontecem como queremos. Mas as expectativas são boas e tenho me sentido bem, é verdade.

 

- Um dos possíveis adversários da primeira ronda é o Jaime Faria, que acaba de se qualificar para o quadro principal. Gostaria de jogar com ele ou prefere que seja outro jogador?

Eu acho que tanto eu como ele gostávamos de ‘levar os estrangeiros para casa’ como se costuma dizer (risos). Mas para mim seria uma pressão acrescida - jogar contra ele, ainda por cima sendo um colega de treino, estando eu acima dele no ranking, é normal que a pressão esteja do meu lado. Mas de qualquer forma, estou tranquilo. Ele está a jogar muito bem. Duas grandes vitórias aqui e já sei que tenho que ter cuidado com ele, tal como nos treinos.

- E nos pares, qual é a expetativa para este ano?

As expectativas são altas, claro. E nós próprios estamos habituados a ganhar jogos aqui. Mas temos uma primeira ronda complicada. Não nos considero favoritos contra os adversários. Já os conheço muito bem e acho que estão a ter o seu melhor ano, sem dúvida. Claro que eu e o Francisco não temos jogado tanto um com o outro, e isso também pode ser um fator importante, mas a verdade é que já nos conhecemos muito bem, mesmo que não joguemos todas as semanas. Estamos prontos para um bom desafio no primeiro turno. Acho que temos hipóteses, mas também é sempre um grande desafio.

- Estabeleceste alguns objetivos no início da temporada. Agora com estes três primeiros meses teve resultados muito bons. Mudaram os objetivos?

Nem por isso, o meu principal objetivo ainda são os Jogos Olímpicos. É aquele torneio que eu sinto que tenho uma oportunidade gigante para poder participar. Os Grand Slam, embora ainda sejam uma prioridade, acho que os Jogos Olímpicos seriam algo especial a acrescentar este ano. No fundo quero continuar a subir no ranking. É incrível como um torneio às vezes muda muito a história. Portanto é difícil dizer números. Gostaria de voltar ao top-50. E certamente gostaria de continuar a jogar os maiores torneios.

- Com os últimos resultados que o Dimitrov tem conseguido, a vitória no Open de Austrália ganhou importância e aumentou a confiança para este torneio e os próximos?

Lembro-me perfeitamente de um comentário do Nuno Lencaste, que nessa altura estava connosco na Austrália, a treinar o Alex Vukic. Perguntamos um pouco sobre o que achava do Dimitrov. Disse, na altura, que estava a jogar muito bem, e que poderia terminar o ano no top-8. E agora realmente, talvez esteja encaminhado para isso, pelo menos com os resultados que alcançou e com o nível que tem apresentado. Sim, ganha importância, quero dizer, o ténis é assim. É muito volátil e tudo pode acontecer. Assim que vamos a jogo, se tivermos a atitude certa, tudo é possível. E da forma como me preparei, também estou à procura de aproveitar esta oportunidade. Quero que cada vez mais, estas ocasiões não se tornem apenas especiais, mas algo em que realmente acredito que posso fazer com mais consistência.