Último teste ao leão na cidade dos Beatles

Sporting Último teste ao leão na cidade dos Beatles

NACIONAL05.08.202310:05

Será ainda no velhinho Goodison Park que o Sporting realizará hoje, a partir das 15 horas, frente ao Everton, o último jogo particular de preparação para a nova temporada, cujo início, para os leões, está agendado para o próximo sábado, dia 12, com receção ao Vizela na jornada inaugural da Liga 2023/2024.


Construído e inaugurado em 1882, o recinto, que é a mítica casa dos blues de Liverpool, é um dos mais antigos estádios de Inglaterra e, portanto, também do Mundo. E está, curiosamente, carregado de momentos cheios de significado para o futebol… português. Desde logo, foi o local onde a Seleção de Portugal realizou alguns dos desafios da sua primeira presença num Campeonato do Mundo, o Inglaterra-66, o torneio que consagrou Eusébio como um dos melhores da história.


Sim, foi aqui, no Goodison Park, situado a escassos 983 metros do Estádio de Anfield, casa do rival Liverpool, que Portugal derrotou o favorito Brasil de Pelé por 3-1, a 19 de julho de 1966, com golos de António Simões (15’) e Eusébio (27’ e 85’), perante quase 60 mil espectadores em euforia. O mesmo palco onde, dias mais tarde, já nos quartos de final, se assistiu a um dos mais espetaculares e emocionantes duelos da Seleção Nacional: a vitória por 5-3 contra a Coreia do Norte, equipa que, aos 25 minutos de jogo, vencia por chocante 3-0; seguiu-se um recital inesquecível de Eusébio, com quatro golos (27’, 43’ gp, 56’ e 59’ gp) a que se juntou mais um de José Augusto (80’).


Foi também aqui que Roberto Martínez, técnico espanhol que é o atual selecionador de Portugal, orientou o Everton, entre junho de 2013 e maio de 2016, tornando-se no primeiro técnico não britânico ou irlandês a treinar o clube. Em destaque por esses tempos esteve a contratação de um ainda muito jovem Romelu Lukaku, atacante que mais tarde reencontraria no comando da Bélgica.


E foi ainda aqui que atuaram portugueses como os ex-leões Rúben Vinagre e João Virgínia e internacionais como Abel Xavier, Nuno Valente, André Gomes, que aos 30 anos está de volta ao plantel, e Manuel Fernandes. Entre treinadores, o exclusivo de orientar o Everton pertence a Marco Silva, que assumiu os blues em 2018, após treinar Sporting e Olympiakos. Ficou apenas uma época.


NOVO ESTÁDIO NO RIO
Certo é que o Goodison Park só continuará a ser palco dos jogos do Everton, também um dos mais antigos emblemas do planeta (inaugurado em 1878), no máximo até final da época 2024/2025. Ali perto, a cerca de 3 quilómetros, bem junto ao local onde o rio Mersey se encontra com o mar da Irlanda, está em fase adiantada de construção aquele que será o novo estádio dos toffees que hoje defrontam os leões de Alvalade.
Um recinto moderno, localizado nas antigas docas de Liverpool, onde o cheiro da história continua a inebriar quem por ali passa, e que terá capacidade para 53.888 adeptos, cerca de mais 15 mil do que os lugares do estádio atual (qualquer coisa como 39 mil).


É um projeto que gerou entusiasmo, mas que tem sido rodeado de polémicas, que levaram inclusive à paragem das obras por vários meses devido à falta de financiamento (o custo previsto era de 350 milhões e... passou a 550 milhões). Esperava-se, aliás, que por esta altura já estivesse terminado, mas derrapagens orçamentais e conflitos com a construtora levaram a sucessivos adiamentos, aguardando-se, agora, que a obra esteja concluída em dezembro de 2024.


EVERTON SEM DERROTAS
O Everton, com André Gomes e Virgínia nos quadros, prepara a nova  época com o objetivo de um ano mais tranquilo do que o último, em que só na última jornada assegurou a permanência. Nesta pré-época, a equipa inglesa ainda não perdeu, somando três vitórias (Stade Nyonnais, 2-1; Wigan, 1-0; Stoke City, 1-0) e um empate (Bolton, 0-0).