Judocas encontraram-se pela quinta vez na carreira, mas a espanhola, que já tem nove pódios no Circuito Mundial de judo, voltou a levar a melhor.
Ainda não foi desta. Depois de, ontem, Catarina Costa (-48 kg) ter conseguido a medalha de bronze no Europeu de Zagreb de judo, esta sexta-feira Joana Crisóstomo (52.ª do ranking) tentou repetir o feito, mas acabou no 5.º lugar, derrotada face à favorita espanhola Aí Tsunoda (8.ª), filha do ex-treinador de Telma Monteiro Go Tsunoda, a qual resolveu rapidamente o combate pelo 3.º lugar. Primeiro com um wazari aos 1.18m, a que se seguiu, aproveitando a projeção, uma imobilização para ippon 15 segundos depois.
Explosiva e dotada de uma enorme força, Aí procurou desde o início controlar o combate e no pouco tempo que este durou nunca ficou em perigo face à ação da judoca da Universidade Lusófona, que não conseguiu contrariar a ação da adversária que conhece bem desde os escalões de formação, ambas têm 22 anos, mas já compete em pleno no Circuito Mundial, onde contabiliza nove pódios (1+2+6).
O último, em março, no Grand Slam de Antalya, onde alcançou o 3.º lugar e pelo caminho eliminou… Crisóstomo. Esta foi a quinta ocasião que as duas se defrontaram e Aí, filha do treinador japonês, Go, que trabalhou com Telma Monteiro para a conquista do bronze nos Jogos do Rio-2016 e até ao Mundial de Tóquio-2019, e da francesa Céline, que a orienta nas provas, ganhou a sua primeira medalha no Europeu sénior, mas já contando no palmarés com quatro no de juniores e um no de cadetes.
Sábado -78 kg: Patrícia Sampaio (13.ª)-L. Kuka (Os, 28.ª) +78 kg: Rochele Nunes (8.ª)-isenta 1.ª ronda -100 kg: Jorge Fonseca (14.º)-G. Pirelli (Ita, 26.º) Selecionadores: Marco Morais e Pedro Soares
Tendo igualmente já subido por duas vezes ao pódio em Europeus juniores - prata em Porec-2020 e bronze no Luxemburgo-2021 - Joana, procurava a primeira medalha no campeonato continental sénior, foi a terceira participação, o que lhe permitiria igualar o resultado do irmão, João, sete anos mais velho, na edição de Lisboa-2021. Note-se que logo na primeira ronda Aí havia também afastado a júnior portuguesa Taís Pina por castigos.
Ao longo do dia, em que voltaram a estar em ação seis judocas nacionais, no primeiro combate Crisóstomo obteve a vitória face à bósnia Aleksandra Samardzic (32.ª), projetando-a para wazari a 1.24m, mas depois permitiu que a adversária lhe fizesse o mesmo passados 31s, o que levou o confronto para prolongamento. Apenas ficou apenas após 6.14m de luta com novo wazari da tricampeã nacional.
Judoca da Universidade Lusófona é a grande sensação da Seleção no segundo dia do campeonato na Croácia e pode trazer a 43.ª medalha para Portugal no evento. Não terá missão fácil ante uma adversária que lhe ganhou sempre.
Mais rápido, 1.25m, levou a passagem aos quartos de final, graças a um ippon à belga Gabriella Willems (31.ª), que lhe ganhara na única ocasião em que se haviam defrontado.
Judoca da Académica de Coimbra conta como foi superando as limitações fisicas sem mostrar às adversárias as dores que sentia no corpo depois de cinco meses afastada devido a duas leões e uma cirurgia e como se supreendeu a resolver combates a fazer contra-ataques que nem tinha treinado
Mas se o combate com Willems correu célere, já o contra a alemã Miriam Butkereit (6.ª), que esta temporada soma quatro pódios no Circuito Mundial, incluindo o 3.º lugar no Grand Prix de Portugal, e derrotou Joana em duas ocasiões, decorreu desgastantes 7.14m. Com as duas já bastante esgotadas, acabou por ser a germânica, que procurava resolver as coisas no chão, a marcar wazari.
Depois das pratas em Sófia-2022 e Montpellier-2023, a olímpica da Académica de Coimbra marca o regresso à competição após cinco meses de ausência devido a intervenção cirurgica com o 42.º pódio de Portugal Zagreb-2024
Com direito a ir à repescagem, Joana Crisóstomo impôs-se à italiana Irene Pedroti (35.ª) projetando esta, mas sem pontuar, para de seguida, na continuação do movimento, imobiliza-la e garantir o combate pelo bronze em apenas 1.28m.