«Sporting foi claramente superior ao Benfica»
Eduardo Quaresma com David Neres (Miguel Nunes/ASF)

O MISTER DE A BOLA: «Sporting foi claramente superior ao Benfica»

NACIONAL01.03.202414:11

Augusto Inácio analisa a vitória dos leões (2-1) frente às águias, em Alvalade, em jogo referente à 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal

Na primeira parte só deu Sporting

Num dérbi espera-se sempre que haja algum equilíbrio no jogo, o que aconteceu foi que na primeira parte só deu Sporting. Um Sporting mais pressionante, um Sporting mais intenso, um Sporting mais criativo e a criar, aqui e acolá, mais oportunidades de golo perante um Benfica que apostou num ataque móvel que não deu resultado nenhum, um ataque que de móvel não teve nada, não apareceu Neres, não apareceu Rafa, não apareceu Di María, enfim, foi um Benfica que não fez nenhum remate à baliza na primeira parte, parece estranho, mas é verdade, não fez um remate em 45 minutos e o lance mais perigoso que teve foi mesmo a acabar a primeira parte, num canto, em que a bola foi rematada ao lado, mas sem qualquer perigo para que o guarda-redes Franco Israel se pudesse mostrar. Ou seja, um Sporting que marcou um golo aos nove minutos, por Pote, e bem, um Sporting que praticamente teve o controlo de todo o jogo e um Sporting que podia ter ido para a frente do marcador ainda com mais um golo de vantagem na primeira, mas que por isto ou aquilo a bola não entrou, ou por falta de perícia ou por falta de capacidade de poder finalizar melhor. Enfim, foi um Sporting ao nível daquele Sporting que já nos habituou, perante um Benfica que estava em crescendo nos últimos jogos e que, em Alvalade, ficou completamente bloqueado. Mérito dos jogadores do Sporting, como é evidente, mas também muito demérito do Benfica, que nunca conseguiu desbloquear-se da forma como o Sporting estava a jogar, quando se perdia a bola eram os jogadores do Sporting que eram mais rápidos, mais intensos e os jogadores do Benfica pareciam que estavam ali com algum receio de alguma coisa.

Tengstedt mexeu com o jogo

Na segunda parte o Sporting volta a entrar bem, faz o segundo golo, por Gyokeres, numa arrancada fantástica sobre Otamendi, ultrapassando-o, e depois escolhendo o melhor ângulo para rematar e estava, outra vez, a dar só Sporting e o Benfica sempre encolhido sem saber como havia de sair daquela situação, até que, há uma substituição. Tengstedt entrou, já na primeira parte, a única coisa que o Benfica fez foi trocar Aursnes para o lado direito, saiu Bah e Morato entrou para a esquerda, mas aquilo que era uma imagem mais capacitada e ofensiva não existiu, até que com a entrada de Tengstedt (saída de Neres) e aí sim, o Benfica teve uma referência, dos três pontas de lança que o Benfica tinha no banco, Roger Schmidt escolheu Tengstedt, e é curioso tentar perceber porque é que Arthur Cabral, quando estava nos piores momentos tinha oportunidades de marcar este ou aquele golo, quando começou a ser titular começou a marcar golos, a ser decisivo na sua equipa, e, de repente, assim num ápice deixou de contar para Roger Schmidt e de ter tanta importância… Mas, retomemos. Entrou o Tengstedt e o Benfica mudou. Com o abaixamento físico do meio-campo do Sporting, com a elevação da capacidade mais intensa e mais arrogante da equipa do Benfica, avançando as suas linhas, em que Tengstedt também deu alguma profundidade, o Benfica, aí, equilibrou o jogo e marcou um golo, cruzamento de Di María, com Aursnes a marcar, mas a defesa do Sporting estava mal colocada. Os dois homens da linha defensiva estavam muito à frente em relação a Coates e Eduardo Quaresma, Diomande e Matheus Reis ficaram um pouco mais atrás, o que permitiu que o Aursnes entrasse sozinho e os dois jogadores do Sporting não acompanharam e ficaram a ver o jogador do Benfica a marcar. 2-1, o Benfica entrou no jogo outra vez, quase sem saber ler nem escrever, depois houve um golo anulado, que não vou discutir, deixo para os analistas.

45 mil nas bancadas... sempre

Diria que a vitória do Sporting foi curta para aquilo que foi o jogo que o Sporting e o Benfica a tem a oportunidade de retificar este resultado no Estádio da Luz, mas neste jogo em particular o Sporting foi claramente superior ao Benfica e merecia um resultado bem diferente. Estiveram no estádio mais de 45 mil pessoas! Peço aos adeptos que nos outros jogos, que não pareçam tão importantes, por não ser contra Benfica ou FC Porto, de Champions ou com equipas de menos dimensão, que estes jogadores, este treinador e a equipa do Sporting merecem que estejam lá sempre 45 mil a apoiar.