Futuro, dérbi e palavra de honra: tudo o que disse Amorim
Treinador leonino fez a antevisão do segundo dérbi em cinco dias; quer que a sua equipa entre melhor no jogo em Alvalade, comparativamente ao que aconteceu no encontro da Taça de Portugal, na Luz
- Pedro Gonçalves está em condições de ser convocado? Pode jogar de início?
- O Pedro está convocado e é mais uma opção para o jogo. Não vou dizer [risos], amanhã logo verão.
- Passaram três dias desde o último dérbi, o fator surpresa entra neste jogo ou não?
- Não vai haver grandes surpresas, a equipa que estiver mais organizada, agressiva e mais concentrada terá alguma vantagem no jogo. Estudámos aquilo que temos de melhorar, usámos muitas imagens do último jogo. Preparámos tudo muito bem e agora estamos prontos para um jogo que é muito importante para o campeonato.
- Hjulmand disse que seria um jogo especial, mas não decisivo. Partilha dessa opinião ou considera que é o jogo do título?
- As palavras do Morten não é uma opinião, é um facto. Este jogo não é decisivo. Isso era na Taça de Portugal. Tem uma importância grande, não há como escondê-lo, é um momento muito importante da época, que pode ajudar muito as equipas numa fase final. Nós não fazemos essas contas de ir ao Dragão, jogar com o Vitória em casa... Todos os jogos são difíceis e esta reta final, como foi prova o jogo com o Estrela da Amadora, todos os jogos vão ter uma importância cada vez maior, digamos assim, não é decisivo, mas não há como esconder, e não há como fugir a isso, é muito importante para uma classificação final em primeiro lugar.
- No final do dérbi na Luz, Rui Costa, presidente do Benfica, dirigiu-se ao árbitro no túnel,acha que isso pode condicionar a arbitragem?
- Sobre arbitragem não vou comentar nada.
- Muito se tem falado do seu futuro. Consegue fazer como o Xabi Alonso e garantir que para o ano vai estar no Sporting?
- Não, não consigo garantir. O Sporting está a tratar do futuro e eu não posso decidir porque dei a minha palavra, já não posso voltar atrás no sentido em que, se não ganharmos títulos, vou sair do Sporting. Isso foi muito claro desde início. Foi uma aposta que achei importante transmitir aos meus jogadores, portanto, temos de ganhar. Primeiro vamos ganhar os títulos e depois logo decidiremos as coisas, isso não é uma preocupação. O futuro está a ser planeado, já há bastante tempo, e nós, como estrutura, estamos a delinear todas as situações, tudo o que queremos, da próxima época. Essa é a principal razão porque não posso garantir que fico, atravessei-me com os jogadores e como líder não posso perder a minha palavra, por mais que me custe, se calhar, temos que ganhar títulos, estamos no bom caminho e é importante ganhar este jogo.
- Tal como os jogadores, o Rúben também tem uma cláusula de rescisão. Se pagarem sai?
- Não quero estar a alongar-me muito sobre o meu futuro, o foco está neste jogo. Posso dizer o que disse sempre: não vou discutir nada com o Sporting, devo muito ao Sporting e o que tiver de acontecer, acontecerá, mas nunca passará por mim, por uma pressão para sair, porque devo muito a este clube, sou muito feliz aqui, queria só esclarecer isso. De resto, o foco está no jogo, porque queremos muito vencer.
- Esta época, para o campeonato, em Alvalade, o Sporting só vence. Considera, por isso, que é favorito?
- Cada vez mais, independentemente se estes jogos são em casa ou fora, são sempre divididos. Tem mais influência aquilo que aconteceu nesse jogo [último dérbi] do que o momento geral das equipas. Este jogo vai ser igual, vai ser importante entrar bem, temos de entrar mais agressivos, melhores em certos momentos do jogo. Diria que não há favoritos para este jogo, simplesmente que terá muita influência quem entrar melhor no jogo.
- Que Benfica espera para este jogo do campeonato, em termos de comparação com o encontro da Taça de Portugal?
- Por tudo, o que espero é que a minha equipa seja melhor aspeto. Não controlamos o Benfica, controlamos só a nossa forma de entrar no jogo e, portanto, há certas situações que, de certeza, vamos melhorar neste jogo. Espero um jogo muito dividido e, acima de tudo, deixando o Benfica de lado, espero que a minha equipa tenha uma melhor entrada no jogo e seja mais competente em todas as fases do jogo.
- Valdo, antigo jogador do Benfica, afirma que um empate era mal menor. Assinava já o empate?
- Não. Temos de vencer o jogo, não assino nenhum empate porque temos oportunidade de ganhar. Com o desenrolar do jogo, vamos ver qual será o melhor resultado. Antes do início do jogo não assinava um empate, queremos muito ganhar e seguir em frente com esta nossa dinâmica de vitórias, principalmente em casa, porque é muito importante. O Valdo, como adepto do Benfica, já jogava muito bem e está a falar de uma forma para adormecer a equipa do Sporting [risos], mas não vai acontecer, queremos ganhar, o Benfica também, é importante para os dois, de forma alguma assinaria já um empate antes do jogo.
- António Adán é o único lesionado?
- O Antonio Adán é a única baixa neste momento, mas já foi ao campo, é bom sinal.
- Em que medida é que o Sporting tem de ser melhor?
- Resumidamente, temos de jogar mais ao nosso nível. Não vale a pena estar aqui a dizer ponto a ponto, temos de estar mais ao nosso nível. O Benfica foi superior e acho que fomos amplamente superiores em casa. Quando fazemos a avaliação da Taça, bate muito certo, sei que a última imagem é que fica, mas nos dois jogos da Taça fomos superiores e estivemos mais perto de vencer. Neste segundo jogo acho que o Benfica foi mais agressivo e foi melhor naquele dia. Eu não peço nada de especial aos meus jogadores, só que estejam ao nível a que habituaram os adeptos.
- Espera que Gyokeres seja mais decisivo num jogo muito importante?
- Muito importante vamos ver. Sinto que damos um passo importante se vencermos, vamos ver. Temos outros jogos, saídas muito difíceis, é sempre importante vencer, não há como esconder que ficamos com uma vantagem de quatro pontos e mais um jogo. Obviamente que torna mais difícil a vida do adversário direto, pelos pontos, pela parte mental, pela parte física, , tudo conta neste momento. O Viktor faz o seu trabalho quando não faz golos, é olharmos para o jogo. Tem uma assistência e depois tem uma jogada individual em que a bola bate no poste e sai. Se a bola entrasse estaríamos a falar de uma grande exibição e estariam a dizer que o Viktor empurra o Sporting para frente.
- O treinador do Benfica ficou satisfeito com a sua equipa após o dérbi. Até que ponto essa satisfação o poderá ajudar, a si?
- Os jogadores não precisam de fazer contas, obviamente que com o desenrolar do campeonato irão fazer essas contas. O importante é esquecer o jogo do Famalicão, queríamos manter a nossa posição, eles estão a lidar de forma natural, estão a trabalhar para mais um jogo. Mas não estão a fazer contas para este jogo. É mais claro para mim aquilo que o Benfica irá fazer amanhã do que para a Taça. Os jogadores não precisam de fazer contas, com o desenrolar do campeonato estão a trabalhar bem, contas a ganhar e a serem melhores.
- A grande incerteza no Benfica é o avançado que vai jogar de início. A estratégia do Sporting também passa muito por aí?
- Focamo-nos muito na nossa equipa, sabemos mais ou menos como o Benfica vai jogar, mas não há diferença naquilo que vamos fazer jogando um avançado diferente daquele que jogou. O Tengstedt acho que fez um bom um jogo, mas essa é uma decisão do Benfica [risos]. Não muda nada a estratégia. O grande foco é melhorar a nossa equipa.
- Defende muitas vezes os jogadores e defende-os. É assim que se moldam campeões?
- O que tento fazer é ser justo com eles, dizer as verdades. Não esconder nada dos jogadores. Cada vez mais os jogadores são inteligentes, não vale a pena mascarar a realidade. Também disse no fim do jogo que senti que os jogadores não deram tudo, não estiveram frescos, ativos, no início do jogo. Mas deram tudo. Não engano os meus jogadores, só dessa forma conseguimos evoluir.
- O Sporting entrou sempre melhor nos últimos dérbis. No último não foi assim. Onde acha que o Sporting falhou?
- Há que retificar numa forma geral a agressividade, no sentido positivo, a velocidade com que encaramos a situação do jogo, tivemos algumas perdas de bola junto à nossa área e tivemos algumas perdas de bola, o que fez crescer o ambiente no estádio, são pequenos pormenores que entram no jogo, temos de ser mais inteligentes na abordagem do jogo. Podemos refazer a história, entrar melhor no jogo e jogar melhor.
- São dias competições diferentes. Encontra semelhanças com o Benfica em desvantagem em ambos?
- O Benfica não parte em desvantagem, na Taça partia. No jogo em si não parte em desvantagem, um golo na Taça não lhe servia de muito porque ficávamos empatados. Aqui leva os três pontos. Espero o Benfica da mesma maneira, confiante, mas acredito muito nos meus jogadores.