Verdão quer manter pilares e até lançar o novo Endrick
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Verdão quer manter pilares e até lançar o novo Endrick

INTERNACIONAL14.12.202309:27

Depois de assegurado Abel, prioridade do Palmeiras é manter espinha dorsal veterana mas vencedora. Com Estevão, próxima joia do campeão, no plantel. E reforços pontuais

Depois do «fico» de Abel Ferreira a evocar um outro «fico», o de Dom Pedro I, no Brasil, e IV, em Portugal, e que deu origem à independência do primeiro do segundo em 1822, a presidente do Palmeiras busca agora garantir mais ficos para manter o ADN vencedor do clube. Weverton, Gustavo Gómez, Zé Rafael, Raphael Veiga, Dudu e outros, mesmo um ano mais velhos, são a prioridade que se segue para Leila Pereira em 2024, nem que tenha de investir em salários.

«Todos os nossos profissionais não são nota 10, são nota 1000», disse a líder, referindo-se aos pilares do plantel mas também aos principais dirigentes: «O nosso diretor de futebol, o Anderson Barros, tranquilo, profissional, competente, eu dou-lhe supervalor. E ao João Paulo Sampaio, coordenador do futebol jovem, também. Enquanto eu for presidente, estes profissionais continuam comigo, não deixo ninguém sair.»

Em 2023, o Palmeiras, apesar de altamente competitivo e sólido, abalou-se com a saída simultânea do playmaker Danilo e do criativo Gustavo Scarpa, ambos transferidos para o Nottingham Forest. As lesões de Gabriel Menino e, sobretudo, de Dudu no inverno (verão em Portugal) escancararam as limitações de um plantel que, no fim das contas, até acabou campeão mas graças, em larga escala, ao tombo do Botafogo.

Estes jogadores, portanto, por mais que Luís Castro, do Al Nassr, namore Gómez, são para continuar num plantel sobretudo experiente mas com cada vez mais membros do grupo do bilhão a povoá-lo. O grupo do bilhão é como João Paulo Sampaio, coordenador da academia alviverde, chama aos seis atletas que, na visão dele, podem valer o equivalente a mil milhões de reais, quase 200 milhões de euros.

Endrick, transferido por 70 milhões, era um dos membros do grupo, os demais são Luís Guilherme, Fellipe Jack, Thallys e Estevão. Estevão, aliás, já se estreou no jogo do título com o Cruzeiro, clube que, por acaso, serviu até ser envolvido em irregularidades financeiras da responsabilidade de dirigentes da raposa e rumar ao verdão em 2021. Com cláusula de rescisão de 45 milhões de euros, Messinho, como é chamado, está na mira do Paris Saint-Germain.

O plantel às ordens de Abel Ferreira em 2024, portanto, deve voltar a ser mesclado entre jogadores experientes, capazes de suportar a insuportável pressão do futebol brasileiro, e jovens promessas talentosas. Mas não só: o clube já contratou Aníbal Moreno, jogador nuclear do popular Racing Avellaneda, e ainda procura enriquecer o plantel com atletas de classe média, como Cauly e Caio Alexandre, destaques de Bahia e Fortaleza no Brasileirão de 2023.

Jailson, médio que agradava a Abel mas, por causa de lesão, perdeu espaço no plantel não vai renovar e nenhum dos emprestados deve ter lugar em 2024. Os dois que mais se destacaram, Merentiel, ironicamente carrasco do Palmeiras na meia-final da Taça dos Libertadores com o Boca Juniors, e Matheus Fernandes, do Bragantino, foram adquiridos pelo clube argentino e pela equipa de Pedro Caixinha.

GÓMEZ

A situação do capitão resume a de outros companheiros: mesmo trintão e cobiçado (por Luís Castro, do Al-Nassr, entre outros) ainda é visto como pilar da equipa e, por isso, salvo algo anormal, é para manter, assim como Weverton (36 anos), Marcos Rocha (35), Mayke (31), Zé Rafael (30) ou Dudu (31).

 ARTUR

Apesar de ter participado em 31 jogos e marcado cinco golos só no Brasileirão, o ala, habilidoso mas irregular, não é visto como um pilar. Logo, no caso dele, a oferta de cerca de 15 milhões do Zenit é vista como irrecusável.

CAULY

Com o argentino Aníbal Moreno, ídolo do Racing, já assegurado, o Palmeiras busca outros reforços do mercado interno, para não demorarem na adaptação, sem excessivo “glamour”, para não gastar demasiado, como o médio do Bahia, de 28 anos, ou Caio Alexandre, também médio, de 24 anos, do Fortaleza.

ENDRICK

A joia do clube e do futebol brasileiro já está a caminho de Madrid mas demora seis meses a chegar – pode ajudar no Paulistão, na Supertaça do Brasil e no arranque de Brasileirão e Libertadores antes de voar.

ESTEVÃO

Há vida depois de Endrick na academia palmeirense: Estevão, 16 anos, uma tonelada de golos nas camadas jovens, estreou-se no jogo do título, com o Cruzeiro, e deve ser utilizado, com parcimónia, por Abel em 2024.