Sporting-Benfica Um último combate que seja mágico

Duelos entre Amorim e Schmidt sempre muito equilibrados; leões podem embalar para o título; histórico recente favorável às águias

Igualdade absoluta. Rúben Amorim e Roger Schmidt defrontaram-se já em cinco ocasiões. Somaram três empates, dois no campeonato da época passada, e um outro na recente segunda mão da Taça de Portugal, que apurou o Sporting para o Jamor. Sobra um triunfo para cada, igualmente na presente temporada: o da metade inicial da Liga na Luz para o Benfica por 2-1 e a primeira mão da meia-final da prova rainha, em Alvalade, pelo mesmo resultado. 12 golos para os de Schmidt, outros tantos para os de Amorim. Não podia estar mais equilibrado.

Será um último combate que não se limita a ser um mero tira-teimas. Apresenta caráter quase decisivo para a atribuição do título em caso de um triunfo dos leões – e o quase deve-se ao que falta de calendário e à alta exigência de um clássico ainda no caminho –, além de, por razões diferentes, poder ser o derradeiro duelo entre os dois técnicos em Portugal. É que se a cobiça pelo seu timoneiro tem chegado em ondas sucessivas de notícias aos verde e brancos, seja de Liverpool ou de Barcelona, a pressão que o alemão carrega nas costas há inúmeras semanas poderá fazê-lo tombar de vez em caso de insucesso, apesar dos anos de contrato que ainda tem à sua frente e da lealdade aparente do presidente Rui Costa. Mas esses serão sempre cenários para o verão.

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As águias receberam finalmente bons sinais na partida de terça-feira e a exibição conseguida será algo que certamente Schmidt quererá transportar para novo dérbi eterno, sobretudo a nível da reação à perda e na capacidade de montar o cerco à baliza de Franco Israel. Um triunfo não coloca o Benfica a depender de si próprio, porém apertará ainda mais a luta.

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No entanto, é ainda de crer que também o seu rival terá tirado notas importantes e deverá apresentar problemas diferentes, também embalado por um apoio cada vez mais ferveroso dos seus adeptos. A segunda parte na Luz, em que os leões se colocaram por duas vezes na frente do marcador podem ser vistos também como exemplo a explorar por Rúben Amorim.

Não se evolui muito em cinco dias, mas os acertos de ambos os técnicos poderão ser decisivos. Pedro Gonçalves poderá ser um joker a deixar dúvida na equipa técnica do Benfica, tal como o nome do ponta de lança encarnado, embora se acredite na permanência de Tengstedt no onze, possa igualmente levar a ajustes em caso de surpresa de última hora.

O peso da história

Há ainda outros fatores que fazem parte da equação: um recorrente descontrolo do Sporting nos jogos em casa com o grande rival, e que se tem traduzido em alguns dissabores ao longo da história - nas últimas dez edições do campeonato, venceu apenas por uma vez, em 2020/21, com golo de Matheus Nunes, perdeu quatro e empatou cinco - e algumas dúvidas que poderão ter sido semeadas com o domínio das águias no confronto mais recente. Contudo, também aí Amorim saberá encontrar a melhor forma de trazer os seus jogadores para o nível máximo de exigência.

Espera-se grande dérbi!