20 janeiro 2025, 11:54
Novidade no treino do Benfica antes do Barcelona
Di María treina-se sem limitações antes do duelo da Champions
Treinador do Benfica quer uma equipa a jogar bem e a criar oportunidades diante do Barcelona para somar pontos na 7.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões
- Como é que a equipa do Benfica pode parar o Barcelona?
- Antes de responder vou fazer uma consideração à conferência do Leandro [Barreiro], que foi, realmente, muito boa. Há aqui apontamentos dele que, ditos por um jogador, é bom de ouvir e devia ser uma premissa para muitos miúdos que um dia querem ser jogadores. Isto é um soldado que todos querem ter numa equipa. Fica mais uma vez o elogio, dentro de campo tem estado a corresponder e fora de campo fez uma intervenção muito boa. Sobre o jogo, há dois aspetos que são fundamentais: o primeiro é olhar para nós próprios, o que podemos fazer perante o nosso adversário. Perceber muito bem o momento com bola e o que fazer quando temos a bola no meio-campo defensivo, perceber muito bem o que fazer no meio-campo ofensivo, como criar problemas a uma linha defensiva que joga normalmente subida. E outro ponto também muito determinante é o apoio que temos sentido em casa, o apoio dos nossos adeptos em jogos da Liga dos Campeões tem sido muito especial.
- Provavelmente não vai confirmar a chegada de Mano Silva, mas pergunto-lhe sobre as opções que tem para a posição 6, no caso, Florentino, Kokçu vai rodando, tal como aconteceu contra o Sporting, e recordando que Florentino, na sua primeira passagem pelo Benfica perdeu a titularidade.
- Tenho muita confiança nos meus jogadores. Não vou comentar nenhuma situação de mercado. Acho que é importante as pessoas perceberem que aquilo que quero não é titulares nem suplentes. É aquilo que o Leandro disse, os jogadores têm de estar prontos para jogar. O Florentino perdeu o espaço em janeiro na minha primeira passagem, mas diga-me se ele jogou em outubro, em novembro, dezembro... Ele lesiona-se na quarta jornada, em Braga, esteve muito tempo lesionado, teve um problema no joelho. Este ano, o Florentino tem jogado ou não tem jogado, eu quero é que os meus jogadores estejam prontos e disponíveis para jogar, sentirem sempre confiança para jogar e essa confiança entre jogador e treinador, vem daquilo que eles vão mostrando quer em jogos, quer em treino, nas oportunidades que vão tendo.
- O 'soldado' Di María está recuperado para ir a jogo? Está em condições para jogar os 90 minutos?
- Esse está sempre pronto [risos]. Ainda temos mais um dia para analisar. O mais importante é que treinou, esteve com os colegas, como tiveram oportunidade de ver, amanhã vamos falar para perceber o estado dele, agora, se há algo que eu sei é que ele está pronto. Vai estar tão pronto como esteve a jogar com o Atlético Madrid, com o FC Porto, na final com o Sporting... Ele gosta de jogar estes jogos, mas temos de perceber o que é o melhor para a equipa e o melhor para o jogo.
- O objetivo ainda é o apuramento direto?
- O nosso objetivo tem de ser, primeiro, olhar para o jogo e tentar vencê-lo. Segundo, olhar para os pontos. Há um estudo que nos diz que, eventualmente, 15 pontos podem chegar para o apuramento direto. Ainda temos a possibilidade de atingir esses 15 pontos, mas, amanhã, temos de jogar bem, criar as nossas oportunidades, vencer, lutar e depois veremos se conseguimos chegar a essa meta.
20 janeiro 2025, 11:54
Di María treina-se sem limitações antes do duelo da Champions
- Depois de muitos anos em que não teve bons resultados na Europa, este ano o Barcelona é um dos candidatos à vitória da Champions. Concorda?
- Claro que sim. Por aquilo que estão a fazer e pelo histórico. É uma equipa com enorme qualidade, quer em termos individuais, com jogadores fantásticos, como nós, e coletivos. É um misto da cultura do Barça, uma equipa que gosta de ter posse, mas já se nota o cunho do treinador, com um jogo também mais vertical, mais forte na pressão, nas transições ofensivas, a explorar muito os corredores laterais. É um adversário muito competente e temos de encarar este desafio com enorme ambição.
- Face ao que o Barcelona está a fazer, pondera mudar a estratégia do Benfica?
- Estrategicamente temos de mudar, porque são jogos diferentes. O que não podemos mudar é o que temos vindo a construir, que é a forma de jogar, defender, atacar. E depois é perceber três coisas: como jogar com bola no nosso meio-campo; como jogar quando tivermos bola no meio-campo ofensivo e perceber como criar problemas a uma linha defensiva que joga muito subida. Foi isso que fizemos hoje [no treino], preparámos a equipa nesse sentido, senti os jogadores muito confortáveis. E amanhã é ali, na hora de jogo, que temos de colocar qualidade individual, a nossa dinâmica de jogo, e também o lado estratégico.
- Amanhã será possível ver em campo a dupla Di María-Schjelderup ou Akturkoglu?
- Dos sete [opções no plantel] vão jogar dois. Tudo pode acontecer. Mas o que é importante? O que o Barreiro disse. Estarem prontos para jogar independentemente do estatuto e da idade. E eu, como treinador, tenho de perceber qual é o melhor onze. Se Schjelderup está preparado? Estão todos. Incluindo o [João] Rêgo. O desafio nesta casa é o de preparar pessoas e não é só colocá-las lá dentro. O desafio é provocarmos o jogador. Há três meses, desde que chegámos, é provocar os jogadores, olhar para eles e perceber como posso perspetivar a evolução deles. Há talento em todos e um plano para cada um deles evoluir, uma forma de jogar que todos têm de entender, e depois a capacidade de trabalho. E corresponder quando for dada uma oportunidade. Hoje tivemos 26 jogadores no treino, todos eles de enorme qualidade. A partir do momento em que têm uma oportunidade, têm de corresponder.
- O jogo de amanhã é um clássico europeu. Vai ser a primeira vez que vai defrontar o Barcelona, como se sente?
- São estes jogos que queremos jogar. Já disse isto duas ou três vezes: há um mês levei os meus filhos a ver o João Félix a jogar um Barcelona-PSG. Estava na bancada e agora vou estar contra o Barcelona. Do outro lado, o Barcelona também vai achar este desafio muito interessante, é um grande clube. Vai ser um clássico europeu, um jogo muito interessante e é por isto que vivemos, as grandes noites europeias. O que queremos é contribuir para uma grande noite europeia, olhar para nós e esperar um grande apoio dos adeptos.
- Desde o início da temporada que 12 clubes da Liga já mudaram de treinador, incluindo o Benfica. Como lida com esta conjuntura do futebol português? É difícil manter a confiança perante estes números?
- Primeiro é de lamentar a saída de um treinador. A nossa confiança tem de ser sempre nossa. Temos de olhar para o que controlamos e ter a coragem de fazer as coisas da forma como pensamos. Se assim não fosse, o Leandro [Barreiro] nunca tinha jogado com o Florentino. Nós é que vamos vendo o filme diário dos treinos, dos jogadores, perceber o que vão fazendo. Acreditar muito nas nossas ideias, na forma de trabalhar e depois passar sempre uma energia muito positiva. Sabendo que quando estamos num bom momento temos de o prolongar, é preciso saber que quando estamos num momento menos bom é preciso o 'clique'. Saímos da Luz com uma derrota frente ao SC Braga, duas semanas depois o capitão estava a mostrar o troféu da Taça da Liga. A responsabilidade de ser treinador assim o exige. É preciso que as pessoas sintam que há um treinador que tem um caminho, que as faz acreditar que podem conquistar títulos.