Thomas Aakvik treinou o avançado norueguês dos 11 aos 13 anos. «Vimos que tinha alguma coisa especial», partilha em declarações a A BOLA. «Gostaríamos que já tivesse mais minutos no Benfica»
O jogo entre Benfica e Barcelona, terça-feira, da UEFA Champions League, prendeu a atenção de muitos noruegueses, sobretudo pelo interesse em acompanhar Fredrik Aursnes e Andreas Schjelderup. Imagine-se quem conhece o avançado de 20 anos desde os 11 e que, de certa forma, deixou marca na ainda curta carreira dele.
«Fui treinador de Andreas dos 11 aos 13 anos», começa por dizer Thomas Aakvik, coordenador do futebol de formação de um clube da cidade de Bodo e que conhece o avançado do Benfica como poucos. «Treinava-se e jogava contra jogadores três anos mais velhos. Sempre foi um apaixonado pelo futebol, adorava treinar e jogar, ter a bola. E depois treinava-se também num campo a uns 150 metros de casa, com amigos. Era de longe o melhor na idade dele. E conto-lhe uma história. Quando ele tinha 10 anos jogou contra uma equipa nossa que tinha jogadores quatro anos mais velhos e marcou 10 golos», partilha Aakvik.
Quando, então, Schjelderup integrou o Bodo/Glimt o treinador continuou bem impressionado com «a técnica muito boa, a leitura de jogo e a tomada de decisão». Sabia quando «fintar ou passar, ocupar os espaços entre linhas ou ultrapassá-las com bola».
A progressão na carreira está a ser «muito positiva». Sempre o viu com «vontade de aprender» e optou «bem» quando escolheu mudar-se para o Nordsjaelland, porque teve a possibilidade de «jogar imediatamente».
No Benfica, porém, Schjelderup teve de esperar mais do que quem gosta dele esperava. «Teria sido bom se já tivesse mais minutos. Mas a concorrência é forte. Di María é muito bom, não é fácil um rapaz de 18/19 anos tirar um campeão do mundo da equipa. Esperávamos que estivesse a jogar há mais tempo, mas é bom vê-lo na equipa», conta o treinador.
Stale Solbakken fala a A BOLA da ascensão do extremo. Falou com o compatriota antes do dérbi com o Sporting: «Agora ainda deve estar mais contente.» E até pediu para enviarmos um recado a Aursnes
Aakvik não consegue responder qual o limite do compatriota, mas sabe onde gostaria de vê-lo: «Vimos alguma coisa de especial nele quando tinha de 11 anos e vimos, agora, o nível a que ele jogou com o Barcelona. Talvez possa dar o passo para um clube como o Barcelona, ao mais alto nível. Mas o Benfica já está a um nível muito alto, é um clube incrível, poucos chegam lá.»
Aakvik só quer o melhor para o «bom menino» que está sempre a sorrir. «Menino, não, já é um jovem adulto», corrige.