Treinador do Arouca garante: «Gyokeres não terá marcação especial»
Gonzalo García tem várias dúvidas para o jogo com o Sporting. Foto: FC Arouca

Treinador do Arouca garante: «Gyokeres não terá marcação especial»

NACIONAL12.09.202417:10

Gonzalo García diz que o Sporting tem uma qualidade individual extraordinária e que terá de ser o coletivo a parar o avançado sueco e companhia. Admite, contudo, fazer reajustamentos

É num ambiente de lotação esgotada que o Arouca recebe esta sexta-feira o Sporting, o atual líder do campeonato que apenas uma vez saiu sem pontos do reduto dos lobos da Serra da Freita, quando, em outubro de 2022, ainda sob o comando de Armando Evangelista, João Basso fez história ao apontar o golo único da vitória.

Num novo cenário, o novo treinador do Arouca, o uruguaio Gonzalo García, prepara a equipa para o primeiro grande duelo da temporada, reconhecendo a valia e a perigosidade dos leões, mas também confiando no trabalho de casa já realizado.  

«Estes jogos são sempre especiais para os treinadores e para os jogadores. São jogos em que todos os jogadores querem estar e com forte vontade de jogar, mas, para mim, como treinador, todos os jogos são iguais, embora sejam jogos diferentes ou especiais por terem um grande ambiente», começou por referir o treinador dos arouquenses na antevisão ao encontro desta sexta-feira.

O retrato ao forte opositor, que conta por vitórias as quatro jornadas já realizadas, já está tirado e estudado ao pormenor. «O Sporting é uma equipa que já trabalha há muito tempo com o mesmo treinador. É uma equipa com ideias de jogo muito claras, é uma equipa valente e que defende bem, é muito pressionante e dinâmica com bola, alegre a jogar, com jogadores rápidos que atacam muito bem o espaço, e que chega com muita gente à grande área. É claramente uma boa equipa, muito trabalhada ao longo dos anos», analisou Gonzalo García, que, sem se adiantar nas revelações, foi comentando a forma geral como pensa abordar o jogo e travar os leões de Alvalade.

«Penso que cada um terá a sua forma de pensar neste tipo de jogos. Uns dirão que o melhor é metermo-nos todos atrás e esperar que a tormenta passe. Outros pensam que é preferível ir para cima do adversário, pressionar e tentar marcar, outros dirão que a estratégia é tirar-lhes a bola…. Obviamente, não vou dizer aqui como vamos jogar. A nossa equipa tem uma identidade e temos de a manter. É evidente que quando jogamos contra diferentes equipas, há sempre algumas mudanças a fazer, inclusive com o Sporting, que tem uma qualidade individual extraordinária. Perante uma equipa mais forte como é este Sporting, seguramente teremos de fazer pequenos ajustamentos para conseguirmos os nossos objetivos, aspetos que, obviamente, não posso revelar.»

Certo, contudo, é que o pujante avançado Gyokeres não terá atenção especial por parte dos lobos de Arouca. «Para quê? No Sporting há sempre vários jogadores para marcar. Vamos jogar como sempre. Nunca utilizei marcações especiais nas minhas equipas, nem na Holanda, contra o Ajax… nem na Croácia. O importante é estarmos organizados como equipa e da melhor forma para enfrentarmos jogadores de grande qualidade como os do Sporting», frisou o treinador uruguaio.

A saída para o campeonato do Catar de uma das principais vedetas do ataque, Cristo González, obriga a novas interpretações na componente ofensiva da equipa, dados já previsíveis para o treinador, que apontou para outras soluções dentro do plantel. «Todas as semanas temos de nos adaptar porque falta alguém, lesionados, ausências… Sem Cristo, é isso que vamos voltar a fazer. Com Cristo jogávamos de uma maneira, sem Cristo teremos de adaptar algumas coisas, porque as qualidades de Cristo eram umas e as que teremos agora, sem Cristo, são outras. A equipa também já jogou esta época sem Cristo e jogou bem. É certo que há outros jogadores como Sylla, Pedro [Santos], Pablo, Jason, Ivo [Rodrigues], Guven [Yalcin] Trezza, Marozau… Nenhum tem as características nem a forma de jogar de Cristo, mas pensar nas adaptações e fazer uma boa equipa fazem parte do meu trabalho. Temos jogadores para conseguirmos concretizar a ideia que temos para o jogo», explicou o treinador.

Ainda sem Morlaye Sylla, esperado apenas esta quinta-feira, depois de ter representado a seleção da Guiné-Conacri, Gonzalo García está ainda expectante quanto à utilização do internacional guineense, que é uma das pedras-base da equipa. «É um jogador importante para a equipa. Não tenho a informação de que já tenha chegado, mas espero que chegue a tempo do treino da tarde. Penso utilizá-lo, mas ainda não sei se desde o início do jogo. Tenho primeiramente que conversar com ele para perceber como se sente fisicamente. Estando presente, é um jogador importante para a equipa», referiu, estando, contudo, mais otimista sobre a evolução e a utilização do avançado Henrique Araújo após o regresso da Seleção Nacional sub-21.

«Falei com o Henrique para ver como está para o jogo. Estou satisfeito com o Henrique. Vejo-o mais contente, muito motivado, sinto que está a trabalhar mais - contra o Rio Ave não só trabalhou no ataque como ajudou a equipa nos processos defensivos. Vai numa boa linha, já marcou ao Nacional, trabalha com humildade e com vontade de crescer.»

Após uma pausa do campeonato que «serviu para reforçar as ideias de jogo que estão a ser trabalhadas e acelerar a adaptação dos novos jogadores que chegaram ao plantel» - casos de Dante, o Loum, o Guven, o Popovic -, o Arouca busca agora diante da equipa de Rúben Amorim arrecadar pontos que permitam melhorar o registo de apenas três pontos conquistados nas quatro rondas da Liga.

Galovic, Quaresma e Kouassi estão lesionados e estão fora da convocatória, sendo que subsistem ainda algumas dúvidas relativamente a outros elementos do plantel, que Gonzalo García não quis especificar.