Portugal-Escócia, 2-1 Tudo o que disse Roberto Martínez
Selecionador satisfeito com a resposta que a Seleção deu após se encontrar a perder
Após a vitória de Portugal sobre a Escócia por 2-1, Roberto Martínez mostrou-se satisfeito, na conferência de imprensa, com a resposta que a equipa das quinas deu após estar a perder por 1-0, elogiando o papel das substituições no resultado.
— Ganhar este tipo de jogos é importante para o processo de crescimento?
— Sim. Hoje tivemos um desafio difícil porque a Escócia é uma equipa fisicamente forte, com ataques rápidos e qualidade na bola parada. Houve impaciência quando sofremos o golo e isso ajudou ao jogo que a Escócia queria fazer. Procurar soluções é sempre importante para um selecionador, para ver o que tem no balneário e hoje mostrámos que há um grupo de mais de 11 jogadores, que estão preparados para jogar e com valores de luta, de dar tudo até ao fim. Talento ganha jogos, valores de equipa ganham torneios.
— Já falou da forma de jogar da Escócia e já tinha falado da forma física dos jogadores escoceses. Sabendo disso, porque foi tão difícil transpor a última zona da área escocesa?
— É certo, tivemos jogadores como António Silva, Rúben Dias e Palhinha para dar fisicalidade e ajudar nessas lutas, mas sofremos um golo. Acontece. Quando sofremos o golo perdemos a calma e tentámos atacar mais rápido, que é o que a Escócia gosta. A segunda parte foi diferente, tivemos mais objetividade no ataque. É importante que quem entra, que tem frescura, possa ajudar a equipa como hoje.
— No dia da convocatória disse que era a altura certa para incorporar sangue novo. Nenhum dos novos se estreou e só Pote fez alguns minutos. O que levou a não utilização do sangue novo?
— O futebol não é a ideia do selecionador antes do estágio, é um grupo de jogadores onde todos têm talento, valências e há competitividade. O que acontece nos treinos é importante para jogar, há um processo, jogadores chegam e competem para jogar. Hoje era um jogo que podia ter corrido de forma diferente e podíamos ter utilizado jogadores novos. Foi dia para utilizar os nossos conceitos para chegar ao último terço e marcar. Jogadores novos agora conhecem a seleção. Ter ou não ter minutos não é importante, agora temos mais jogadores para o futuro. Veiga mostrou que pode jogar, Quenda tem valências diferentes, Pedro Gonçalves e Trincão podem ajudar. Ganhámos os dois jogos e crescemos como Seleção.
— Sentiu que a entrada de Cristiano trouxe uma alma diferente?
— Sem dúvida. Faz parte de tomar decisões. Ronaldo fez 17 sprints contra a Croácia, o maior número de sprints. É preciso proteger os jogadores. A questão do Ronaldo era, jogar a primeira parte e sair? Ou entrar na segunda e terminar o jogo? Quando é preciso golos e o Cris entra, ele dá energia e sentimento aos adeptos. Se sai, é o contrário. O importante é o compromisso dos jogadores. Acreditam no que podem dar e fazer pela seleção e estão prontos. Cris, como capitão, foi exemplar.
— Falou sobre os novos jogadores que vieram a seleção. Podemos ter mais surpresas nas próximas convocatórias?
— Sim. É importante virem para ganhar rotinas, faz parte do que acreditamos, ter um grupo de 35 ou 36 jogadores em que todos podem entrar na seleção e jogar. Sangue novo é bom, porque os jogadores com experiência gostam da competitividade, de jogadores com qualidade e que trazem uma energia nova. Agora, temos mais quatro jogos durante oito semanas, é importante continuar a abrir o grupo e utilizar muitos jogadores.
— Porque é que Rafael Leão foi substituído?
— Primeiro, gostaria de dar-lhe os parabéns, Rafael foi pai [de gémeos]. O importante é o contexto do jogo. Rafael ainda não jogou 90 minutos, Pedro Neto também não joga 90 desde abril. Se queremos chegar aos últimos 20 minutos com energia, precisamos de jogadores novos. Não podemos ganhar só com 11 jogadores. Rafael fez o seu trabalho, Neto também, mas precisamos de utilizar as cinco substituições. O futebol mudou, antes tínhamos três substituições, uma para lesão, uma para mudança tática… agora, normalmente, são duas ou três para manter o nível de energia mais o que podemos mudar taticamente, lesões e circunstâncias.
— Que tipo de opções podiam ser tomadas para evitar as transições da Escócia? Teve algo a ver com a ausência de Vitinha?
— Acho que o Palhinha é o melhor jogador para romper a transição e ganhar a primeira bola. Tivemos duas ou três ações em que a Escócia fez uma boa combinação e acontece, o adversário tem qualidade. Gilmour, McTominay, jogadores com capacidade de executar o plano da Escócia, ataques rápidos e contra-ataques. Acontece, o problema é que sofremos um golo e precisámos de mudar. Rúben Neves tem valências diferentes, deu algo diferente naquele momento. É importante ter muitas opções para essa zona.