«Tinha de dar o passo em frente e o Estoril foi a melhor opção»
Alejandro Marqués, do Estoril (à esquerda), em disputa pela bola com Chiquinho, do Benfica (à direita). Foto: Maciej Rogowski/Imago.
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«Tinha de dar o passo em frente e o Estoril foi a melhor opção»

NACIONAL18.10.202316:00

Em entrevista a A BOLA, Alejandro Marqués mostrou-se satisfeito pela decisão que tomou para a sua carreira em regressar ao Estoril, desta feita a título definitivo

Alejandro Marqués soma três golos em oito partidas pelo Estoril, tendo sido titular em apenas três delas. O venezuelano não precisa de muito tempo para marcar e, em entrevista a A BOLA, mostrou-se totalmente disponível para «ajudar a equipa» com o que melhor sabe fazer – marcar golos.

O Estoril deixou boa imagem no jogo contra o Benfica, na última jornada disputada na Liga. Com que imagem ficou desse jogo?

Fizemos um grande jogo, apesar do resultado, que nos escapou nos últimos minutos. A imagem que a equipa deixou nesse jogo é a que queremos deixar no campeonato, é importante levar esta forma de jogar para todos os jogos de todas as competições.

Esse foi o último jogo da pausa na Liga, durante duas semanas. Que balanço faz da época até agora?

Iniciámos de uma maneira menos positiva, como é evidente, mas com a chegada do novo mister começámos a praticar novos conceitos e um novo modelo de jogo, penso que isso vai beneficiar a equipa na competição.

Em quatro dos seis jogos em que foi derrotado na Liga até agora, o Estoril sofreu o golo decisivo após o minuto 90. Tem a ver com concentração?

Não sei se é concentração ou outra coisa mas enfim, estamos focados em melhorar nesse aspeto, estar mais unidos para não falhar pormenores.

Apesar da má classificação, o Estoril é o atual sexto melhor ataque da Liga, com 14 golos em 8 jogos. É um dado que transmite o potencial da equipa?

Sim, ofensivamente a equipa tem muito potencial, cria oportunidades, tem muitos golos, é criativa, é importante manter essa consistência.

Dos 14 golos marcados pelo Estoril na Liga, três são da sua autoria. Está satisfeito com o início de época a nível individual?

É verdade que comecei muito bem a temporada. Estou satisfeito, mas quero continuar a marcar para ajudar a equipa e ser cada vez melhor individualmente.

Apesar dos seus três golos em oito jogos, tem alternado a titularidade com Cassiano na frente de ataque. A concorrência por um lugar motiva-o?

Sim, claro que motiva, mas eu tento motivar-me comigo mesmo, melhorar eu próprio a cada dia. Para mim, ao final do dia, a competição é comigo mesmo.

Na partida pela Taça da Liga frente ao Leixões, o Alejandro e o Cassiano foram titulares em simultâneo. Isso mostra que ambos podem ser compatíveis?

Eu acredito que podemos jogar juntos ao mesmo tempo porque somos dois avançados diferentes, com características especificas diferentes e na minha opinião complementamo-nos bem.

Já conta três golos, em toda a época passada marcou cinco. Acha que será uma formalidade bater o melhor registo ao serviço do clube?

Sim, o meu objetivo é fazer o máximo de golos possível, não costumo colocar objetivos específicos, mas sim trabalhar todos os dias para alcançar cada vez melhores prestações e patamares mais altos.

Esteve emprestado ao Estoril na época passada, decidiu regressar, agora em definitivo. Por que razão voltou a escolher novamente o clube?

Eu acredito que era um momento na minha carreira em que tinha de dar um passo em frente e decidi vir para este clube porque no ano passado receberam-me muito bem, deram-me todas as condições. Concluí que o Estoril era a melhor opção para eu continuar a progredir como jogador e pessoa.

Relativamente ao regresso à competição, marcado para este domingo, perante o Sintrense, pela 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, Marqués apenas perspetiva vencer. «Entramos na Taça de Portugal frente ao Sintrense e não interessa em que patamar está o adversário, porque o vamos respeitar. Iremos a jogo com o objetivo de seguir para a próxima eliminatória», estipulou o venezuelano.

Passagens por Juve e Barça, com uma Youth League no currículo

Com apenas 23 anos, Marqués já representou a Juventus (sub23), de onde saiu sem lamentos, mesmo sem ter chegado à primeira equipa. «Não lamento, são etapas de uma carreira que temos de percorrer, servem para melhorar, para aprender. Tenho a certeza que é uma aprendizagem, as coisas correram como tinha de ser, o importante é aprender com elas», transmitiu o atacante, que no currículo conta com uma Youth League ao serviço do Barcelona, onde fez a formação. 
«A Youth League tem uma importância a inigualável a nível jovem, é a melhor. Tens a oportunidade de te mostrar ao mundo, competes com jogadores da mesma idade, de todo o mundo, e podes mostrar o que tens para dar e em que nível estás», assinalou Marqués, que também se sagrou europeu de sub-19 por Espanha às custas de…Portugal, na final.

Na Venezuela por Pekerman e...patriotismo

Apesar de ser internacional jovem por Espanha, Alejandro Marqués preferiu representar o país natal, a Venezuela, enquanto sénior, numa escolha que, explica, teve a ver com dois fatores. «O que levou a esta escolha foi uma conversa que tive com o treinador José Pekerman, que nesse momento era o selecionador, explicou-me as suas ideias, o seu projeto e convenceu-me. Acho que foi uma decisão fácil porque é o meu país e todos os jogadores sonham em representar o seu país», vincou.
O atacante tem sido escolha habitual na sua seleção mas desta feita não foi incluído na convocatória, fruto da atual concorrência. «Claro, em toda a seleção há uma grande competição. O melhor mesmo é aproveitar o momento no clube para mostrar do que sou capaz para voltar a estar dentro de novo», apostou, confiante, o atacante que nunca jogou na Venezuela ao nível de clubes.
O regresso ao país natal poderá ser uma ambição, mas fica reservado para o futuro a longo prazo. «É claro que neste momento estou principalmente concentrado no Estoril, em ajudar o clube e dar o meu melhor todos os dias. Neste momento estou focado na minha carreira na Europa e no futuro logo se verá», completou.